Há cada 45 dias, em média, o Banco Central (BC) realiza uma reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão que cuida da taxa básica de juros da economia brasileira, a Taxa Selic.

A cada encontro, o grupo que é formado por diretores do BC, analisa o cenário econômico e delibera sobre a necessidade de elevação ou redução da taxa que, por sua vez, afeta todas as demais taxas de juros do país.

Por isso, o Brasil inteiro acompanha e espera por esse evento que é realizado em dois dias, iniciando em uma terça-feira e terminando na quarta-feira. O resultado da reunião é sempre divulgado por volta das 18h30 desse segundo dia.

E o próximo encontro já está acontecendo desde essa terça-feira, dia 21. Ele deve ser encerrado nessa quarta, dia 22, quando uma nova decisão será anunciada.

Veja abaixo as datas do calendário Copom para 2023 e confira quais são as expectativas do mercado e do próprio Copom para os próximos meses.

Créditos: Divulgação/Banco Central
Créditos: Divulgação/Banco Central

Calendário Copom 2023: veja as datas das reuniões deste ano

A primeira reunião do Copom em 2023 foi realizada nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, quando a Selic foi mantida em 13,75% ao ano. O próximo encontro será realizado em março. Confira abaixo em quais dias a Selic será revisada em 2023:

  • 31 de janeiro e 1º de fevereiro;
  • 21 e 22 de março;
  • 2 e 3 de maio;
  • 20 e 21 de junho;
  • 1º e 2 de agosto;
  • 19 e 20 de setembro;
  • 31 de outubro e 1º de novembro;
  • 12 e 13 de dezembro.

Portanto, em 2023, como de costume, serão oito as reuniões ao total.

Qual a perspectiva para o encontro de março?

A perspectiva do mercado é de que até o final de 2023 a taxa Selic seja reduzida para 12,75% ao ano, ou seja, em 1 ponto percentual. Mas essa diminuição deve começar a acontecer mais para frente.

Segundo o próprio Copom divulgou, na ata da última reunião, deve-se perseverar a taxa Selic até que se consolide não apenas o processo de desinflação, mas também a possibilidade de que as metas de inflação atendam expectativas.

"O Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação", disse o órgão.

Em outro trecho da ata, consta que

"O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 5,95% e 4,11%, respectivamente.

As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 5,6% para 2023 e 3,4% para 2024.

Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo de todo o horizonte relevante, as projeções de inflação situam-se em 5,5% para 2023, 3,1% para o terceiro trimestre de 2024 e 2,8% para 2024.

O Copom destacou ainda que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual. Portanto, o cenário pode mudar a qualquer momento a depender de diversos fatores.

Quem é o COPOM do Banco Central?

O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente e diretores. Veja a foto abaixo:

Composição atual do Copom: (da esquerda para a direita) Bruno Serra Fernandes, Diretor de Política Monetária; Otavio Ribeiro Damaso, Diretor de Regulação; Paulo Souza, Diretor de Fiscalização; Carolina de Assis Barros, Diretora de Administração; Mauricio Moura, Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta; Roberto Campos Neto, Presidente; Fernanda Guardado, Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos; Renato Dias de Brito Gomes, Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução; e Diogo Abry Guillen, Diretor de Política Econômica. Créditos: Divulgação/Banco Central
Composição atual do Copom: (da esquerda para a direita) Bruno Serra Fernandes, Diretor de Política Monetária; Otavio Ribeiro Damaso, Diretor de Regulação; Paulo Souza, Diretor de Fiscalização; Carolina de Assis Barros, Diretora de Administração; Mauricio Moura, Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta; Roberto Campos Neto, Presidente; Fernanda Guardado, Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos; Renato Dias de Brito Gomes, Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução; e Diogo Abry Guillen, Diretor de Política Econômica. Créditos: Divulgação/Banco Central

Sua principal função é definir a Taxa Selic.

A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem a apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados.

Assim, o Comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua decisão. Depois, a reunião é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados.

Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados. As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação medida pelo IPCA situe-se em linha com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado na internet. As Atas das reuniões do Copom são publicadas no prazo de até quatro dias úteis após a data da realização das reuniões. Normalmente, as reuniões do Copom ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, às 8:00.

Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto - comprando e vendendo títulos públicos federais - para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

Créditos: Divulgação/Banco Central
Créditos: Divulgação/Banco Central

O que é a Selic?

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é um sistema do mercado financeiro brasileiro administrado pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que se destina à custódia dos títulos do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos.

Basicamente, a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Como tal, ela impacta todos os demais juros do país, bem como as taxas de empréstimos, financiamentos e investimentos.