A prévia da inflação de junho ficou em 0,04%. A informação foi divulgada pelo IBGE na manhã dessa terça-feira, 27 de junho. O dado é medido por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).

De acordo com os dados publicados, a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 ponto percentual) vieram do grupo Habitação. Já o grupo Transportes (-0,55%), diante da queda do preço dos combustíveis, puxou a variação para baixo. A gasolina (-3,40%) foi o subitem com o maior impacto individual (-0,17 p.p.) no IPCA-15 de junho.

Além disso, também foi divulgado o IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15. Ele ficou em 1,12%, menor que a taxa de 3,04% registrada no mesmo período do ano passado.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em junho. E além dos Transportes, outros dois grupos registraram queda: Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%).

Veja mais detalhes abaixo.

Créditos: M3Mídia
Créditos: M3Mídia

IPCA-15 de junho por grupos

Veja abaixo a tabela com os detalhes da inflação prévia em junho por grupo avaliado:

Grupo Variação
Mensal (%)
Impacto
(p.p.)
Variação
Acumulada (%)
Abril Maio Junho Junho Trimestre 12 meses
Índice Geral 0,57 0,51 0,04 0,04 1,12 3,40
Alimentação e bebidas 0,04 0,94 -0,51 -0,11 0,47 4,94
Habitação 0,48 0,43 0,96 0,14 1,88 4,02
Artigos de residência 0,07 -0,28 -0,01 0,00 -0,22 1,14
Vestuário 0,39 0,35 0,79 0,04 1,54 10,32
Transportes 1,44 -0,04 -0,55 -0,11 0,84 -5,42
Saúde e cuidados pessoais 1,04 1,49 0,19 0,02 2,74 10,59
Despesas pessoais 0,28 0,40 0,52 0,05 1,20 6,50
Educação 0,11 0,07 0,04 0,00 0,22 8,25
Comunicação 0,06 0,02 0,11 0,01 0,19 0,69
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Habitação

No grupo Habitação (0,96%), destaca-se a alta da taxa de água e esgoto (3,64% e 0,06 p.p.), devido a reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência do índice: de 8,20% em Curitiba (7,92%), a partir de 17 de maio; de 9,56% em São Paulo (7,63%), a partir de 10 de maio; de 11,20% em Recife (4,61%), a partir de 28 de abril; e de 8,33% em Belém (5,00%), a partir de 28 de maio.

A alta da energia elétrica residencial (1,45% e 0,06 p.p.) decorre de reajustes aplicados em quatro áreas: em Belo Horizonte (9,15%), onde houve reajuste de 14,69% a partir de 28 de maio; em Recife (8,21%), onde o reajuste de 8,33% teve vigência a partir de 14 de maio; em Fortaleza (2,20%), onde o reajuste de 4,85% foi aplicado a partir de 22 de abril; e em Salvador (1,84%), onde houve reajuste de 8,28% a partir de 22 de abril.

A queda em gás encanado (-0,33%) vem a partir de reduções tarifárias de 3,05% em Curitiba (-1,64%) e de 0,59% no Rio de Janeiro (-0,31%), ambas com vigência a partir de 1º de maio.

Despesas pessoais

Em Despesas pessoais (0,52%), destaca-se a alta de 6,19% nos jogos de azar, após reajuste médio de 15,00% no valor das apostas, a partir de 30 de abril. Cinema, teatro e concertos (1,29%) e pacote turístico (1,07%) também registraram alta em junho.

Saúde

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,19%) foi influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente do reajuste de até 9,63% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de junho, com vigência a partir de maio de 2023 e cujo ciclo se encerra em abril de 2024. Desse modo, no IPCA-15 de junho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho.

Transportes

Nos Transportes (-0,55%), a variação negativa foi puxada pela queda nos preços dos combustíveis (-3,75%). A gasolina (-3,40%) foi o subitem com o maior impacto individual (-0,17 p.p.) no IPCA-15 de junho. Os demais combustíveis também registraram recuo nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Além disso, os preços do automóvel novo caíram 0,84% e contribuíram com -0,03 p.p. no índice do mês.

Ainda em Transportes, destaca-se a alta de 10,70% nos preços das passagens aéreas, que haviam registrado queda de 17,26% em maio. A alta de 0,99% em ônibus urbano deve-se ao reajuste de 33,33% em Belo Horizonte (7,53%), a partir de 23 de abril.

Alimentação e bebidas

O grupo Alimentação e bebidas (-0,51%) registrou deflação no mês de junho, após alta de 0,94% no mês anterior. A alimentação no domicílio caiu de 1,02% em maio para -0,81% em junho, influenciada pelas quedas do óleo de soja (-8,95%), das frutas (-4,39%), do leite longa vida (-1,44%) e das carnes (-1,13%). No lado das altas, os destaques foram o ovo de galinha (2,04%) e o pão francês (0,72%).

A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,73% em maio para 0,29% em junho. Tanto o lanche (0,34%) como a refeição (0,28%) registraram resultado inferior ao do mês anterior (1,08% e 0,46%, respectivamente).

IPCA-15 por região

Quanto aos índices regionais, quatro áreas tiveram alta em junho. A maior variação foi registrada em Recife (0,45%), por conta das altas da energia elétrica residencial (8,21%) e da taxa de água e esgoto (4,61%).

Já a menor variação foi observada em Goiânia (-0,66%), influenciada pela queda de 4,42% na gasolina. Veja os detalhes abaixo:

Região Peso
Regional (%)
Variação Mensal (%) Variação
Acumulada (%)
Abril Maio Junho Trimestre 12 meses
Recife 4,71 0,29 0,19 0,45 0,93 2,93
São Paulo 33,45 0,52 0,45 0,23 1,20 4,37
Belo Horizonte 10,04 0,27 0,90 0,10 1,27 2,75
Curitiba 8,09 0,85 0,46 0,07 1,38 2,30
Salvador 7,19 0,30 0,73 -0,02 1,01 3,51
Porto Alegre 8,61 0,73 0,28 -0,04 0,97 3,04
Fortaleza 3,88 0,48 0,61 -0,05 1,04 2,64
Rio de Janeiro 9,77 0,79 0,46 -0,10 1,15 3,25
Belém 4,46 0,80 0,22 -0,18 0,84 3,45
Brasília 4,84 0,80 0,45 -0,28 0,97 3,34
Goiânia 4,96 0,68 0,83 -0,66 0,85 1,93
Brasil 100,00 0,57 0,51 0,04 1,12 3,40
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.