Português para concursos: Pronomes

O pronome, assim como outras classes gramaticais possui uma relação estreita com o substantivo (nomes de coisas, pessoas, seres, animais...), substituindo-o ou acompanhando-o. Também possui relação com preposições e verbos, exigindo concordância na frase.

O uso dos pronomes torna o texto mais compacto, além de menos repetitivo para o leitor, sendo fundamental seu domínio para quem deseja escrever um texto de leitura prazerosa.

O que é Pronome?

De maneira formal então, o pronome é uma palavra variável em número e gênero que substitui ou acompanha o substantivo. Quando substitui é pronome substantivo e quando acompanha é pronome adjetivo, pois, lhe agrega alguma característica. Veja alguns exemplos para entender o valor e uso dos pronomes:

• Ex.1: João, Jéssica e Luiz são vizinhos. Eles são todos da mesma idade e estudam na mesma escola.
  Caso não houvesse o pronome, toda vez que quisesse se referir a este grupo, precisaria citar o nome de um por um dos integrantes. Mas na segunda oração substituímos seus nomes por "eles", um pronome.
• Ex.2: Meu notebook novo é excelente e facilita meus estudos. Levei-o daquele dia em diante para todas as aulas da universidade.
  Neste caso, "levei-o", refere-se ao notebook, onde apenas o pronome oblíquo "o" substitui o substantivo notebook e agiliza a leitura e entendimento do texto.

Note que assim como nos casos acima, geralmente se usa primeiro os nomes/grupos por inteiro, para então, na continuação do texto abrir a possibilidade de substituí-los por pronomes, tudo isso para facilitar o entendimento do leitor quando os nomes forem substituídos, de maneira clara e sem deixar dúvidas.

Confira também sobre substantivos ou sobre preposições, para facilitar o entendimento no assunto.

Pronome Substantivo x Pronome Adjetivo

O pronome pode ainda situar o substantivo no espaço e tempo (pronome adjetivo) ou pode apenas indicá-lo como a pessoa do discurso (pronome substantivo). Veja os exemplos dos dois casos, para entender melhor as diferenças.

- Pronome Substantivo: Como citado, é aquele que substitui o nome (substantivo).

• Ex.: Luan é um gênio, pois, ele acertou tudo (usa-se ele pra não ficar citando o nome da pessoa a todo momento, no caso "ele" substitui Luan).
• Ex.: Eu me sinto triste ultimamente. (mesmo caso, agora usa-se eu para se referir a primeira pessoa do discurso, ou seja, aquela que fala, sem ter a necessidade de citar seu nome)
• Ex.: Todos queriam saber o segredo da rápida ascensão profissional. Usa-se todos pra não citar o nome de um por um dos interessados (todos no caso é o grupo interessado).

- Pronome Adjetivo: É aquele que acompanha o nome/substantivo.

• Ex.: Meu cachorro é de raça (ao usar "meu" sabe-se o dono do cachorro e então o especifica dentre os demais iguais de sua espécie, cachorros no caso).
• Ex.: Aquela mulher está me enlouquecendo (aquela é o pronome, acompanhando o substantivo mulher, com a finalidade de determiná-lo dentre as demais mulheres/especificar).
• Ex.: Seus olhos dariam um belo quadro (seus, é um pronome possessivo, que acompanha o substantivo olhos, indicando de quem são os olhos).

Classificação dos Pronomes

Após classificar o pronome em substantivo ou adjetivo, pode-se ainda enquadrá-lo em um dos sete tipos existentes, sem prejuízo algum a classificação já feita. São eles:

• 1) Pronomes pessoais;
• 2) Pronomes de tratamento;
• 3) Pronomes possessivos;
• 4) Pronomes demonstrativos;
• 5) Pronomes indefinidos;
• 6) Pronomes relativos;
• 7) Pronomes interrogativos.

1) Pronomes pessoais

São aqueles que substituem os substantivos e ao mesmo tempo indicam a pessoa do discurso.
- 1ª Pessoa do discurso: É aquela que fala.
- 2ª Pessoa do discurso: É aquela com quem se fala.
- 3ª Pessoa do discurso: É aquela de quem se fala ou de que se fala (objeto, coisas, pessoas...).

Os pronomes pessoais possuem ainda 02 subclassificações:
- Pronomes pessoais do caso reto: Exercem a função de sujeito da oração, identificando de quem se fala sem citar seu nome. São eles: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas.

