Na última quinta-feira (1º), o ministro da Economia, Paulo Guedes, criou uma nova polêmica ao afirmar que o governo poderia prorrogar o estado de emergência no início de 2023 para continuar pagando o benefício do Auxílio Brasil de R$ 600 no ano que vem.

Por ser proibido por lei a criação de um pacote de benefícios sociais em ano eleitoral, foi aprovada então a criação do estado de emergência no Congresso. Como justificativa, o governo utilizou o impacto econômico do aumento nos preços dos combustíveis devido à guerra entre Ucrânia e Rússia para justificar o gasto adicional e o pagamento de vários benefícios sociais a diversas classes da cadeia econômica.

PEC dos Benefícios

A PEC dos Benefícios foi aprovada pelo Congresso Nacional no dia 14 de julho e tem como objetivo amenizar os impactos causados pela alta de preço, inclusive nos combustíveis.

O texto prevê um aumento do mínimo de R$ 400 para R$ 600 do Auxílio Brasil, o Auxílio Gás passou de 50% para 100% no preço do botijão de gás de 13 kg, criação do Voucher caminhoneiro e Auxílio Taxista, entre outros.

Porém, esses adicionais estão previstos até o mês de dezembro, o que faria com que todos os valores retornem ou finalizem no último dia do ano de 2022.

O benefício social do Auxílio Brasil tem sido um tema bastante discutido na campanha eleitoral à presidência, devido a continuidade do aumento dos valores para o próximo governo.

No entanto, especialistas alertam pela dificuldades orçamentárias para que isto ocorra, já que a proposta de orçamento para 2023 prevê o valor médio de R$ 405 para o benefício.

Em um evento no Rio de Janeiro nesta quinta, 1, o ministro da Economia afirmou que a solução temporária para viabilizar a manutenção do Auxílio Brasil seria prorrogar o estado de emergência.

"Se a guerra da Ucrânia continuar, prorroga o estado de calamidade [emergência] e paga os R$ 600. Agora, se acabou a guerra e precisa de uma solução estrutural permanente, ora, a Câmara já aprovou o imposto sobre lucros e dividendos. Isso daria R$ 69 bilhões. Ou seja, perfeitamente para fazer um reajuste da tabela do Imposto de Renda, de R$ 17 bilhões, e mais do Auxílio. Se fizer isso, tá tudo certo", completou Guedes.

Alta de juros do Banco Central

Guedes também falou a respeito do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2022, onde registrou um aumento de 1,2% na comparação com os três primeiros meses de 2021.

O ministro disse que houve um bom resultado, apesar do "freio de mão puxado", referência à alta de juros do Banco Central para tentar conter o aumento da inflação. A taxa Selic (taxa básica da economia) está atualmente em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos.

"Estamos com freio de mão puxado, que é o BC controlando a inflação. Não há razão para pessimismo à frente, muito pelo contrário. O Brasil estaria crescendo 3,5% de repente, 4%, se não fossem os juros, que justamente estão com freio de mão puxado, corretamente, para travar a inflação", declarou.