Na última segunda-feira (20), o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que o objetivo do governo é agora fazer uma nova triagem e tirar 1 milhão de pessoas da base do Cadastro Único (CadÚnico). Mas calma, isso não tem nada a ver com o pente-fino que o governo vem realizando no Bolsa Família.

Segundo a projeção do governo, a exclusão deve acontecer até o final deste ano, através de um sistema de inclusão socioeconômica. Ou seja, o governo quer elevar a contratação, ou estimular a criação de negócios de brasileiros de baixa renda, de forma que as famílias deixem de depender do benefício social do governo.

Como deve funcionar a exclusão do CadÚnico?

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que:

"Agora, temos um olhar para a inclusão socioeconômica. Quando a gente pega o público do CadÚnico, que depende de transferência do Bolsa Família, são 55 milhões de brasileiros até a atualização de fevereiro. Quando separamos a parcela da população em idade e trabalho, encontramos 27 milhões de brasileiros e quando estratificamos por grau de instrução encontramos pessoas com ensino médio, técnico, Pronatec e com ensino superior que hoje vivem em uma família que depende do Bolsa Família".

A partir disso...

"O que a gente está fazendo com a transferência de renda é cortar uma história de pobreza e abrir uma oportunidade para garantir que a gente possa ter nas políticas, um olhar para o Cadastro Único, que é uma referência. Trocar cartão por carteira assinada, pela chave de uma lanchonete. É isso que o Brasil precisa. Vamos trabalhar na perspectiva de tirar 1 milhão até o fim do ano", explica Dias.

Sendo assim, o governo quer tornar essas famílias independentes do benefício social. Ou seja, tirá-las do histórico de pobreza em que se encontram no momento.

Paralelo a isso, Dias afirma que o governo quer fazer "o Brasil crescer na classe média". Além disso, ele afirma que "Quero trazer para esse púbico na condição de ministro que tem como missão cuidar dos mais pobres. Eu vim aqui hoje fazer esse convite para que a gente tenha um olhar para esse público do CadÚnico, para tirar essas pessoas da dependência de transferência de renda".

Sistema de inclusão social

No início de março, Dias anunciou a criação de um sistema para estimular a contratação de pessoas inscritas no CadÚnico. Em entrevista à GloboNews, o ministro disse que "Vamos desafiar o setor público e privado para abrir oportunidades para esse público do cadastro único por um emprego ou por um negócio, empreendedorismo, tirar pessoas da situação da miséria e da pobreza. Trazer gente, o máximo possível, para a classe média".

De acordo com Dias, o programa se encontra na medida provisória editada pelo presidente Lula, que valida o novo Bolsa Família. O sistema deve ser integrado com ministérios, o setor privado e estados e municípios. Dessa forma, o governo quer "Estimular o emprego e o empreendedorismo para todas as áreas".

Paralelo a isso, a ferramenta deve aprimorar a melhoria da coleta de dados dos brasileiros inscritos no CadÚnico. Assim, será possível promover uma "estratificação das pessoas" por grau de instrução e experiência de trabalho. Também será possível criar um planejamento com cada família. Com isso, o governo poderá construir acordos com redes de supermercados, por exemplo.

Ademais, o sistema focará no estímulo à abertura de negócios de inscritos no CadÚnico. Segundo Dias, isso será possível a partir da criação de um fundo garantidor. "É um fundo garantidor, que a gente tá trabalhando, uma pactuação com a rede bancária. A rede bancária é obrigada a aplicar 2% para pequenos negócios. E aqui a gente quer direcionar com o público do Cadastro Único".