São usados após citar no texto ao menos uma vez o nome/grupo a que se refere, para se facilitar a interpretação quando se substitui o nome pelo pronome, como no primeiro e segundo exemplo:

• Ex.: Marcos, te contenha! Tu és muito esquentadinho (o pronome pessoal do caso reto tu, que se refere a Marcos).
• Ex.: Deixe os profissionais da justiça decidirem. Eles sabem o que é o certo (o pronome pessoal do caso reto "eles", que se refere aos profissionais da justiça).
• Ex.: Vós sois iluminado (pronome vós, que se refere a um determinado grupo com quem se fala)

- Pronomes pessoais do caso oblíquo: Estes não exercem a função de sujeito. Podem exercer a função sintática de complemento nominal, complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto), adjunto (adjunto adnominal ou adjunto adverbial), agente da passiva ou sujeito de uma oração reduzida.

• Ex.: Sem ti, meus dias são mais vazios (pronome oblíquo "ti", que se refere a pessoa com que se está falando).
• Ex.: Deu-me a ferramenta necessária. (pronome oblíquo "me", que explica a quem se deu a ferramenta).

Não se preocupe com os casos acima que estudaremos mais a frente cada um deles. O que deve ter em memória no momento são as diferenças do caso reto e do oblíquo.

Os pronomes oblíquos podem ser átonos ou tônicos. Ao contrário da acentuação, não tem nada a ver com a sílaba mais forte ou que leva acento. Neste caso tem relação com a preposição, veja:
- Pronomes átonos: São aqueles que não são precedidos por preposição, ou seja, não usam preposição: o, a, os, as, lhe, lhes, nos, vos, me, te, se

Ex.: Mandou-me os dados bancários.
Ex: Enviou-lhe flores.

- Pronomes tônicos: São obrigatoriamente precedidos de preposição: comigo, contigo, consigo, nós, vós, convosco, mim, ti, si, ele, ela, eles, elas

Ex.: Mandou os dados bancários a mim.
Ex.: Confiarei a ti esta tarefa.

2) Pronomes de tratamento:

Usados mais comumente na linguagem formal e concursos da área administrativa (especialmente na área de redação oficial), deve-se ter ao menos conhecimento da sua existência e saber reconhecer os mais básicos.

Ex.: Vossa senhoria sabe que deve dar prioridade aos seus inquilinos.
Ex.: Vossa excelência poderia interceder por mim com sua sabedoria.

Onde e como usar?
- Você: Use apenas para pessoas mais íntimas.
- Senhor (a): Usa-se para quem for se referir, que não se tenha intimidade, como forma de respeito.
- Vossa senhoria: Para redação oficial, cartas oficiais, cerimônias, etc.
- Vossa excelência: Usado para grandes autoridades, como deputados, presidente...
- Vosso meritíssimo: Usada para Juízes.
- Vossa magnificência: Usada para reitores de universidades.
- Vossa santidade: Usada para o Papa.

Tem mais alguns, de uso ainda mais incomum. Uma dica importante é que se usa "vossa" quando nos referimos diretamente a pessoa e usa-se "sua", apenas quando nos referimos sobre a pessoa. Veja:

Ex.: Vossa realeza poderia me ajudar? (fala com a pessoa)
Ex.: Sua santidade o papa é referência em solidariedade. (fala sobrea pessoa).

3) Pronomes possessivos

Eles são muitíssimos usados em todo e qualquer texto, pois, em apenas uma palavra indicam a pessoa que é dono do objeto/produto/coisa em questão e facilita se referir a ela ou o objeto. Veja os exemplos:

Ex.: João é um excelente corredor. Deve ser por suas pernas, muito fortes e compridas.
Ex.: Minhas irmãs vão me fazer pirar!
Ex.: Nossos avós são feitos de amor e compaixão.

4) Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos são utilizados para indicar algo. Aqui encontram-se algumas palavras variáveis (esse, este, essa, esta, aquele, aqueles, aquela, aquelas) e invariáveis (isso, isto, aquilo).

Quando usar este/esse, isso/isto, essa, esta?
Usa-se "este (s) esta (s) e isto", quando se indica o tempo presente em relação aquilo que se fala.
Ex.: Este mês é o último antes da viagem.

Usa-se também para se referir a coisas, objetos e pessoas que estão próximas aquele que fala.
Ex.: Este é meu amigo que lhe falei.
Ex.: Esta camisa trouxe da Itália.

Usa-se esse, essa, isso para indicar tempo no passado ou no futuro.
Ex.: Onde foi essa festa?
Ex.: Quando esse momento vai chegar?

Usa-se também esse para coisas, objetos e pessoas que estão próximas daquele com que se está conversando.
Ex.: Essa sua gravata é de muito bom gosto.
Ex.: Me passe esse talher, por favor.

