Uma análise realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (15), mostrou que no segundo trimestre de 2023, ocorreu uma queda na taxa de desemprego em oito das 27 Unidades da Federação no Brasil. Nas demais unidades federativas, a taxa manteve-se estável.

Segundo o IBGE, o Distrito Federal registrou a maior redução na taxa de desocupação, declinando de 12% no primeiro trimestre para 8,7% no atual. Logo após, observa-se o Rio Grande do Norte, que passou de 12,1% para 10,2%.

Outros estados que experimentaram uma diminuição no índice de desemprego incluem São Paulo, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Pará e Mato Grosso.

Taxa de desemprego cai no Brasil

Veja abaixo a tabela da taxa de desocupação por estado, frente ao trimestre anterior (%) do 2º trimestre de 2023:

UF 1T23 2T23 SITUAÇÃO
Pernambuco 14,1 14,2 -
Bahia 14,4 13,4 -
Amapá 12,2 12,4 -
Rio de Janeiro 11,6 11,3 -
Paraíba 11,1 10,4 -
Sergipe 11,9 10,3 -
Amazonas 10,5 9,7 -
Piauí 11,1 9,7 -
Alagoas 10,6 9,7 -
Acre 9,8 9,3 -
Tocantins 6,9 6,5 -
Espírito Santo 7 6,4 -
Goiás 6,7 6,2 -
Rio Grande do Sul 5,4 5,3 -
Roraima 6,8 5,1 -
Paraná 5,4 4,9 -
Mato Grosso do Sul 4,8 4,1 -
Santa Catarina 3,8 3,5 -
Rondônia 3,2 2,4 -
São Paulo 8,5 7,8
Brasil 8,8 8
Ceará 9,6 8,6
Minas Gerais 6,8 5,8
Maranhão 9,9 8,8
Pará 9,8 8,6
Mato Grosso 4,5 3
Rio Grande do Norte 12,1 10,2
Distrito Federal 12 8,7
Créditos: Divulgação/IBGE

De acordo com as declarações de Adriana Beringuy, responsável pela área de Trabalho e Rendimento do IBGE, houve uma tendência geral de redução nas Unidades da Federação, mas somente as oito mencionadas apresentaram uma diminuição estatisticamente significativa. Além disso, a diminuição na taxa de desemprego neste trimestre destaca novamente um padrão sazonal observado durante o primeiro semestre do ano.

Após o crescimento registrado no primeiro trimestre, em grande parte devido à busca por emprego por parte daqueles que foram dispensados no início do ano, a procura por trabalho tende a diminuir no segundo trimestre.

No final de julho, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil atingiu 8% no período móvel de três meses que terminou em junho. Comparado ao trimestre anterior, que compreende os meses de janeiro a março, esse período apresenta uma queda de 0,8 ponto percentual (8,8%) na taxa de desocupação. No equivalente trimestre do ano anterior, a taxa estava em 9,3%.

Desocupação por região, faixa etária, raça e sexo

O IBGE divulgou recentemente que a região Nordeste mantém sua posição como a área com a maior taxa de desemprego no Brasil. Seguem abaixo as comparações entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período em 2022:

  • Nordeste: Taxa de desemprego de 11,3%, em comparação com 12,7% no ano anterior.
  • Norte: Taxa de desocupação de 8,1%, em comparação com 8,9% no ano anterior.
  • Sudeste: Taxa de desocupação de 7,9%, em comparação com 9,3% no ano anterior.
  • Centro-Oeste: Taxa de desocupação de 5,7%, em comparação com 7% no ano anterior.
  • Sul: Taxa de desocupação de 4,7%, em comparação com 5,6% no ano anterior.

Quanto aos estados, as maiores taxas de desocupação são encontradas em Pernambuco (14,2%), Bahia (13,4%) e Amapá (12,4%). Enquanto as menores taxas estão em Rondônia (2,4%), Mato Grosso (3,0%) e Santa Catarina (3,5%).

Apesar disso, a informalidade ainda desempenha um papel significativo no mercado de trabalho. Dezesseis estados apresentam níveis de informalidade acima da média nacional (39,2%), sendo todos localizados nas regiões Norte e Nordeste.

Os maiores percentuais de informalidade estão no Pará (58,7%), Maranhão (57,0%) e Amazonas (56,8%). Já os menores índices estão em Santa Catarina (26,6%), Distrito Federal (31,2%) e São Paulo (31,6%).

Nas regiões Norte e Nordeste, há uma concentração de atividades que empregam trabalhadores sem carteira assinada e autônomos sem registro, como comércio e serviços, observa Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

De acordo com dados do IBGE, 73,3% dos empregados do setor privado possuem carteira de trabalho assinada, e os menores percentuais também estão no Nordeste (59,1%) e Norte (58,4%).

No segundo trimestre, a taxa de desemprego foi de 6,9% para homens e 9,6% para mulheres, em comparação com os números anteriores de 7,2% e 10,9%, respectivamente.

"Essa dinâmica resultou em uma taxa de ocupação de 47,1% para mulheres e 66,8% para homens, avaliando a proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade ativa", informa o IBGE.

Em relação às diferentes faixas etárias, as taxas de desemprego diminuíram em todos os grupos:

  • 14 a 17 anos: 29,8% de desocupação, em comparação com 33,1% no trimestre anterior;
  • 18 a 24 anos: 16,6% de desocupação, em comparação com 18% no trimestre anterior;
  • 25 a 39 anos: 7,4% de desocupação, em comparação com 8,2% no trimestre anterior;
  • 40 a 59 anos: 5,3% de desocupação, em comparação com 5,6% no trimestre anterior;
  • 60 anos ou mais: 3,4% de desocupação, em comparação com 3,9% no trimestre anterior.

Quanto à análise por raça, todas as opções também registraram redução nas taxas de desemprego:

  • Brancos: 6,3% de desocupação, em comparação com 6,8% no trimestre anterior;
  • Pardos: 9,3% de desocupação, em comparação com 10,1% no trimestre anterior;
  • Pretos: 10% de desocupação, em comparação com 11,3% no trimestre anterior.

O rendimento médio de todos os trabalhos permaneceu estável em relação ao primeiro trimestre de 2023 e apresentou aumento na comparação com o segundo trimestre de 2022.

Durante o segundo trimestre, o rendimento médio real habitual dos ocupados foi de R$ 2.921.

O ápice ocorreu no terceiro trimestre de 2020, com as perturbações da pandemia e a saída de trabalhadores pouco qualificados, alcançando R$ 3.129. O ponto mais baixo foi registrado no quarto trimestre de 2021, quando os trabalhadores retornaram e o mercado ainda estava desequilibrado, totalizando R$ 2.682.

O rendimento dos homens permanece substancialmente superior ao das mulheres: homens possuem salário de R$ 3.107, enquanto a remuneração das mulheres é de R$ 2.473.