O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) voltou a subir em fevereiro de 2023. É o que mostra os dados divulgados na manhã dessa sexta-feira, dia 24, pelos Instituto Brasileiro de Georgrafia e Estatística (IBGE). O índice é um dos que mede a inflação no Brasil.
Ele ficou em 0,76% no mês que está terminando. O IPCA-15, vale dizer, mostra uma prévia da inflação do mês a partir de uma análise dos preços dos produtos e serviços nos últimos 15 dias de janeiro e nos primeiros 15 dias de fevereiro. O IPCA completo do mês será divulgado no início de março.
Esses 0,76% são 0,21 pontos percentuais (p.p.) a mais do que o IPCA-15 registrado em janeiro, que foi de 0,55%. Na comparação com fevereiro de 2022, porém, o índice atual ainda é menor já que há um ano o IPCA-15 estava em 0,99%.
No acumulado do ano são 1,31% registrados e no acumulado dos últimos 12 meses são 5,63%. Além disso, os dados apontam também que dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em fevereiro.
Veja os detalhes abaixo.
IPCA-15 por grupos
A maior variação e o maior impacto no índice do mês vieram de Educação (6,41% e 0,36 p.p.). Na sequência, vieram Habitação (0,63% e 0,10 p.p.), que acelerou ante o mês anterior (0,17%), e Alimentação e bebidas, que subiu 0,39% e contribuiu com 0,08 p.p. em fevereiro.
Os demais grupos ficaram entre o 0,08% de Transportes e o 0,78% de Comunicação.
E a queda foi no grupo Vestuário, cujos preços recuaram 0,05% após a alta de 0,42% em janeiro.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Janeiro | Fevereiro | |
Índice Geral | 0,55 | 0,76 | 0,55 | 0,76 |
Alimentação e bebidas | 0,55 | 0,39 | 0,12 | 0,08 |
Habitação | 0,17 | 0,63 | 0,03 | 0,10 |
Artigos de residência | 0,38 | 0,71 | 0,02 | 0,03 |
Vestuário | 0,42 | -0,05 | 0,02 | 0,00 |
Transportes | 0,17 | 0,08 | 0,03 | 0,02 |
Saúde e cuidados pessoais | 1,10 | 0,55 | 0,14 | 0,07 |
Despesas pessoais | 0,57 | 0,63 | 0,06 | 0,06 |
Educação | 0,36 | 6,41 | 0,02 | 0,36 |
Comunicação | 2,36 | 0,78 | 0,11 | 0,04 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Educação
No grupo Educação (6,41%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (7,64%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
As maiores variações vieram do ensino médio (10,29%), do ensino fundamental (10,04%), da pré-escola (9,58%) e da creche (7,28%). Ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%) também registraram altas.
Habitação
O grupo Habitação (0,63%) acelerou em relação a janeiro (0,17%), influenciado pelas altas em aluguel residencial (0,89%) e condomínio (0,62%). A taxa de água e esgoto (1,32%) também registrou alta em fevereiro, consequência dos reajustes aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador.
Vale ressaltar o resultado do subitem gás encanado (1,50%), em decorrência das altas de 4,22% no Rio de Janeiro, onde houve aumento de 9% no dia 1º de janeiro e, posteriormente, redução de 2,86% a partir de 1º de fevereiro.
além disso, em Curitipa também houve alta de 4,6% onde houve aumento de 13,34% em função do reajuste nas tarifas e da mudança na forma de cobrança, a partir de 1º de fevereiro.
Em São Paulo (-0,71%), a redução de 0,71% a partir de 1º de janeiro não havia sido incorporada no IPCA-15 de janeiro e foi apropriada integralmente no IPCA-15 de fevereiro.
Ainda em Habitação, a energia elétrica subiu 0,35%, após queda de 0,16% no mês anterior. Os resultados das áreas foram desde -3,44% em Brasília até 5,99% em Salvador, onde o ICMS retornou ao patamar de 27% a partir de 1º de janeiro.
Alimentação
A variação de Alimentação e bebidas (0,39%) ficou abaixo da registrada em janeiro (0,55%). Os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,38%, influenciados pelas altas da cenoura (24,25%), das hortaliças e verduras (8,71%), do leite longa vida (3,63%), do arroz (2,75%) e das frutas (2,33%).
No lado das quedas, destaca-se a redução nos preços da cebola (-19,11%), do tomate (-4,56%), do frango em pedaços (-1,98%) e das carnes (-0,87%). A alimentação fora do domicílio (0,40%) ficou com resultado próximo ao do mês anterior (0,39%). O lanche teve alta de 0,78% e, a refeição, de 0,16%.
Transportes
Em Transportes, houve uma desaceleração de janeiro (0,17%) para fevereiro (0,08%). A principal razão foi a queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas. Todos os combustíveis (-0,28%) registraram queda de preço em fevereiro: etanol (-1,65%), gás veicular (-1,59%), óleo diesel (-0,59%) e gasolina (-0,04%).
Destaque também para a alta do subitem emplacamento e licença (1,62%), que incorporou a fração mensal referente ao IPVA de 2023.
Ainda em Transportes, a alta de 0,99% nos ônibus urbanos ocorreu devido ao aumento de 6,17% nas passagens do Rio de Janeiro (4,88%), vigente desde 7 de janeiro.
A alta de 1,34% no subitem trem também reflete um reajuste ocorrido na região metropolitana do Rio de Janeiro (3,40%): as tarifas para a população em geral foram reajustadas em 48% a partir de 9 de fevereiro.
Cabe mencionar ainda a variação de 2,11% dos táxis, em função dos reajustes de 16,74% em Salvador (8,28%), em vigor desde 30 de dezembro, e de 8,88% no Rio de Janeiro (5,15%), a partir de 1º de janeiro.
Comunicação
O grupo Comunicação (0,78%) teve seu resultado influenciado pelas altas de tv por assinatura (2,50%), combo de telefonia, internet e tv por assinatura (1,35%) e acesso à internet (0,66%).
IPCA-15 por região
Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. A maior variação foi registrada em Salvador (1,19%), influenciada pelas altas dos cursos regulares (7,84%), da energia elétrica (5,99%) e da gasolina (5,16%).
O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Goiânia (0,41%), onde pesaram as quedas de 3,07% da gasolina e de 2,49% da energia elétrica.
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