5) Pronomes indefinidos

São compostos de palavras variáveis e invariáveis (por exemplo "um e uma"). Eles substituem e acompanham o substantivo de maneira mais vaga, indireta, não especificando de forma precisa. São usados na 3ª pessoa do discurso (aquele de quem se fala).

Confira as formas que existem, divididas entre variáveis e invariáveis:

- Variáveis: um (a) (s), algum (a) (s), nenhum (a) (s), muito (a) (s), pouco (a) (s), todo (a) (s), certo (a) (s), tanto (a) (s), quanto(a) (s)...
Ex.: Uma mulher de cabelos longos e negros saiu da cena do crime logo antes do ocorrido.
Ex.: Algum dos presentes se opõe a este casamento?
Ex.: Poucos tinham a coragem necessária para contestar a decisão.

- Invariáveis: quem, alguém, outrem, ninguém, tudo, nada, algo, cada...
Ex.: Quem comeu meu brigadeiro?
Ex.: Mas ninguém ousou desafiá-lo.
Ex.: Algo cheirava a queimado na cozinha.

6) Pronomes Relativos

Também são compostos de palavras variáveis e invariáveis. Se refere a um substantivo já dito em uma oração anterior, chamado antecedente.

- Variáveis: o qual, as quais, a qual, os quais, cujo, cujos, cuja, cuja, quanto, quantos.
- Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.

Veja os exemplos para entender melhor:
Ex.: Viajei para França e fui a Paris, cuja fama fez jus a realidade (usa-se cuja para se referir a fama de Paris).
Ex.: Minha mãe é quem me ajuda nas necessidades. O pronome é quem e se refere a mãe. Minha também é um pronome, no casso possessivo, indicando que é a minha mãe e não qualquer mãe.
Ex.: Toby é um cachorro companheiro que sempre melhora meus dias tristes. Neste caso o "que", refere-se ao Toby, o cachorro companheiro.

7) Pronomes Interrogativos

Também são compostos de palavras variáveis e invariáveis, usadas para formular perguntas diretas e indiretas.

- Variáveis: qual (s), quanto (a) (s).
- Invariáveis: Que e quem.
Ex.: Qual seu nome?/ Quanto você calça?/ Quanto pode me arrumar em dinheiro?/Quais as acusações feitas?
Ex.: Quem foi que pegou?/ Que houve?

Dicas para concursos

De forma simples, essas são as classificações dos pronomes. Eu recomendo que você saiba bem o que é um pronome, que saiba identificar se é da 1ª, 2ª ou 3ª pessoa, do singular ou plural, que saiba o que é variável ou invariável e que ao receber um pronome qualquer, saiba classificá-lo dentro de sua categoria ideal.

Caso consiga ir ainda mais a fundo, melhor! Confira abaixo mais algumas dicas relativas ao assunto.

Uso do Mim e Ti / Eu e tu

Uma dica para saber quando usar "mim e ti" é: Sempre que houver preposição usa-se o caso oblíquo, ou seja, "mim e ti".

Ex.: A contagem foi exatamente até mim. (a preposição até obriga usar mim).
Ex.: Há muita diferença entre mim e ti. (a preposição entre faz usar "mim e ti", não eu e tu).

Usa-se apenas eu e tu, precedido de preposição, quando representar o sujeito da frase com o verbo no infinitivo.

Ex.: Sugeriram que eu tome cuidado.
Ex.: Há novas evidências para que tu apures.

O sujeito da frase é quem executa a ação, sempre que o sujeito da frase for executar a ação e for na 1º pessoa, usa-se "eu e tu" e não "mim e ti". Veja como soa bem melhor.

Ex.: Para eu realizar.
Ex.: Traga-me os materiais que eu construirei.
Ex.: De maneira que eu irei corrigir.

Uma forma de lembrar isso é que "mim não faz nada": Quem faz sou eu!

Obs. Casos que fogem à regra são após a palavra "até". Quando se fala de uma direção usa-se "mim ou ti". Quando indicar inclusão, usa-se "eu ou tu".

Ex.: Correram até mim (em direção a mim).
Ex.: Todos repreenderam meu irmão, até eu (inclusive eu).

Pronome e uso de sua forma Contraída: Uma dica importante é que sempre que o pronome exercer a função de sujeito, ele jamais pode sofre contração.

Ex.: Apesar de ele ser complicado é amor puro. ("ele" exerce a função de sujeito da oração e, portanto, se usa "de ele" e nunca "dele").

Pleonasmo, redundância

É muito comum o uso incorreto dos termos "si mesmo, mim mesmo", o que é um pleonasmo, redundância, pois se repete e na ortografia formal considera-se erro. Se é de mim, não precisa dizer mim mesmo, pois sabe-se que é sobre mim.

