Você se lembra daquela nota de R$ 10 de plástico, em tons de vermelho, laranja e azul, com um grande círculo vermelho, inclusive, no lado esquerdo da cédula? Elas circularam pelo Brasil no início dos anos 2000 e eram bastante populares, até por serem bem diferentes. Porém, com o tempo foram sendo perdidas de vista.

O mais interessante é que elas ainda são válidas. Segundo o Banco Central, ainda há 3.577.976 delas em circulação no Brasil. A questão é que elas já não são vistas porque começaram a ser alvo de colecionadores.

Como elas não são mais produzidas elas vão se tornando escassas e cada vez mais raras. E quanto mais raras, mais elas podem valer - para além do preço impresso na nota. Aliás, quanto será que elas valem hoje? Descubra abaixo.

A nota de R$ 10 de plástico

Aquela nota foi lançada 24 de abril de 2000 em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil. Seu desenho tem diversas referências à data comemorativa, sendo a principal delas, uma imagem de Pedro Álvares Cabral.

Além disso, ela também trazia o mapa "Terra Brasilis", uma das primeiras representações da nova terra, um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha e uma rosa dos ventos, instrumento de navegação extraído da cartografia portuguesa do século XVI.

Créditos: M3Mídia/Divulgação

Fora as marcas de segurança que na época foram consideradas inovadoras - um total de 12. Tanto é que, quando lançada, em suas mais de 250 milhões de cédulas, ela foi anunciada como a mais segura e também a mais durável - por isso a versão de plástico.

Porém, elas nunca mais foram produzidas e o Banco Central começou a tirá-las de circulação em meados de 2006, conforme o estado de conservação delas. As mais preservadas, porém, ainda estão por aí.

Curisosidade: essas notas foram impressas pela Casa da Moeda do Brasil, e projetadas por Tereza Regina Barja Fidalgo, com trabalho gráfico de Marise Ferreira da Silva, em parceria com técnicos do Departamento do Meio Circulante do Banco Central do Brasil. As gravuras manuais, feitas por Mário Dittz Chaves e Cláudia Lopes Tolentino, foram baseadas em fotografias de Bruno Alves/Reflexo, Luiz Cavalcanti Damasceno, João Américo Peret e Nízio Fernandes.

Quanto vale essa nota hoje?

Quase 23 anos depois de seu lançamento, essa notas restantes são bastante procuradas por colecionadores. E por hora, ainda são relativamente fáceis de encontrar se você estiver disposto a pagar um certo valor por elas.

Em sites como Mercado Livre, Enjoei e Shopee, por exemplo, essa nota é anunciada por valores que variam de R$ 45,00 a R$ 350,00. O preço médio do item fica na faixa dos R$ 135,00.

E vale ficar atento ainda para um detalhe: a primeira versão da nota foi emitida sem o nome completo de Pedro Álvares Cabral e, justamente por ser diferente, e ainda mais rara, ela é a que costuma valer mais.

Portanto, se você tem uma delas guardada, por alguma razão, pode ser uma boa oportunidade de ganhar um dinheirinho ou ainda melhor: espere mais uns anos, pois a tendência é de que ela se valorize ainda mais.

Nota de R$ 10 de plástico: características

A lista das principais características dessa nota é a seguinte:

  • tem cores azul e laranja;
  • contém a efígie de Pedro Álvares Cabral;
  • traz o mapa Terra Brasilis, uma das primeiras representações da nova terra;
  • destaca trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro documento a descrever características do Brasil;
  • tem uma rosa dos ventos, instrumento de navegação extraído da cartografia portuguesa do século 16;
  • elementos decorativos de azulejos portugueses;
  • representações da Cruz da Ordem de Cristo, símbolo presente nas embarcações portuguesas da época;
  • mapa do Brasil estilizado no verso; e
  • fisionomias típicas do povo brasileiro no verso.

Estado de conservação é importante

Assim como outros itens colecionáveis, as cédulas e moedas são avaliadas por seu valor econômico, histórico e artístico - a ciência que faz essa avaliação é a numismática - e por isso o estado de conservação dos ítens tem um peso importante no valor que será atribuído a elas.

Segundo o Banco Central, há pelo menos três estados de conservação que fundamentam o processo de precificação:

  • MBC (muito bem conservada) - apresenta pelo menos 70% dos detalhes da fabricação original, não podendo apresentar mais de 20% de desgaste;
  • Soberba - teve pouca circulação e apresenta pelo menos 90% dos detalhes da fabricação original;
  • Flor de Cunho - apresenta todos os detalhes da fabricação original e não esteve em circulação (são moedas que saíram do banco, manuseadas com luvas).