Mesmo com o corte de meio ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), o Brasil se mantém com um juro real altíssimo, encabeçando um ranking compilado pela MoneYou. Já o nosso país vizinho, Argentina, apesar de ter uma taxa básica anual em quase 100%, é uma das últimas, pois enfrenta uma situação de hiperinflação, muito maior do que a taxa base. O levantamento foi feito com 40 países.
Na decisão anunciada na última quarta-feira (2) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o corte de 0,5 levou a Selic para 13,25% - primeira redução em um período de três anos.
Com a inflação de 3,16% acumulada nos últimos 12 meses medida pelo IBGE, a taxa real seria ainda maior. Mas no cálculo foi utilizado a previsão do relatório Focus do Banco Central, que prevê uma inflação de 4,84% em 2023. Dessa forma, os juros reais ficariam em 8,41%.
Ranking de juros reais
Com a taxa Selic atualmente posicionada em 13,25%, os juros reais no Brasil atingiram 8,41%. Esses valores ultrapassam as taxas observadas no México, Colômbia e Chile, que seguem logo após na lista, com juros reais de 6,64%, 6,15% e 4,6%, respectivamente.
A taxa de juro real usa o valor da taxa básica, menos a inflação prevista no período. Ou seja, é quando o dinheiro rende de verdade, acima do aumento de preços dos produtos de cada país.
Veja abaixo o Ranking dos 10 países com maiores taxas de juros reais:
- Brasil: 8,41%
- México: 6,64%
- Colômbia: 6,15%
- Chile: 4,6%
- África do Sul: 3,82%
- Filipinas: 3,8%
- Indonésia: 3,63%
- Hong Kong: 2,83%
- Reino Unido: 2,36%
- Israel: 2,23%
O Governo espera que o BC reduza ainda mais a Selic até final do ano - serão mais 2 reuniões. Com isso, essa taxa real deve ter nova diminuição nos próximos meses, com índices mais próximos dos demais países analisados.
Taxas de Juros Nominais
Considerando as taxas de juros nominais (sem a dedução da inflação), a posição do Brasil no ranking caiu da segunda para a quarta colocação, juntamente com a Colômbia, ficando atrás da Argentina, Turquia e Hungria.
Segue a lista dos 10 países com maiores taxas de juros nominais:
- Argentina: 97,00%
- Turquia: 17,50%
- Hungria: 15,00%
- Brasil: 13,25%
- Colômbia: 13,25%
- México: 11,25%
- Chile: 10,25%
- Rússia: 8,50%
- África do Sul: 8,25%
- República Tcheca: 7,00%
O que a taxa de juros alta pode prejudicar
Apesar do corte, o Brasil mantém-se como detentor das maiores taxas de juros reais do mundo. As taxas em vigor pelo Banco Central continuam além do necessário para conter a inflação, o que representa um controle da inflação, mas com enfraquecimento da economia.
Os juros elevados exercem interferência na criação de oportunidades de emprego e renda, obstruindo o efeito de investimento. Eles também repercutem na coleta de impostos e no orçamento público, reduzindo a capacidade estatal de investir em programas sociais, visto que há menor consumo e, portanto, menor arrecadação do governo.
Paralelamente ao aumento das taxas de juros do Banco Central, os encargos bancários também experimentam uma alta, ampliando os encargos no orçamento de famílias e empresas e, consequentemente, promovendo um aumento na inadimplência.
Qual posição está o Brasil no ranking de juros reais?
Com a taxa Selic atualmente posicionada em 13,25%, os juros reais no Brasil atingiram 6,68%. Esses valores ultrapassam as taxas observadas no México, Colômbia e Chile, que seguem logo após na lista, com juros reais de 6,64%, 6,15% e 4,6%, respectivamente.
Como é calculada a taxa de juros real?
A taxa de juros real é determinada ao deduzir a expectativa de inflação nos próximos 12 meses, constituindo uma métrica mais apropriada para avaliar e comparar com outras nações.
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