A cada mês, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza uma análise dos valores dos produtos alimentícios e de higiene mais consumidos pela população. A soma desses produtos determina o valor da cesta básica nas diferentes capitais do país, permitindo uma comparação entre elas.

E na última pesquisa, a Dieese comparou os preços da cesta básica em 17 capitais do Brasil. E os resultados apontaram que em pelo menos 13 cidades brasileiras, houve uma queda no preço dos produtos considerados essenciais. Em suma, São Paulo segue com a cesta mais cara, enquanto Aracajú tem os menores preços.

Abaixo, entenda como funciona a pesquisa da Dieese, e veja os últimos resultados da pesquisa sobre a cesta básica.

Como funciona a pesquisa da Dieese?

A pesquisa realizada pelo Dieese para análise do valor da cesta básica em diferentes capitais do país é feita de forma sistemática e rigorosa, seguindo um processo pré-definido. Para a coleta dos preços, o Dieese realiza pesquisas em supermercados, redes atacadistas, mini mercados, açougues, padarias e outros estabelecimentos que vendem produtos alimentícios.

O objetivo dessa pesquisa nos estabelecimentos, é obter o preço de cada item que compõe a cesta básica. É importante ressaltar que os produtos analisados são aqueles mais consumidos pela população, como arroz, feijão, leite, pão, carne, entre outros. Além disso, a pesquisa é feita a partir de preços de produtos de marcas populares e de qualidade reconhecida pelo consumidor.

Após a coleta de preços em cada estabelecimento, é realizada a média de cada produto em cada cidade. E assim, a Dieese obtém uma média dos preços que compõem a cesta básica. Esses valores são somados, resultando no preço final da cesta básica em cada uma das capitais analisadas.

A pesquisa é realizada mensalmente, permitindo a comparação dos preços dos alimentos ao longo do tempo e em diferentes regiões do país. Dessa forma, é possível identificar as variações de preço e as oscilações do mercado. A partir desse resultado, é possível fazer a formulação de políticas públicas, com base na compreensão da situação socioeconômica do país.

Valor da cesta básica

Na última pesquisa realizada, a Dieese constatou que a cesta mais cara do Brasil está em São Paulo. Lá, a cesta custa R$ 779,38. Enquanto isso, a mais barata é de Aracaju, onde custa R$ 552,97. Ou seja, há uma diferença de 41%.

Florianópolis tem a segunda cesta básica mais cara do país. Lá, a soma dos itens chega a R$ 746,95. Em seguida, estão Rio de Janeiro (R$ 745,96) e de Porto Alegre (R$ 741,30).

Por outro lado, após Aracajú, Salvador tem a segunda cesta básica mais barata (R$ 596,88), seguido por João Pessoa (R$ 600,10), e Recife (R$ 606,93).

Além disso, a pesquisa constatou o seguinte:

  • As maiores quedas na cesta básica aconteceram em Belo Horizonte (3,97%), seguido por Rio de Janeiro (3,15%), Campo Grande (3,12%), Curitiba (2,34%) e Vitória (2,34%);
  • Enquanto isso, as maiores altas foram constatadas em Belém (1,25%), seguido por Natal (0,64%), Salvador (0,34%) e João Pessoa (0,01%);

Com relação ao aumento de preço de itens, Porto Alegre se destaca. É dito isso, pois na capital gaúcha, o pão francês aumentou 3,4%, o feijão 4,15%, e o arroz agulhinha 4,5%. Já em Florianópolis, o leite integral aumentou 6,88%.

Por outro lado, merecem destaque as baixas de preços. O óleo de soja, por exemplo, teve uma redução de preço de 6,46% no Rio de Janeiro. Já o tomate baixou 21,82% em Florianópolis, e o café reduziu 2,8% em Goiânia.

Qual deveria ser o valor do salário mínimo 2023?

A partir da pesquisa da Dieese, é realizada um estudo de qual deveria ser o valor do salário mínimo ideal, de acordo com o maior valor da cesta básica.

Ao considerar que São Paulo tem a cesta básica mais cara (R$ 779,38), o valor ideal do salário mínimo de 2023, deveria ser de R$ 6.547,58. Ou seja, 5,03 vezes maior que o salário atual de R$ 1.302.