O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) divulgou a Portaria MGI nº 6.017 que regulamenta o aguardado Concurso Público Nacional Unificado (CNPU). Em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de 4 de outubro o governo divulgou mais informações de como se dará esse primeiro concurso nacional, estilo ENEM.
No dia 29 de setembro, o presidente Lula havia assinado o decreto 11.722, que regulamentou a realização do CNPU, oficializando os órgãos que aderiram ao "concursão" nacional. O edital vai sair dia 10 de janeiro de 2024 - veja abaixo mais datas.
Etapas do Concurso Nacional Unificado
Segundo o decreto, o novo CNU será dividido em duas etapas obrigatórias:
- Primeira etapa: Nesta fase, os candidatos enfrentarão provas objetivas ou objetivas e dissertativas, de acordo com as especificidades temáticas de cada bloco;
- Segunda etapa: Após a primeira etapa, os candidatos poderão (não obrigatória a todos os cargos) ter que enfrentar a prova de títulos, o que valoriza a experiência e a qualificação profissional. A aplicação desta etapa em cada bloco de cargos, ainda depende de confirmação do edital.
Vale ressaltar que, a critério de cada órgão ou entidade, o resultado do CNU poderá ser aproveitado em etapas adicionais de caráter eliminatório e/ou classificatório, de acordo com a legislação específica.
Em casos de vagas que exijam etapas adicionais, como cursos de formação, por exemplo, os custos e as regras das fases serão de responsabilidade do respectivo órgão ou entidade que está ofertando a vaga.
Objetivos do CNU
A Portaria que regulamenta o CNU também descreve claramente seus objetivos, que são:
- Promover igualdade de oportunidades de acesso aos cargos públicos efetivos: O concurso busca ser um instrumento democrático, garantindo a todos a mesma oportunidade de competir pelas vagas;
- Padronizar procedimentos na aplicação das provas que ocorrerão em 180 cidades: A uniformização dos processos seletivos ajuda a garantir transparência e eficiência;
- Aprimorar os métodos de seleção de servidores públicos: O CNU prioriza as qualificações necessárias para o desempenho das atividades no setor público;
- Zelar pelo princípio da impessoalidade na seleção: O concurso é projetado para garantir que a seleção seja imparcial em todas as suas fases e etapas.
Divisão de custos
Um ponto importante a se destacar é a divisão de custos do CNU. Os gastos com o concurso serão compartilhados entre as entidades participantes. Contudo, a Portaria estabelece que, até um milhão de inscritos, o valor será integralmente custeado pelo MGI.
Para um número de inscritos entre um milhão e um milhão e quinhentos mil, os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional que aderirem ao CNU deverão contribuir proporcionalmente com os recursos financeiros correspondentes, de acordo com o número de vagas oferecidas.
A partir de dois milhões e quinhentos mil inscritos, os valores excedentes poderão ser custeados parcial ou integralmente pelo MGI. A expectativa é de que 3 milhões de pessoas se inscrevam.
Distribuição das vagas
Outra informação crucial é a distribuição das vagas. Das 9.116 vagas autorizadas para entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional este ano, 6.640 serão oferecidas através desse edital unificado. Isso representa cerca de 70% do total de vagas anunciadas, proporcionando uma ampla gama de oportunidades para os candidatos.
Aqui está a distribuição das vagas por órgãos que farão parte do CNU:
- Funai - 502 vagas
- Incra - 742 vagas
- MAPA - 520 vagas
- Ministério da Gestão e cargos transversais - 1.480 vagas
- Ministério da Saúde - 220 vagas
- Ministério do Trabalho e Emprego - 900 vagas
- Antaq - 30 vagas
- MDIC - 110 vagas
- Previc - 40 vagas
- ANEEL - 40 vagas
- ANS - 35 vagas
- IBGE - 895 vagas
- Ministério da Justiça - 130 vagas
- MCTI - 296 vagas
- Ministério da Cultura - 50 vagas
- Advocacia Geral da União - 400 vagas
- Ministério da Educação - 70 vagas
- MDHC - 40 vagas
- MPI - 30 vagas
- MPO - 60 vagas
Cronograma preliminar CNU
Veja abaixo o cronograma preliminar da seleção:
- Publicação do edital - 10 de janeiro de 2024
- Inscrições - 19 de janeiro a 9 de fevereiro de 2024
- Aplicação das provas - dia 5 de maio de 2024
- Resultado da etapa unificada - até junho de 2024
- Posse dos novos servidores - a partir de agosto de 2024
Como serão as provas
A aplicação das provas estava inicialmente prevista para março, porém, foi alterada para 5 de maio, permitindo aos candidatos um maior tempo de preparação.
Outro detalhe interessante é que os candidatos poderão pagar uma única taxa de inscrição para concorrer em diversos órgãos, indicando sua ordem de preferência. Isso facilita a vida dos candidatos que desejam aproveitar várias oportunidades.
Embora a aplicação das provas deva ocorrer em cerca de 220 cidades em todo o país, é importante ressaltar que a lotação das vagas pode não ser nas mesmas localidades. A maioria das oportunidades será reservada para Brasília (DF), mas é importante estar atento às especificidades de cada cargo.
A divulgação das disciplinas das provas objetivas e dissertativas sairá junto com a publicação do edital de abertura de inscrições.
A parte de títulos deverá ser diferenciada de acordo com as necessidades de cada órgão. Algumas carreiras prevêem a aplicação de entrevistas ou memoriais, e nesses casos, o próprio órgão poderá realizar o exame posteriormente, separado da seleção unificada. O mesmo se dará para cargos que eventualmente contem com algum tipo de curso de formação.
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