O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, anunciou que cerca de 80 mil novas famílias do Rio Grande do Sul serão incluídas no programa Bolsa Família em junho, em resposta às enchentes devastadoras que atingiram o estado.

Para viabilizar a inclusão, o ministro solicitou um aumento de R$ 700 milhões no orçamento de 2024 do programa. O pedido de recursos adicionais foi formalmente enviado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Como nós estamos tratando de vulnerabilidade que é de médio e longo prazo, há necessidade de ter um recurso extra para essa despesa não prevista. A nossa preocupação é que famílias que nunca estiveram no Bolsa Família entraram em vulnerabilidade", explicou Dias em entrevista ao Estadão.

Além do reforço no Bolsa Família, o governo federal está considerando um aumento no Auxílio Abrigamento, que atualmente é de duas parcelas de R$ 400 por pessoa, repassadas às prefeituras, para apoiar as famílias que perderam suas casas.

Outra medida em avaliação é um incentivo de R$ 8,1 bilhões para a reconstrução do estado, incluindo limpeza das cidades e recuperação de áreas públicas. Dias destacou que a proposta é utilizar "toda mão de obra do próprio Rio Grande do Sul", incentivando empresas contratadas a empregar trabalhadores locais afetados pela enchente.

Há cerca duas semanas, o governo fez a inclusão de 21 mil famílias no Bolsa Família, assegurando uma renda a este público afetado. Com valores médios de R$ 720 por família, esse recurso foi pago na semana passada.

O Bolsa Família de Maio foi antecipado para 619.741 famílias beneficiárias nos 497 municípios gaúchos, incluindo 18 mil domicílios que tiveram o benefício desbloqueado para evitar o aumento da vulnerabilidade.

Além disso, não será exigida atualização cadastral de moradores do RS para as famílias incluídas nos processos de Averiguação Cadastral e Revisão Cadastral. No Rio Grande do Sul, essas ações foram suspensas até dezembro de 2024.

Desde o início das chuvas que causaram a tragédia climática no Rio Grande do Sul, mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas em 475 municípios. Atualmente, 579 mil pessoas estão desalojadas, vivendo com amigos ou parentes, e 37,1 mil estão em abrigos públicos. O desastre resultou em 172 mortes e ainda há 42 pessoas desaparecidas.