Buscando ajustar e conter gastos, o Governo Federal está discutindo, desde o fim do ano passado, maneiras de reduzir as despesas do orçamento e também modificações importantes em diversos programas e plataformas que estão sob responsabilidade dos ministérios.
O principal deles é o Bolsa Família, que tem como objetivo fornecer renda para pessoas em situação de vulnerabilidade, representando um alto investimento na economia nacional.
Em 2024, por exemplo, o Bolsa Família teve um custo de aproximadamente R$ 169 bilhões. Este foi o valor total que, através das parcelas mensais e adicionais, foi distribuído para as quase 21 milhões de famílias beneficiárias espalhadas por todo o Brasil. Agora, modificações importantes serão feitas no programa, principalmente no que diz respeito ao número de vagas disponíveis.
Veja o plano que vem sendo estudado pelo Governo Federal para os cortes do Bolsa Família e a mudança na metodologia de administração do programa.
Bolsa Família: Como serão feitos os cortes nos próximos anos
Em novembro do ano passado, o Governo Federal anunciou oficialmente que a partir de 2025, seria colocado em prática um plano de redução no orçamento do Bolsa Família e de outros programas sociais para os próximos 6 anos.
O plano de corte de gastos estabeleceu um cronograma progressivo da diminuição da verba anual do programa até 2030, detalhado da seguinte forma:
- 2025: corte de R$ 2 bilhões (R$ 167 bilhões)
- 2026: corte de R$ 3 bilhões (R$ 164 bilhões)
- 2027: corte de R$ 3 bilhões (R$ 161 bilhões)
- 2028: corte de R$ 3 bilhões (R$ 158 bilhões)
- 2029: corte de R$ 3 bilhões (R$ 155 bilhões)
- 2030: corte de R$ 3 bilhões (R$ 152 bilhões)
Este cronograma estabelece um corte total de R$ 17 bilhões em relação ao valor disponibilizado pelo Governo Federal em 2024 (R$ 169 bilhões). A ideia é realizar, de forma gradual, ajustes no orçamento e principalmente, uma redução siginificativa nos gastos praticados.
Vale lembrar que este pacote de medidas, denominado como "Estimativa Preliminar de Impacto", também afetará o BPC (Benefício de Prestação Continuada), mas com um corte total menor: cerca de R$ 12 bilhões até 2030.
A estratégia para reduzir os gastos do Bolsa Família
Após a divulgação deste cronograma, foi estabelecido que os valores pagos atualmente pelo programa serão os mesmos praticados em 2024, tanto nas quantias fixas, como nos adicionais.
Mesmo com aumento de 7,5% no salário mínimo nacional, esse reajuste não foi repassado ao Bolsa Família, que segue tendo valor base de R$ 600,00.
Consequentemente, haverá maior rigor nas fiscalizações e verificações dos cadastros dos beneficiários. A partir disso, o número de famílias atendidas a cada ciclo está sendo menor, mesmo admitindo a entrada de novos inscritos.
Confira o número de famílias atendidas pelo Bolsa Família nos últimos meses:
ANO | MÊS | Nº DE FAMÍLIAS ATENDIDAS | VALOR TOTAL REPASSADO |
2025 | Fevereiro | 20.558.394 | R$ 13.811.418.957,00 |
2025 | Janeiro | 20.486.299 | R$ 13.800.028.292,00 |
2024 | Dezembro | 20.811.774 | R$ 14.074.245.449,00 |
2024 | Novembro | 20.779.525 | R$ 14.110.905.028,00 |
Em Janeiro deste ano, cerca de 325 mil famílias foram retiradas do programa, demonstrando esse enxugamento do público. Para fevereiro, o número cresceu, mas bem menos, cerca de 80 mil. Em valores, foram pagos cerca de R$ 200 milhões a menos nos dois primeiros meses de 2025, se comparado ao final do ano passado.
Dentre as diversas situações especuladas para aumentar o rigor nas fiscalizações e retirar o pagamento de famílias que não cumprem com as atuais regras do programa, a obrigatoriedade do cadastro biométrico foi a mais falada nacionalmente. Entretanto, o último posicionamento oficial do Governo Federal foi de não adotar esta prática de forma imediata, que já é comum em outros benefícios.
Em 2025, o valor pago para cada família beneficiária através da parcela mensal segue sendo de R$ 600 para os unipessoais e nas famílias que não possuem filhos. Já as famílias que possuem filhos, terão adicionais que variam de acordo com a quantidade e a faixa etária dos mesmos:
- Benefício Primeira Infância: R$ 150 pagos para crianças de 0 a 6 anos;
- Benefício Variável Familiar: R$ 50 destinados a jovens de 7 a 18 anos e gestantes;
- Benefício Variável Nutriz: R$ 50 para famílias com bebês de até 6 meses.
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