Com o pagamento da última parcela iniciando nesta semana, o governo federal busca agilizar as discussões em torno da prorrogação do Auxílio Emergencial. Segundo fontes internas da equipe econômica de Jair Bolsonaro, o presidente deve definir até a próxima sexta-feira (21) por quanto tempo o benefício será extendido e qual será o valor das novas parcelas.
Até o momento, as informações que circulam é que a equipe econômica mantém a ideia de que o Auxílio deve ser reduzido, enquanto líderes dos partidos defendem o pagamento de uma nova parcela de R$ 600 e mais duas de R$ 300 cada. Após a definição dos valores - e se optar pela redução - o governo deve editar uma medida provisória para prorrogar o benefício. As discussões indicam que o benefício deve continuar até dezembro, algo que ainda não foi confirmado por Bolsonaro.
O Auxílio Emergencial foi criado pelo governo em abril para garantir a ajuda de R$ 600 ou R$ 1.200 a trabalhadores informais inscritos no CadÚnico, MEIs, contribuintes individuais, desempregados e beneficiários do Bolsa Família. De acordo com informações divulgadas pelo jornal Estadão em 03 de agosto, existe a chance do benefício ser prorrogado por mais três parcelas (outubro, novembro e dezembro) com valor reduzido. Ainda não foi decidido de quanto seriam as novas parcelas, mas uma opção é reduzir de R$ 600 para R$ 200 o valor de cada uma.
A redução no valor do benefício já havia sido defendida nas discussões que antecederam a primeira prorrogação do Auxílio Emergencial. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe manifestaram diversas vezes a intenção de reduzir de forma gradual o pagamento do benefício e a divisão da 4ª e 5ª parcelas em quatro pagamentos chegou a ser cogitada. No fim, o governo decidiu por manter o valor em R$ 600 evitando ter que passar pela aprovação do Congresso, o que deve ocorrer caso prossiga com a ideia de reduzir o valor das próximas parcelas.
Inicialmente, segundo fontes da equipe econômica, o plano era substituir o Auxílio com um novo programa social chamado Renda Brasil. No final de julho o programa voltou a ser comentado após o ministro Paulo Guedes anunciar o valor que deve ser pago pela nova iniciativa. Segundo Guedes, o Renda Brasil beneficiará cerca de 36 milhões de brasileiros com um valor entre R$ 250 e R$ 300 por mês. Agora, o início das discussões sobre uma nova prorrogação do Auxílio aponta que o Renda Brasil pode não ser finalizado ainda este ano.
"O auxílio vai começar a descer e vai aterrissar no renda básica. Vai juntar o abono salarial, o Bolsa Família, mais dois ou três programas focalizados e vai criar o Renda Brasil. E vai ser acima do Bolsa Família. Amplia a base, são os 26 milhões do Bolsa Família mais os 10 milhões de brasileiros que eram invisíveis. E vamos ampliar também a cobertura", destacou Guedes em entrevista no mês de julho.
Segundo o Estadão, a prorrogação do Auxílio Emergencial também favorece o crescimento da popularidade de Bolsonaro em regiões como Norte e Nordeste, que contam com a maior parcela de beneficiários atingidas por programas como o Bolsa Família. No mês de junho, a ajuda social chegou a 7.096.522 de famílias no Nordeste, região com maior número de brasileiros que receberam o auxílio de R$ 600 nestes últimos quatro meses.
Auxílio atingiu 126 milhões de brasileiros
O Auxílio Emergencial começou a ser pago em abril e até o momento alcançou mais de 126 milhões de forma direta ou indireta. Segundo a Dataprev, este número é composto por 66,9 milhões de cidadãos considerados elegíveis para receber o benefício e 59,3 milhões que são membros de suas famílias.
Ao todo R$ 161 bilhões foram creditados até o momento para o pagamento das 5 parcelas aos aprovados. O benefício teria duração de três meses mas foi prorrogado por mais duas parcelas e será pago até setembro para os beneficiários que começaram a receber em abril. Para os que receberam a 1ª parcela em julho as quatro parcelas restantes serão pagas até o final de novembro.
Ao falar sobre o auxílio emergencial, Bolsonaro chegou a criticar os governantes que defendem que o auxílio seja permanente. "Esses mesmos que quebraram os estados deles, esse mesmo governador que quebrou seu estado, está defendendo agora o [auxílio] emergencial de forma permanente. Só que, por mês, são R$ 50 bilhões. Vão arrebentar com a economia do Brasil", disse o presidente.
Quantas parcelas do Auxílio Emergencial ainda serão pagas?
A Caixa Econômica Federal iniciou uma nova rodada de pagamentos no dia 22 de julho e a nova distribuição deixou alguns beneficiários confusos. Antes, o banco realizava o crédito dos R$ 600 de acordo com o lote no qual o beneficiário foi aprovado. Já a partir do calendário divulgado em 17 de julho pelo Ministério da Cidadania esta organização por lotes deixa de existir, implementando o que o governo passou a chamar de Ciclos de pagamento.
De acordo com o novo calendário, que já estabelece as datas de pagamentos de TODAS as parcelas do Auxílio Emergencial, a partir de 22 de julho os beneficiários passam a receber conforme o seu mês de nascimento. Assim, mesmo que estejam em diferentes etapas de recebimento do Auxílio, quando chegar na data prevista conforme o seu mês de aniversário o cidadão receberá a parcela a que tem direito.
No Ciclo 1, por exemplo, que vai de 22 de julho a 26 de agosto, serão realizados os seguintes pagamentos:
- Recebe a 4ª parcela quem recebeu a primeira parcela em abril;
- Recebe a 3ª parcela quem recebeu a primeira parcela em maio;
- Recebe a 2ª parcela quem recebeu a primeira parcela em junho;
- Recebe a 1ª parcela quem fez cadastro e foi aprovado entre 17 de junho e 02 de julho.
O Ministério da Cidadania definiu quatro ciclos de pagamentos que se estendem até o final de novembro, quando os beneficiários que receberam a 1ª parcela no Ciclo 1 terão a 4ª e 5ª parcelas pagas. Portanto, para saber quantas parcela do Auxílio você ainda irá receber basta conferir o calendário completo com os quatro ciclos de pagamento.
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