Se você costuma carregar notas e moedas na carteira, é hora de repensar essa prática. A circulação de dinheiro em papel teve sua segunda queda anual da história em 2023, segundo um levantamento realizado com base em dados do Banco Central. A redução foi modesta, 0,2%, mas revela uma tendência que está ganhando força.
Em 2022, o valor total de papel-moeda em circulação era de R$ 342,3 bilhões, mas ao final de 2023, esse montante diminuiu para R$ 341,6 bilhões. A única outra queda registrada foi em 2021, influenciada pelo impacto atípico da pandemia de COVID-19.
Aumento devido aos benefícios sociais
O aumento em 2020, na casa dos R$ 90 bilhões, foi resultado dos pagamentos do auxílio emergencial em cédulas. Contudo, essa alta foi corrigida em 2021 com a digitalização das contas dos beneficiários e a introdução do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central.
Em 2023, as cédulas foram as principais responsáveis pela redução, com uma queda de 0,3%, enquanto as moedas apresentaram um aumento para R$ 8,1 bilhões, a maior quantia nominal desde o Plano Real.
O Brasil tinha 30,5 bilhões de moedas em circulação em 2023, comparado a 29,5 bilhões em 2022. Por outro lado, o número de notas diminuiu em 0,4%, totalizando 7,7 bilhões.
Projeto de lei propõe o fim do papel-moeda
O cenário de uma sociedade sem dinheiro físico ganha ainda mais força com o Projeto de Lei 4068/20, em tramitação na Câmara dos Deputados. Esse projeto propõe a extinção do papel-moeda no país, tornando todas as transações financeiras exclusivamente digitais. A posse de cédulas seria permitida apenas para fins de registro histórico.
Segundo o texto, a produção, circulação e uso de notas com valor superior a R$ 50 seriam proibidos até um ano após a aprovação da lei, enquanto para as de valor inferior, o prazo seria de até cinco anos. Além disso, a Casa da Moeda do Brasil teria a responsabilidade de desenvolver tecnologias para transações financeiras.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), autor da proposta, destaca que a tecnologia proporciona condições ideais para pagamentos sem a necessidade de dinheiro em espécie. Ele ressalta que essa mudança poderia facilitar o controle financeiro sobre atividades ilícitas, como terrorismo, sonegação, lavagem de dinheiro e corrupção.
O dinheiro em papel vai realmente acabar?
A transformação drástica tem como objetivo modernizar o cenário financeiro, impulsionando a eficiência das transações e mitigando os riscos inerentes ao uso de dinheiro físico. Em uma parceria estratégica entre o governo e instituições financeiras, está sendo implementada uma transição gradual para métodos digitais de pagamento, como cartões e transações eletrônicas.
Além de almejar a modernização, o programa visa atacar a evasão fiscal, proporcionando uma rastreabilidade aprimorada nas transações e contribuindo para a luta contra a sonegação. É fundamental destacar as implicações positivas dessa mudança, enfatizando a segurança, praticidade e inovação que acompanham a adoção de meios eletrônicos de pagamento.
As deliberações sobre essa mudança foram tema de discussões intensas entre especialistas financeiros e representantes do governo, todos ressaltando os benefícios potenciais para a economia nacional. Contudo, o término do uso de dinheiro em espécie não se resume apenas a uma modernização tecnológica; trata-se também de uma medida estratégica para impulsionar a inclusão financeira e simplificar as operações comerciais no país.
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