O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a prévia da inflação de junho. A boa notícia é que foi uma inflação mais baixa neste período, o que significa mais dinheiro no bolso do brasileiro e um aumento do poder de compra, o que é positivo para a economia como um todo.

Segundo as estatísticas do IBGE, os segmentos que apresentaram as maiores reduções nos preços durante o mês de junho foram Transportes (-0,55%), Alimentação e Bebidas (-0,51%), e Artigos de Residência, englobando produtos como televisão, equipamentos de som e computadores, registraram uma ligeira diminuição de -0,01%.

O IPCA-15, que é o principal índice de medição da inflação, ficou em 0,04% em junho, uma taxa 0,47% inferior à registrada em maio de 2023. No acumulado do trimestre, o índice ficou em 1,12%, abaixo dos 3,04% registrados no mesmo período do ano anterior. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%, ou seja, superior ao resultado atual.

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O que ficou mais barato?

O IPCA-15 acumulado no trimestre ficou em 1,12%, também abaixo dos 3,04% registrados no mesmo período de 2022. Durante o período de 12 meses encerrado recentemente, o IPCA-15 registrou um acúmulo de 3,40%, um valor inferior aos 4,07% observados nos 12 meses precedentes. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em junho. No índice deste mês, o grupo Habitação apresentou a maior variação (0,96%), com um impacto significativo de 0,14 ponto percentual. Em contrapartida, os setores que tiveram uma queda foram Transportes (-0,55%), Alimentação e Bebidas (-0,51%), e Artigos de Residência (-0,01%). Os demais grupos tiveram variações entre 0,04% em Educação e 0,79% em Vestuário.

Créditos: Divulgação/IBGE
Créditos: Divulgação/IBGE

No grupo Habitação (0,96%), merece destaque o aumento na taxa de água e esgoto (3,64%), contribuindo com 0,06 ponto percentual no índice. Essa elevação se deve aos reajustes aplicados em quatro regiões consideradas no cálculo do índice: em Curitiba, a partir de 17 de maio, houve um aumento de 8,20% (7,92%); em São Paulo, a partir de 10 de maio, registrou-se um aumento de 9,56% (7,63%); em Recife, a partir de 28 de abril, houve um aumento de 11,20% (4,61%); e em Belém, a partir de 28 de maio, registrou-se um aumento de 8,33% (5,00%).

A energia elétrica residencial teve alta de 1,45% (0,06 ponto percentual), devido aos reajustes aplicados em Belo Horizonte (9,15%), Recife (8,21%), Fortaleza (2,20%) e Salvador (1,84%). No que se refere ao gás encanado, verificou-se uma diminuição de 0,33%, resultado das reduções nas tarifas em Curitiba e no Rio de Janeiro.

No grupo de Despesas Pessoais (0,52%), destaca-se a alta de 6,19% nos jogos de azar, após um reajuste médio de 15,00% no valor das apostas, a partir de 30 de abril. Cinema, teatro e concertos (1,29%) e pacotes turísticos (1,07%) também registraram alta em junho.

Os preços dos planos de saúde foram responsáveis pela alta de 0,38% no grupo de Saúde e Cuidados Pessoais (0,19%), devido ao reajuste de até 9,63% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de junho, com vigência a partir de maio de 2023.

No grupo de Transportes (-0,55%), a variação negativa foi impulsionada pela queda nos preços dos combustíveis (-3,75%). No IPCA-15 de junho, destaca-se a gasolina, que registrou uma queda de -3,40%, sendo o subitem com o maior impacto individual, contribuindo com -0,17 ponto percentual no índice. Outros combustíveis também registraram queda nos preços, como óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Adicionalmente, houve uma queda de 0,84% nos preços de automóveis novos, resultando em uma contribuição negativa de -0,03 ponto percentual para o índice deste mês.

Destaca-se ainda a alta de 10,70% nos preços das passagens aéreas e a alta de 0,99% nas tarifas de ônibus urbanos devido a reajustes em algumas cidades.

No grupo de Alimentação e Bebidas (-0,51%), houve deflação em junho, após uma alta de 0,94% no mês anterior. A alimentação no domicílio teve queda de 0,81%, influenciada pelos preços mais baixos do óleo de soja, frutas, leite longa vida e carnes. Já no lado das altas, destacam-se o ovo de galinha e o pão francês.

A despesa com alimentação fora do domicílio apresentou uma desaceleração, passando de 0,73% em maio para 0,29% em junho. Tanto os lanches como as refeições registraram resultados inferiores aos do mês anterior.

Variações regionais no IPCA-15

No que diz respeito aos índices regionais, é interessante observar as variações ocorridas em diferentes áreas do país durante o mês de junho. Quatro regiões tiveram alta nesse período, e a maior variação foi registrada em Recife, com 0,45%. Essa alta se deve, principalmente, aos aumentos na energia elétrica residencial, que subiu 8,21%, e na taxa de água e esgoto, que teve uma elevação de 4,61%.

Por outro lado, a menor variação foi observada em Goiânia, com uma queda de 0,66%. Esse resultado foi influenciado pela redução de 4,42% nos preços da gasolina na região.

Créditos: Divulgação/IBGE
Créditos: Divulgação/IBGE

Vale destacar que o cálculo do IPCA-15 é realizado considerando um período específico. Nesse caso, os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de abril a 15 de maio de 2023 (base).

Esse indicador abrange as famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e considera as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada para o cálculo é a mesma do IPCA, sendo a diferença apenas no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.