Na última quinta-feira (16), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um novo reajuste no valor do salário mínimo. Entretanto, a notícia não deixou todo mundo feliz. É dito isso, pois a Central Única dos Trabalhadores (CUT), criticou a notícia, e abaixo, vamos te explicar o porquê.

De acordo com Lula, o novo valor do salário mínimo deve aumentar de R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir do mês de maio. Paralelo a isso, o presidente também anunciou a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 2.640 mensais. Atualmente, o mínimo é de R$ 1.302 e a faixa de isenção é de R$ 1.900.

Abaixo, confira os detalhes sobre o aumento do mínimo, e o que fez a CUT, aliada do presidente Lula, criticar a decisão do governo.

2º aumento do salário mínimo em 2023

O aumento do salário mínimo para R$ 1.320 já era uma discussão antiga que vinha ocorrendo. Desde janeiro, havia uma indecisão por parte do governo, sobre o aumento ou não, do mínimo para R$ 1.320.

Entretanto, a equipe econômica do presidente afirmou que o custo acima do previsto com aposentadorias e pensões, limitou o reajuste. Vale citar aqui, que os benefícios do INSS têm vínculo com o piso das remunerações do Brasil.

O valor de R$ 1.302 foi homologado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em dezembro de 2022. Entretanto, o atual presidente Lula, vinha prometendo que o mínimo deveria subir para R$ 1.320. Sendo assim, a partir do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, o valor do salário mínimo deve ser atualizado.

De acordo com a estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor vale um pouco mais do que uma cesta básica e meia. Em janeiro, o custo médio do grupo de alimentos essenciais para uma família brasileira, ficou em R$ 802,36.

A cesta básica é composta por 13 produtos definidos em decreto de 1938. Além disso, ela é base para o cálculo do valor do salário mínimo necessário para a sobrevivência de uma família. Integram a cesta, a carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes, pão, café, frutas, açúcar, óleo e manteiga, e a quantidade varia por região.

Por que a CUT não gostou do novo valor do Salário Mínimo?

Na última quinta-feira (16), o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, publicou uma nota na qual critica o valor do salário mínimo. De acordo com ele, "Não iremos nos contentar com a proposta atual nem aplaudir quem nos está lesando".

Além disso, Nobre defende que o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 1.382,71. "A Central Única dos Trabalhadores, que conhece os direitos e representa a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, sabe que esse aumento não é o esperado, nem suficiente".

Paralelo a isso, Nobre acusa que embora a CUT estude "a fundo, de forma técnica, todos as variáveis que influenciam e afetam a vida do trabalhador", a entidade não foi consultada pelo governo sobre o novo reajuste.

Vale ressaltar aqui, que no dia 18 de janeiro, as centrais sindicais se reuniram com o presidente Lula. Nesta reunião, os sindicatos defenderam que o valor do salário mínimo fosse de R$ 1.343.

Custos da União crescem

Conforme os dados do governo, a cada R$ 1 a mais no salário mínimo, aumenta em R$ 389,8 milhões, o custo da União. Sendo assim, ao considerar que o salário mínimo deve aumentar R$ 18, o impacto estimado deve ser de R$ 7 bilhões.

Somando ao aumento do salário mínimo ao aumento da isenção do Imposto de Renda para R$ 2.640, a dívida pública do Brasil pode chegar em R$ 2,28 bilhões.