A Petrobras anunciou no início da manhã dessa terça-feira, 16 de maio, uma nova política de preços para gasolina e diesel. A novidade coloca fim ao modelo de paridade internacional, atrelado ao dólar e ao mercado global de petróleo que vinha sendo utilizada desde 2016.
Algumas informações já haviam sido adiantadas na semana passada quando uma reunião foi realizada no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Rui Costa (Casa Civil), o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prattes.
Abaixo, entenda a mudança que se dará a partir de agora.
Petrobras: nova política de preços
Segundo o comunicado divulgado pela Petrobras, a nova política vai usar duas referências de mercado:
- O custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação: contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos;
- O valor marginal para a Petrobras: baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.
Dessa forma, a Petrobras deixa de lado a subordinação obrigatória ao preço de paridade de importação que acompanhava as flutuações do mercado internacional sem qualquer intervenção.
Por isso a expectativa é de que os preços sejam reduzidos, sendo mais acessíveis aos consumidores.
"Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país", destaca o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Além disso, o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, informou que o novo modelo vai considerar as necessidades e a a participação da Petrobras em cada mercado e região, além da otimização dos ativos de refino com foco em uma rentabilidade mais sustentável.
Resumidamente, as premissas são as seguintes:
- Preços competitivos por polo de venda;
- Participação ótima da Petrobras no mercado;
- Otimização dos seus ativos de refino;
- Rentabilidade de maneira sustentável.
Dinâmica de reajustes
A Petrobras informou ainda que os reajustes de preços continuarão sendo feitos sem uma periodicidade definida, mas que não repassará mais a volatilidade do mercado internacional aos brasileiros.
Outro ponto do comunicado diz que os ajustes de preços de diesel e gasolina continuarão a ser divulgados nos canais de comunicação aos clientes e no site da companhia (precos.petrobras.com.br).
Preço vai baixar logo?
Na semana passada quando as primeiras informações foram publicadas no Blog do Camarotti do portal G1, o colunista também previu um anúncio de redução ainda para essa semana.
Segundo ele o anúncio seria de uma queda de R$ 0,30 na gasolina, de R$ 0,10 no diesel e de R$ 15 no gás de cozinha.
E no fim da manhã dessa terça-feira, dia 16, um novo anúncio da Petrobras deu conta de uma redução ainda maior. Serão cerca de R$ 0,40 a menos no preço da gasolina, R$ 0,44 a menos no preço do diesel e cerca de R$ 32 no preço do botijão de 13 quilos.
Os novos preços passam a valer nessa quarta-feira, dia 17.
Redução deve baixar a inflação
Um dos principais objetivos do governo ao solicitar essa mudança na política de preços da Petrobras - falava-se nisso desde a campanha eleitoral - e uma redução tão significativa nos preços é a queda na inflação.
Porque o preço dos combustíveis costuma impactar no preço de todos os demais produtos.
Para Lula isso é importante porque com a queda da inflação, o governo espera também que o Banco Central baixe a taxa básica de juros da economia, a Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano e que vem sendo algo de críticas do próprio presidente e de seus ministros desde janeiro.
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