Contratar e demitir funcionários são situações que acontecem na rotina de todas as empresas e no caso das grandes companhias essa rotatividade muitas vezes é ainda maior. E na última sexta-feira, 10 de março, foi a vez do Nubank realizar uma rodada de demissões.

Até aí, tudo normal. Porém, um fato específico está dando o que falar. Segundo documentos que foram levantados pelo Portal Bitcoin, o Nubank estaria incluindo na documentação da demissão, cláusulas que oferecem um salário adicional, entre outros benefícios, para que o ex-funcionário não difame o Nubank.

A situação gerou, no mínimo um desconforto, já que fica no ar o questionamento a respeito da necessidade desse pedido. Veja mais detalhes do documento abaixo.

Créditos: M3Mídia
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Nubank oferece extras pelo silêncio

Entre os benefícios oferecido pelo Nubank, segundo o documento trazido à tona, estão o salário extra, além de uma extensão de três meses de plano de saúde. Tudo isso em troca de um silêncio ou não difamação da companhia.

"Difamar significa, sem limitação, fazer comentários ou afirmativas sobre qualquer pessoa ou entidade, inclusive, mas sem limitação, à imprensa, à mídia, em redes sociais diversas […]", aponta o texto.

O documento especifica ainda Linkedin, Facebook, Instagram e Twitter como locais nos quais o funcionário não deve se expressar de maneira que prejudique a "honra, boa fama ou reputação" do empregador.

O contrato vazado prevê, ainda, uma multa de 50% do valor contemplado em caso de quebra da cláusula.

Segundo outros relatos coletados também pelo Portal do Bitcoin, o ambiente de trabalho no Nubank é considerado muito bom, mas desde outubro de 2022, uma crise tria se instalado na empresa e então pequenos benefícios ou atividades foram cortados como voucher de alimentação ou festa de final de ano.

Portanto, a preocupação da empresa parece ser com esse tipo de cometário.

Além disso, os relatos coletados também apostam para o fato de a companhia estar demitindo em blocos menores e de forma recorrente, para evitar o termo "demissão em massa".

O que diz o Nubank

Após os acontecidos, o Nubank divulgou a seguinte nota:

"O Nubank, como todas as empresas, avalia constantemente sua estrutura e realiza contratações, desligamentos e transferências internas de acordo com as demandas do negócio, performance, necessidade de equipe, entre outros motivos. O Nubank segue contratando, no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023.

Em respeito ao sigilo e proteção de dados dos seus funcionários, a empresa não comenta publicamente casos específicos, mas reitera que segue à risca a legislação trabalhista. As obrigações de confidencialidade e de não-difamação são recíprocas e praticadas por diversas empresas do setor. Elas constam nos nossos contratos de trabalho desde o momento de admissão, e são reiteradas nos acordos de desligamento".

As demissões

Desde janeiro o Nubank vem realizando demissões em pequenos grupos de 30 ou 40 pessoas. No fim de janeiro o banco também fechou sua assessoria de investimentos "por questões estratégicas após uma cuidadosa avaliação".

Na época a companhia destacou que "o quadro de funcionários do Nubank aumentou de 6 mil para 8 mil funcionários em 2022, e, conforme já anunciado, a empresa segue contratando, no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023″.