O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, após 3 anos, cortar a taxa SELIC. O corte de meio ponto percentual reduziu a taxa para 13,25% nesta quarta-feira, 2 de agosto. Como era esperado pelo mercado financeiro, o órgão decidiu reduzir a taxa após dados positivos da redução da inflação nos últimos meses.
A próxima reunião do Comitê está agendada para 19 e 20 de setembro e um novo corte já é previsto. Ainda, encontros ocorrerão em 1º de novembro e 13 de dezembro deste ano.
A taxa Selic, abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela orienta o cálculo de outros juros no país, como os de empréstimos, financiamentos e a rentabilidade de investimentos. O Copom revisa a Selic a cada 45 dias, definindo como os bancos devem cobrar por empréstimos e financiamentos e influenciando a rentabilidade de investimentos.
Quando a taxa Selic é cortada, os empréstimos e financiamentos ficam mais baratos e o poder de compra da população aumenta, acelerando a economia. Por outro lado, investimentos como os títulos públicos têm uma rentabilidade menor.
Banco Central não descarta novo corte
Segundo o BC, as condições econômicas globais ainda se apresentam incertas, com uma ligeira redução da inflação recentemente, mas ainda com níveis elevados de inflação em diversos países.
No âmbito nacional, os indicadores mais recentes da atividade econômica indicam uma desaceleração nos próximos trimestres. Apesar da diminuição da inflação para o consumidor, espera-se um aumento da inflação acumulada nos próximos meses. A inflação subjacente também apresentou queda, mas ainda está acima da meta.
Já as expectativas de inflação para os próximos anos diminuíram. O Copom projeta uma inflação de 4,9% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,0% em 2025. Para os preços administrados, a projeção é de 9,4% em 2023, 4,6% em 2024 e 3,5% em 2025.
Diante desse cenário, o Copom decidiu reduzir a taxa básica em 0,5 ponto percentual, para 13,25% a.a., com o objetivo de iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária. Essa decisão busca estabilizar preços e impulsionar a atividade econômica.
O Comitê destaca a importância de continuar com uma política monetária contracionista para garantir a desinflação e o cumprimento das metas. Foi considerado reduzir a taxa básica para 13,50%, mas optou-se por uma redução maior devido à melhora dos indicadores inflacionários.
A maioria dos membros do Comitê votou pela redução de 0,50 ponto percentual, exceto alguns membros que votaram por redução menor, de 0,25 ponto percentual.
CDI cai
Agora, o CDI - Certificado de Depósito Interbancário deve cair para 13,2%, fazendo o dinheiro investido em produtos de renda fixa renderem menos. Para a poupança nada muda, pois ela rende 0,5% mais a TR - Taxa Referencial enquanto a SELIC estiver acima de 8,5%.
Veja como a mudança influencia nos seus investimentos.
Valor aplicado | Produto | Com Selic a 13,75% (após 1 mês) | Com nova Selic a 13,25% (após 1 mês) |
R$ 1.000,00 | CDB 110%* | R$ 1.096,00 | R$ 1.093,00 |
R$ 1.000,00 | CDB 100%* | R$ 1.088,00 | R$ 1.085,00 |
R$ 1.000,00 | LCI 100% | R$ 1.130,00 | R$ 1.100,00 |
R$ 1.000,00 | Poupança | R$ 1.071,00 | R$ 1.071,00 |
* Vale lembrar que na conta acima do CDB foi descontado a alíquota de 22,5% do IR que incide para investimentos com prazo de saque de 0 a 6 meses. Caso o valor permaneça investido por mais tempo o IR diminui e o dinheiro rende um pouco mais.
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