O próximo concurso público do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Concurso IBGE) está confirmado para 2021! Após propor que o censo demográfico fosse realizado em 2022, o governo federal decidiu manter o estudo no próximo ano, bem como a realização da seleção.
O estudo populacional seria realizado neste ano e foi adiado para 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus e ao alto risco de contágio. No entanto, antes de enviar a proposta de Orçamento para o próximo ano o governo cogitou a possibilidade de postergar o censo para 2022 para que no próximo ano os recursos que seriam destinados ao estudo possam ser direcionados para os ministérios, principalmente o da Defesa.
Assim, os cerca de R$ 2,3 bilhões que são utilizados para a realização do censo serão distribuídos para outras pastas, de acordo com a proposta encaminhada pelo presidente Jair Bolsonaro para o Orçamento de 2021. A proposta será encaminhada ao Congresso até o final deste mês.
Após a repercussão da possibilidade de adiamento, a Associação dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE) se manifestou declarando que postergar a realização do estudo é um "desperdício de dinheiro". De acordo com a nota publicada pelo sindicato, a medida irá representar "um desperdício de recursos já aplicados em equipamentos e recursos humanos".
"Toda a atualização do cadastro de endereços e da base territorial, produzida até o final de 2019, ficará desatualizada. E não há previsão de pré-coleta, operação de atualização feita pelos próprios recenseadores. Serão necessários recursos para atualização cadastral e obsolescência dos equipamentos. Haverá desmobilização das equipes já treinadas. Será necessário outro treinamento e não teremos possibilidade de novas provas piloto e censo experimental. A não ser que se gaste novamente recursos para estes fins. Os contratos dos analistas censitários encerram justamente em 2022. Não haverá pessoal suficiente para etapas de crítica, apuração e tabulação", informou a categoria.
Segundo especialistas, a possibilidade de adiamento é preocupante visto que o Censo Demográfico é utilizado como base para o desenvolvimento das políticas públicas. "Economiza-se um dinheiro de Orçamento com um Censo, mas as políticas públicas perderão eficiência sem um retrato atualizado numa proporção maior. Serão perdidos bilhões a mais pela falta dessa atualização", avaliou Sérgio Besserman, economista e presidente do IBGE entre 1999 e 2003.
Concurso IBGE foi suspenso em março
A seleção promovida pelo IBGE com mais de 208 mil vagas em todo território nacional foi cancelada em março deste ano, devido ao avanço da pandemia do novo coronavírus pelo país. Junto com o comunicado de suspensão do processo seletivo, o instituto ressaltou que o censo seria transferido para o próximo ano, sendo realizado em 2021. Para contemplar a data de referência dos últimos censos realizados no país a data de referência do próximo Censo seria o dia 31 de julho de 2021, com coleta de dados prevista entre 1º de agosto e 31 de outubro de 2021.
Desde o dia 12 de maio os candidatos que se inscreveram para participar do censo de 2020 podem pedir a devoluçãoo da taxa de inscrição. No período em que estiveram abertas as inscrições, o IBGE registrou 100.735 candidatos interessados nos cargos de Agente Censitário e Recenseador. Os candidatos que se inscreveram para mais de um cargo (as provas estavam previstas para dois domingos) receberão os valores em uma única parcela. Segundo o IBGE, serão devolvidos R$ 2,8 milhões aos candidatos, valor arrecadado com as inscrições.
Por meio de dois editais o IBGE abriu 208.695 vagas nos cargos de Agente Censitário Municipal (ACM), Agente Censitário Supervisor (ACS) e Recenseador, profissionais que seriam responsáveis pela realização do Censo Demográfico que estava previsto para 2020.
O edital 02/2020 ofertou 28.138 vagas para candidatos de nível médio completo, sendo 5.462 para para o cargo de Agente Censitário Municipal e 22.676 vagas para a função de Agente Censitário Supervisor. O salários era de R$ 1.700,00 para Agente Censitário Supervisor e de R$ 2.100,00 para Agente Censitário Municipal. A jornada de trabalho seria de 40 horas semanais.
Já o edital 03/2020 contou com 180.557 vagas para o cargo de Recenseador, que exige ensino fundamental completo. A remuneração do Recenseador é por produção, calculada por setor censitário, conforme unidades recenseadas (domicílios urbanos e/ou rurais), tipo de questionário (básico ou amostra) e pessoas recenseadas. A jornada de trabalho seria de no mínimo, 25 horas semanais, além da participação integral e obrigatória no treinamento.
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