Artigo enviado por Flávio Ribeiro de Paiva, Psicólogo e Personal Coach de Concursos

Para quem ainda não conhece, sugiro visitar a página http://pt.akinator.com/ para conhecer "Akinator, o gênio da Internet". Trata-se de uma brincadeira simples, mas impressionante: você pensa em uma pessoa, real ou imaginária, viva ou morta, e o programa saberá, com apenas algumas perguntas (em torno de até 20 questões), quem você imaginou. Segundo estimativas encontradas na Internet, o grau de acertos de Akinator está próximo de 90%. Um prodígio para qualquer tipo de brincadeira virtual. Mas o que isso tem de interessante para você que está se preparando para um concurso público?

Primeiro temos que refletir e compreender o que Akinator nos revela sobre a mente humana. Se 90% dos internautas interessados no jogo "perdem" para Akinator, ele deve saber algo sobre os homens que os próprios homens desconhecem. Pois bem, Akinator é um jogo de lógica, onde cada pergunta exclui do campo das possibilidades de acerto uma boa quantidade de opções. Assim, após 5, 10, 15, 20 questões  (a pessoa que você pensou já se aposentou?, é do gênero feminino?, é um politico?, já matou pessoas?, é famoso na história?) as possibilidade de acerto de Akinator aumentam consideravelmente. Para a nossa análise, é mais importante observar que o programa por trás de Akinator demonstra não apenas como nossa mente possui uma estrutura de funcionamento comum (por isso as perguntas são eficientes na maioria das vezes), mas que também os conteúdos desses pensamentos são comuns (a maioria das pessoas pensa sempre nas mesmas personalidades). Abastecendo assim o seu banco de dados, Akinator consegue obter seus altos índices de acertos.

Bom, qual a importância disso para você, meu caro concurseiro? Lembra-se daquele momento em que você se depara com o número final de inscritos para o concurso e calcula que, para cada vaga, há 100, 200, 500, 1.000, 5.000 candidatos por vaga? Pois bem, Akinator revela, por um paralelismo que fazemos aqui, que 90% da população de inscritos pensará com a mesma estrutura e conteúdo sobre cada item da prova. Esse tipo de pensamento, entretanto, é apenas mediano. E as bancas examinadoras não querem selecionar pessoas com pensamento ordinário. Elas desejam aqueles que já alcançaram o pensamento extraordinário e estão em um nível de excelência em provas e concursos. Logo, apenas 10% dos inscritos efetivamente estarão disputando as vagas oferecidas. Veja um exemplo: se 10.000 pessoas se inscreverem para um concurso com 100 vagas, a princípio haverá 100 candidatos por vaga, correto? Errado! Akinator nos revela que o verdadeiro índice de candidatos por vaga será: 10.000 x 0,1= 1.000 inscritos para as 100 vagas. Nesse exemplo, reduzimos a relação de 100 candidatos por vaga para apenas 10 candidatos, uma vez que 90% da amostra pertence ao universo de candidatos com pensamento ordinário, mediano e comum.

O que eu realmente quero com essa comparação é chamar a sua atenção para os conteúdos dos seus pensamentos, para onde você tem dirigido a sua atenção. Se pudéssemos testá-lo agora, em qual dos dois grupos você habitaria? No grupo dos 10% que têm chances reais de ingresso em um concurso ou no grupo dos 90% que estão totalmente despreparados para enfrentar os desafios das provas?

Akinator é apenas uma metáfora. O fato real é quanto mais próximo o seu pensamento estiver da média, quanto mais seus pensamentos estiverem ligados a temas habituais, mais difícil será o seu ingresso em um concurso. Você está mais interessado em saber sobre a novela, o novo técnico do seu time ou sobre os últimos dados publicados pelo IBGE a respeito da realidade sócio-econômica brasileira? Pense um pouco sobre isso e reveja suas escolhas.

Flávio Ribeiro de Paiva é Psicólogo formado pela UFRGS, Personal e Professional Coach pelo Behavioral Coaching Institute - New York, através da Sociedade Brasileira de Coaching - São Paulo. Está vinculado a outros grandes institutos de Coaching e Desenvolvimento humano no Brasil e no exterior e possui larga experiência pessoal de sucesso em provas e concursos de diversos órgãos, como Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, TRF-4 e Polícia Rodoviária Federal.