O faturamento no comércio do país teve um leve aumento nos últimos meses. De acordo com o gerente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e responsável pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) Cristiano Santos, o aumento do Auxílio Brasil, que passou de R$ 400 para R$ 600, foi o principal fator para o ganho acumulado de 1,7% do varejo nos últimos 3 meses.

Desta forma, em agosto, setembro e outubro, o comércio brasileiro sentiu um aumento de 1,2% em suas vendas, sendo o mês de setembro em que teve seu recorde. Nos demais meses, o IBGE classificou o movimento com estabilidade, ficando com aumento de 0,2% em agosto e 0,4% em outubro.

"O crescimento da massa de rendimento real e também uma deflação, uma inflação mais baixa, são fatores que contribuem para o crescimento de 1,7% nesses três meses. Mas o principal foi a entrada do Auxílio Brasil. Como o volume maior de crescimento [do varejo] foi em setembro, acaba aparecendo mais em setembro que nos outros meses", afirma Santos.

Para 2023, o Bolsa Família de R$ 600 seguirá sendo pago, com o adicional de R$ 150 para cada filho destas famílias. Dessa forma, o setor do comércio deve seguir aquecido.

Influência das eleições

Para Cristiano, o mês de agosto teve uma queda nos valores dos combustíveis devido a influência da política, onde houve uma diminuição da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Já em setembro, ocorreu o aumento dos valores do programa de transferência de renda do governo. No mês de outubro, ocorreu o impacto do aumento da massa de rendimentos e do número de trabalhadores ocupados.

Três altas consecutivas nas vendas

Em relação a setembro, as vendas do comércio varejista brasileiro tiveram aumento de 0,4% em outubro. Esta é a terceira taxa consecutiva no aumento do consumo. Comparado ao mesmo mês do ano anterior, o setor registrou um avanço de 2,7% nas vendas.

Segundo o Instituto, das oito atividades do comércio, cinco tiveram aumento nas vendas na passagem de setembro para outubro.

Confira o desempenho de cada uma das atividades comerciais pesquisadas:

  • Móveis e eletrodomésticos: aumento de 2,5%;
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: aumento de 2,0%;
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: aumento de 2,0%;
  • Combustíveis e lubrificantes: aumento de 0,4%;
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: aumento de 0,2%;
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: queda de 0,4%;
  • Tecidos, vestuário e calçados: queda de 3,4%;
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: queda de 3,8%.