Nesta quarta-feira (19), o Nubank anunciou sua participação no Desenrola Brasil, o programa de renegociação de dívidas promovido pelo governo federal, confirmando que removerá da lista de negativados o nome de pessoas que possuem dívidas de até R$ 100.

O Nubank anunciou em um comunicado que em breve irá disponibilizar informações detalhadas sobre as condições e critérios para as renegociações dentro do programa. Além disso, a instituição informará aos clientes quais canais de atendimento estarão disponíveis para que possam obter mais informações e aderir ao processo de renegociação de suas dívidas.

"O Nubank informará, oportunamente, as condições e critérios para renegociações no âmbito do programa, assim como os canais de atendimento que serão disponibilizados", disse o banco.

O Nubank se une ao Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander e C6 Bank, que já confirmaram sua participação no programa. Os clientes dessas instituições agora têm a possibilidade de entrar em contato com os bancos para quitar suas dívidas acumuladas entre os anos de 2019 e 2022.

Na primeira fase do Desenrola, pessoas com renda mensal de até R$ 20 mil terão a possibilidade de renegociar suas dívidas diretamente com as instituições financeiras envolvidas no programa.

Regularização do nome até dia 28

Dentro do programa, além da possibilidade de renegociação, os bancos participantes também terão a responsabilidade de "regularizar o nome" de pessoas que possuam dívidas de até R$ 100. O prazo para que as instituições concluam esse processo e removam os nomes dos endividados de seus sistemas é até o próximo dia 28.

Importante destacar que essa medida de regularização do nome dos clientes não significa um perdão das dívidas. O débito ainda permanecerá existindo, no entanto, os bancos se comprometem, por meio do programa, a não utilizar essas dívidas como critério para inserir os correntistas em cadastros negativos. Em outras palavras, apesar da dívida persistir, os clientes não serão mais considerados negativados devido a esses débitos específicos.

Cerca de 2,5 milhões de brasileiros devem até R$ 100

Na segunda-feira (17), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) mencionou que o número de brasileiros com dívidas de até R$ 100, que poderão ter seus nomes regularizados, pode alcançar 2,5 milhões caso todos os bancos adiram ao programa.

"Existe apenas um banco que ainda estava em dúvida sobre sua participação, pois viu pouca vantagem no crédito presumido, e nesse caso, temos 1 milhão de CPFs negativados", relatou o ministro, referindo-se ao Nubank. "Se todos os grandes bancos aderirem, teremos 2,5 milhões de CPFs com a situação desnegativada."

Os bancos que participam do Desenrola Brasil estão proporcionando aos seus clientes condições especiais para a renegociação de dívidas. Essas instituições estão oferecendo descontos de até 96% sobre o valor total da dívida e estabelecendo um prazo estendido de até dez anos para realizar o pagamento das obrigações.

Como participar do Desenrola Brasil?

O programa agora se concentra na Faixa 2, que tem como objetivo resolver as dívidas de pessoas físicas que se encontram negativadas por questões financeiras até 31 de dezembro de 2022, e que possuam uma renda mensal de até R$ 20 mil.

De acordo com o governo, cada instituição financeira será responsável por renegociar suas próprias dívidas, sem a necessidade de consolidação entre diferentes credores.

Não é necessário se inscrever nos canais digitais do governo para receber atendimento. Os bancos oferecerão diretamente aos seus clientes as condições de renegociação das dívidas.

Para incentivar um bom funcionamento do programa, o governo irá oferecer aos bancos um estímulo para que aumentem a oferta de crédito.

Na Faixa 2, o programa "Desenrola" não cobrirá as renegociações de dívidas nos seguintes casos:

  • Dívidas de crédito rural;
  • Débitos com garantia da União ou de entidade pública;
  • Dívidas em que o risco de crédito não seja totalmente assumido pelos agentes financeiros;
  • Dívidas que envolvam previsão de aporte de recursos públicos;
  • Débitos com qualquer equalização de taxa de juros por parte da União.

Conforme estima o Ministério da Fazenda, aproximadamente 30 milhões de pessoas devem ser beneficiadas nesta faixa do programa.