Na última terça-feira (20), a Caixa Econômica Federal anunciou a suspensão temporária da cobrança do Pix para pessoas jurídicas que começaria a valer a partir do dia 19 de julho. O banco voltou atrás após pedido do presidente Lula, conforme divulgado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

A decisão final será avaliada na próxima semana, quando Lula retornar de sua viagem oficial à Europa. O objetivo da suspensão, de acordo com o comunicado emitido pelo banco público, é permitir que os clientes tenham mais tempo para se adaptar e receber informações esclarecedoras sobre o assunto, considerando a disseminação de conteúdos falsos que geraram especulações.

Demais bancos já aplicam a taxa

O ministro Rui Costa informou ter dialogado com a presidente da Caixa, Rita Serrano, que demonstrou surpresa com a repercussão da medida. De acordo com Costa, os demais bancos já aplicam a taxa para transações Pix de pessoas jurídicas, com autorização do Banco Central. A Caixa era a única instituição que ainda não implementava essa cobrança devido a questões técnicas.

Em comunicado, o banco reafirmou que a cobrança do Pix para empresas está autorizada desde a criação da ferramenta em novembro de 2020 e que oferecerá uma das menores tarifas do mercado.

A Caixa também esclareceu que não cobra taxa do Pix de seus clientes pessoa física, microempreendedores individuais (MEI) e beneficiários de programas sociais, desmentindo notícias falsas que alegavam o contrário.

Método de pagamento preferido

O Pix tem se consolidado como uma opção fundamental para o funcionamento das pequenas empresas, de acordo com a terceira edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, conduzida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo revelou que 52% dos microempreendedores individuais consideram o Pix como o método principal para receber pagamentos, superando o cartão de crédito (20%) e o dinheiro em espécie (12%). A preferência pelo Pix se deve, em parte, aos custos mais baixos em comparação às maquininhas de cartões e à agilidade nas transferências.

Além dos benefícios mencionados, o Pix oferece facilidade no controle financeiro e agilidade na gestão do fluxo de caixa para os pequenos negócios. Alguns empreendedores estão até mesmo concedendo descontos aos clientes que optam pelo Pix como forma de pagamento.

O Pix e o cartão de crédito foram apontados como os principais meios de recebimento de recursos em 27% dos negócios analisados, seguidos pelos boletos (18%). Veja abaixo os dados da pesquisa sobre as preferências dos clientes:

Microempreendedor Individual (MEI)

  • Pix: 52%
  • Cartão de crédito: 20%
  • Dinheiro: 12%
  • Cartão de débito: 6%
  • Boleto: 4%
  • Doc/Ted: 2%
  • Outro: 5%

Micro e pequenas empresas

  • Pix: 27%
  • Cartão de crédito: 27%
  • Dinheiro: 6%
  • Cartão de débito: 8%
  • Boleto: 18%
  • Doc/Ted: 9%
  • Outro: 5%