O Governo Federal confirmou o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU). A decisão ocorre devido às fortes chuvas e aos desastres naturais ocorridos nos últimos dias no estado do Rio Grande do Sul.

A informação foi oficialmente divulgada em uma coletiva de imprensa, com a presença da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, iniciada às 15h desta sexta-feira. Até o momento, não foi divulgada a nova data.

Na noite da última quinta-feira (02), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) havia confirmado que as provas do concurso seriam aplicadas em todo o país, mesmo com todo o caos no estado gaúcho.

Esther Dweck adia Enem dos Concursos

Em coletiva à imprensa, a ministra Esther Dweck divulgou o adiamento do Concurso Nacional Unificado, em decorrência a situação de calamidade do Rio Grande do Sul.

"Estávamos muito focados em fazer as provas no domingo (05). Mas devido a situação do agravamento sem precedentes no Rio Grande do Sul, não será possível. Além disso, Santa Catarina também foi afetada. Assim, concluímos que seria impossível realizar as provas no Sul [...] Vamos assinar um acordo que define o adiamento do concurso, garantindo aos candidatos que será aplicada a prova em todas as regiões, com todas as condições".

De acordo com a ministra, não há uma nova data para a aplicação das provas. isso deve acontecer na próxima semana.

Além disso, Dweck confirmou que as provas já estavam nas capitais, inclusive em Porto Alegre-RS, chegando em 65% nos estados que haveriam provas. Agora, a ideia do Governo é recentralizar essas provas, para que seja garantida a integridade delas, centralizando-as em locais com segurança, mantendo as mesmas.

Fortes chuvas no RS

Os temporais que assolaram a região já ocasionaram 31 óbitos, deixaram 72 pessoas desaparecidas e causaram devastação em 57% dos municípios, que foram declarados em estado de emergência. Milhares de indivíduos foram desalojados e buscam abrigo em meio às inundações. A infraestrutura foi severamente afetada, com rodovias bloqueadas e problemas de comunicação, o que torna praticamente impossível a realização das provas em várias localidades.

Pela manhã desta sexta-feira, o ministro Paulo Pimenta (PT), disse que o adiamento do concurso acarretaria um custo de R$ 50 milhões. Além disso, Pimenta afirma que o adiamento só aconteceria mediante uma decisão judicial.

Falta de energia e recursos no estado

O governador Eduardo Leite havia declarado que seria recomendado ao governo federal a busca por alternativas viáveis para contornar a situação atual. Devido às condições climáticas adversas deste fim de semana, o concurso se tornou completamente inviável para os residentes gaúchos.

O pedido do governo era para a suspensão das provas. Leite destacou que, neste momento, não é possível determinar qual seria a melhor abordagem, mas expressou confiança de que o governo federal encontrará uma solução para não prejudicar os candidatos gaúchos que planejavam participar do concurso. As fortes chuvas causaram o rompimento de estradas e afetaram diversas famílias, resultando em inúmeros transtornos nessas áreas.

Não há condições para a realização das provas nas escolas do centro do estado, pois muitas estão sem energia e acesso, devido a deslizamentos de terra nas rodovias e à quebra de pontes. A região mais afetada é o centro do estado, com cidades como Santa Maria, Porto Alegre e Santa Cruz do Sul, que somam mais de 50 mil candidatos com provas marcadas nos locais. Confira o número de inscritos nas cidades:

  • Bagé: 2594 inscritos
  • Caxias do Sul: 3172 inscritos
  • Farroupilha: 1275 inscritos
  • Passo Fundo: 5038 inscritos
  • Pelotas: 11013 inscritos
  • Porto Alegre: 38292 inscritos
  • Santa Cruz do Sul: 2978 inscritos
  • Santa Maria: 9003 inscritos
  • Santo Ângelo: 4385 inscritos
  • Uruguaiana: 2598 inscritos