Ex.: Ela foi embora e levava consigo todos meus sonhos (não se diz levava consigo mesmo).
Ex.: Ele só deu a volta por cima após perdoar a si e seus erros do passado (novamente lembrando, não se usa a si mesmo)

Uso do consigo e contigo

Usa-se consigo sempre quando se dá a ideia de carregar algo. Já contigo, geralmente transmite a ideia de acompanhar. Veja:

Ex.: Leve a bolsa consigo.
Ex.: Eu irei contigo.

Dica Importantíssima: Tome sempre cuidado para nunca misturar 2ª pessoa com 3ª pessoa. Apesar de comuns, os termos "você e contigo" em uma mesma frase nunca "casa", pois, contigo é 2ª pessoa e você é 3ª pessoa, trazendo uma não concordância.

Ex.: Quero que você suma daqui e leve seu irmão contigo (frase está errada).

Uso dos pronomes oblíquos

Os pronomes o, a, os, as, são usados como objetos diretos, ou seja, complementos que não exigem preposição.

Ex.: A catapulta destruiu o castelo. A catapulta destruiu-o. Destruiu quem? Destruiu o castelo (destruiu-o)
Ex.: Finalizei as tarefas de hoje. Finalizei-as. Finalizou o que? Finalizei as tarefas de hoje (finalizei-as).

A dica é, faça a pergunta ao verbo e sempre que obter a resposta sem precisar o uso de preposição, pode usar pronome oblíquo se desejar.

Caso os verbos terminarem em "R, Z ou S" (usa-se a palavra razões para lembrar das letras) os termos o, a, os e as passam a ter uma variação, onde retira-se o "R, Z e S" e adiciona-se "lo, la, los e las". Veja os exemplos.

Ex.: Saudar os convidados: Saudá-los;
Ex.: Comer os confeitos: Comê-los;
Ex.: Por a bagunça em ordem: Pô-las. Parece estranho né, mas "pôr-las" é ainda mais estranho, acredite, tanto é que é errado.

Não esqueça de acentuar a nova palavra formada conforme as regras de acentuação, tema importantíssimo de uma nova aula que adicionaremos em breve.

Caso os verbos terminarem em "ão, õe, am e em" (som nasal) a variação do "o, a, os e as" vai para "no, na, nos e nas". É só adicionar após a palavra, confira:

Ex.: Quando encontrarem me avise. Encontrarem-no.
Ex.: Supõe as evidências como suficientes. Supõe-nas.
Ex.: Adotaram o menino de rua. Adotaram-no.

Apesar de raro, também é correto se usar "lo, la e los e las" depois da palavra "eis" (ei-lo) e das formas "nos e vos". Confira.

Ex.: Quem vos deu permissão. Quem vo-los deu permissão
Ex: Eis aqui, nosso mestre. Ei-lo aqui, nosso mestre.

Possuem mais algumas regrinhas, ainda menos comuns. Caso queira saber é só conferir abaixo. Caso contrário pode pular esta parte e ir para o próximo assunto!

Sempre que o verbo estiver na 1ª Pessoa do plural, a forma verbal perderá o "s" final.
Ex.: Compramos a casa que sonhávamos. Compramo-nos a casa que sonhávamos.

Os pronomes oblíquos "o, me, te se, nos vos" e suas variações aparecem por vezes, exercendo função dupla entre dois verbos, sendo objeto direto de um verbo e sujeito de outro. Confira os exemplos.

• Deixe-o chegar
• deixe-a sair
• deixe-me ver
• faça-o cumprir
• faça-me irei

Uso do lhe, vos e lhes

O lhe e o vos são usados sem alterar nada, apenas adicionados ao final do verbo. Mas quando se usa? Sempre que o verbo exigir preposição "a" e se referir a uma pessoa. Veja os exemplos.

Ex.: Recorreram ao Juiz. Recorreram a uma pessoa (juiz), exige preposição, portanto, recorreram-lhe. Também se usa o "lhe", com as mesmas regras acima, para se referir a dele (s) e dela (s).

Ex.: Cortaram o cabelo dele. Cortaram-lhe o cabelo.

Dica extra: Nunca coloque o "lhe" antes do verbo, apesar de se ouvir muito por aí, é errado. Usa-se apenas quando exigir a preposição "a". Confira:

Formas erradas: lhe vi, lhe conheço, lhe convidei...

Esperamos que tenham gostado do assunto. Para mais artigos de português para concursos e dicas, siga a guia de artigos