A projeção do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano foi revisada de 1% para 1,02%. Essa estimativa foi divulgada no boletim Focus de hoje (15), uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) que traz as projeções dos principais indicadores econômicos.

A estimativa para o próximo ano é de um crescimento de 1,38% do Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde à soma dos bens e serviços produzidos no país. Para os anos de 2025 e 2026, as projeções do mercado financeiro indicam uma expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mediana de 1,7% e 1,8%, respectivamente. Essas estimativas apontam para uma fraca expansão da atividade econômica nos próximos anos.

Previsão do IPCA para 2024 a 2026

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial do país, a previsão foi ajustada de 6,02% para 6,03% neste ano. Para o ano de 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,15%. Já para os anos de 2025 e 2026, as projeções indicam uma inflação de 4% para ambos os anos.

É importante destacar que a estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central. Para o ano de 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Essa abordagem indica que o intervalo de tolerância da meta estabelecida é de 1,75% a 4,75%. De acordo com o Banco Central, a inflação oficial deve exceder o limite superior em 2023.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 está acima do centro da meta estabelecida, que é de 3%, porém ainda dentro da faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso, a estimativa se encontra dentro dos limites permitidos, embora ultrapasse a meta estipulada.

No mês de abril, o IPCA, influenciado pelo aumento dos preços dos remédios, registrou um índice de 0,61%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado é menor do que a taxa de março, que foi de 0,71%. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula um total de 4,18%.

Taxa SELIC

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, conhecida como Selic, que está em 13,75% ao ano, fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Essa taxa está em vigor desde agosto do ano passado e é a mais alta desde janeiro de 2017, quando também se encontrava nesse nível.

Segundo as projeções do mercado financeiro, espera-se que a Selic encerre o ano de 2023 em 12,5% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é de uma redução para 10% ao ano. Já para o final de 2025 e 2026, a previsão é de que a taxa básica fique em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

O patamar da Selic tem gerado divergências entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é controlar a demanda aquecida, o que tem impacto nos preços, pois juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Por outro lado, taxas mais elevadas podem dificultar a expansão da economia, pois diminui o consumo.

Quando o Copom decide reduzir a taxa básica de juros, espera-se que o crédito fique mais acessível, o que estimula a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e impulsionando a atividade econômica.

Quanto à estimativa do mercado para a cotação do dólar, prevê-se que a moeda americana alcance o valor de R$ 5,20 até o final deste ano. Para o final de 2024, a expectativa é de que a cotação se mantenha estável no mesmo patamar.