Que o Pix veio para facilitar a vida dos brasileiros, isso já sabemos e confirmamos, afinal, diariamente são realizadas milhares de transações financeiras por meio dessa ferramenta, já consolidada no Brasil.
No entanto, alguns planos que estão sendo estudados pelo Banco Central devem trazer ainda mais comodidade. Um deles é o de ampliar o uso da ferramenta para utilização em pedágios, estacionamentos e transporte público, por exemplo.
A informação foi divulgada pelo próprio BC nessa segunda-feira, 4 de setembro, por meio do Relatório de Gestão do Pix. O documento traz vários dados sobre os dois primeiros anos de funcionamento da ferramenta - 2020 a 2022 - e também sobre o futuro do Pix.
"Inovador em sua essência, o Pix ainda não atingiu todo o seu potencial. Muito embora seja reconhecida a sua versatilidade relativamente aos demais instrumentos de pagamento disponíveis no Brasil, ainda existem alguns desafios para que a sua plena utilização e a sua disponibilização para todas as necessidades de pagamento sejam alcançadas", diz o documento.
Uso do Pix será ampliado
De acordo com o documento, o Banco Central entende que apesar de consolidado e muito utilizado, a ferramenta ainda tem muito a evoluir e isso inclui as possibilidades de uso dela.
Uma das ideias do BC é que num futuro não muito distante, os brasileiros possam usar a ferramenta de pagamentos em diversas novas situações, incluindo algumas bem específicas, como pedágios, estacionamentos, transporte público.
Por enquanto isso está em fase de estudos. Para que isso seja possível, o BC compreende que precisa estudar formas de uso da ferramenta mesmo que o pagador esteja sem conectividade com a internet, por exemplo.
Além disso, os estudo também incluem formas alternativas de iniciação de pagamentos, "por exemplo, com uso de tecnologia por aproximação - NFC, RFID, bluetooth, biometria e outras".
Outras possibilidades
O Banco Central destacou ainda que também segue estudando formas de ampliar o uso do Pix em transações de pagamento, possíbilitando, por exemplo, que o Pix seja utilizado para pagamentos a prazo ou parcelados, "mitigando o risco de crédito do recebedor em eventuais situações de inadimplência do pagador".
Além disso, o BC aponta que também vem acompanhando as pesquisas de alguns agentes privados, que têm buscado soluções próprias para o parcelamento do Pix. "Não há um modelo único sendo praticado. Há, por exemplo, soluções que vinculam uma concessão de crédito pessoal à transação Pix e soluções que permitem o pagamento de uma transação Pix na fatura do cartão de crédito", destaca o documento.
Outro ponto interessante é que o Pix, segundo o BC, poderá permitir, no futuro, a integração com sistemas de pagamentos instantâneos internacionais. A ideia é viabilizar "a realização de transações transfronteiriças entre o Brasil e outros países, como remessas, pagamentos entre empresas e pagamentos de compras de bens e de serviços no exterior".
Os números do Pix
O futuro do Pix, porém, foi apenas uma parte do reletório publicado. O documento também trouxe vários números a respeito do uso da ferramenta entre 2020 e 2022, mostrando que apensar dos tantos aprimoramentos que o BC planeja, a ferramenta já está consolidada no mercado.
O relatório mostra, por exemplo, que entre 2020 e 2022, o Pix teve um total de 551 milhões de chaves registradas por um total de 133 milhões de pessoas e 11,9 milhões de empresas.
Outro dado é que o número de transações entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022 subiu 107%, passando de 1,4 bilhão para 2,9 bilhões.
O valor transacionado também aumentou de R$ 718 bilhões em dezembro de 2021 para R$ 1,2 trilhão em dezembro de 2022, o que representa uma alta de 67%.
Além disso, do lançamento até dezembro de 2022, o dia com o maior número de transações do Pix foi 20 de dezembro de 2022, com 103,6 milhões de transações. Também foi o recorde em valor, com R$60,2 bilhões movimentados no dia.
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