O Banco Central revelou que os brasileiros ainda não retiraram R$ 7,52 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro. Os dados correspondem ao período que vai até o final de outubro do Sistema de Valores a Receber (SVR), lançado em 2022 e reativado em março de 2023.
O SVR foi responsável por devolver, até agora, R$ 5,31 bilhões de um total de R$ 12,83 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras. Isso mostra que somente 27,85% dos correntistas listados desde o início do programa, em fevereiro do ano passado, resgataram seus valores.
Isso equivale a 16.847.044 beneficiários de um total de 60.492.862 correntistas incluídos na lista.
Perfil dos beneficiários
Dos que já realizaram saques, 16.035.064 são pessoas físicas e 811.980 são pessoas jurídicas. No entanto, a quantidade de correntistas que ainda não efetuaram o resgate é expressiva, com 40.583.355 pessoas físicas e 3.062.463 pessoas jurídicas. A predominância é de pequenos valores, sendo que 62,98% dos beneficiários têm direito a quantias de até R$ 10.
Retorno após um ano
Após quase um ano fora de operação, o SVR foi reaberto em março de 2023, trazendo consigo melhorias significativas. Novas fontes de recursos, um sistema de agendamento aprimorado e a inovadora possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas compõem as mudanças.
O Banco Central informou que, em março, foram resgatados R$ 505 milhões esquecidos, enquanto em outubro a quantia foi de R$ 178 milhões, representando uma queda em relação ao mês anterior, quando foram resgatados R$ 264 milhões.
Fase atual do SVR
A atual fase do SVR apresenta inovações relevantes, como a possibilidade de impressão de telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp. Adicionalmente, a inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR, uma sala de espera virtual sem cronograma e a transparência em contas conjuntas são destaque.
O sistema agora permite a consulta a valores de pessoas falecidas, com acesso para herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais.
Além disso, o SVR agora inclui fontes de recursos esquecidos não contempladas nos lotes do ano passado, como contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas e contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas.
O sistema também engloba contas-corrente ou poupança encerradas, cotas de capital, rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito, recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados, tarifas cobradas indevidamente e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Cautela contra golpes
O Banco Central aconselha os correntistas a estarem atentos a golpes de estelionatários que prometem intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão destaca que todos os serviços do Valores a Receber são gratuitos, não envia links e não entra em contato para tratar sobre valores a receber ou confirmar dados pessoais.
Outro alerta é que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão, pedindo que ninguém forneça senhas e esclarecendo que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de pedido.
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