O novo programa social criado pelo governo federal já tem data para ser lançado. O Renda Brasil deve chegar a parte da população brasileira em janeiro de 2021. O prazo foi estipulado por Bolsonaro, que não quer um abismo entre o último pagamento do Auxílio Emergencial - que deve ocorrer em dezembro - e o início do novo programa. Para isso, Paulo Guedes e sua equipe econômica trabalham para finalizar a proposta e enviá-la ao Congresso nas próximas semanas.

O Renda Brasil será destinado aos brasileiros de baixa renda e será a unificação de diversos programas sociais já existentes como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada, o Abono Salarial, o Seguro-Defeso e outros. Apesar de substituir o Auxílio Emergencial, o programa deve contemplar um número bem menor de beneficiários, algo em torno de 21 milhões de famílias.

Renda Brasil iniciará em janeiro

A intenção do governo é fazer a transição durante o período de prorrogação do Auxílio Emergencial, que será pago até agosto para quem começou a receber em abril e para outra parcela de brasileiros termina em novembro. Para isso, o governo já estuda uma nova prorrogação estendendo a duração do Auxílio Emergencial até dezembro de 2020.

Para conseguir pagar o novo benefício o governo estuda adotar medidas como Imposto de Renda negativo e o fim da desoneração de parte dos produtos da cesta básica. Além disso, existe a ideia de incluir medidas para estimular a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho por meio da Carteira Verde Amarela.

"Quando cair, o brasileiro vai para o Renda Brasil. Mas queremos estimular ele a trabalhar de novo e sair do programa assistencial. O medo das pessoas de sair para começar a trabalhar era perder o Bolsa Família. Mas nós vamos fazer a conversão instantânea. Se não conseguir levantar e cair de novo, garante o Bolsa Família. Se conseguir, quer estimular", afirmou Guedes.

Quem terá direito ao Renda Brasil?

Serão beneficiados pelo Renda Brasil as 14 milhões de famílias contempladas hoje pelo Bolsa Família e mais 6 ou 7 milhões de famílias que hoje recebem o Auxílio Emergencial. Segundo o governo, este último grupo até início da pandemia não recebia nenhum benefício social, os chamados "invisíveis" pelo governo. Estas famílias, segundo Guedes, continuarão em situação de vulnerabilidade após o combate ao coronavírus e precisarão de algum tipo de benefício social para sobreviver.

Renda Brasil já tem valor levantado

Segundo Guedes, o novo programa social deverá pagar entre R$ 250 e R$ 300 por mês. Atualmente, integrantes do Bolsa Família podem receber até R$ 205,00 por mês de acordo com o tipo do benefício em que se encaixam. "O nível vai subir para R$ 250 ou para quase talvez R$ 300", disse o ministro em entrevista.

"O auxílio vai começar a descer e vai aterrissar no renda básica. Vai juntar o abono salarial, o Bolsa Família, mais dois ou três programas focalizados e vai criar o Renda Brasil. E vai ser acima do Bolsa Família. Amplia a base, são os 26 milhões do Bolsa Família mais os 10 milhões de brasileiros que eram invisíveis. E vamos ampliar também a cobertura", destacou Guedes.