O Governo Federal, via Ministério da Saúde, acompanha de perto a situação do novo surto de MPOX, conhecida como varíola dos macacos na África, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o surto como uma emergência de saúde global pelo alto grau de letalidade da doença.

A decisão da OMS saiu hoje pelo diretor-geral da Organização, Tedros Adhanom, após a descoberta de uma cepa mais letal, chamada clado Ib, em quatro novas províncias africanas, anteriormente não afetadas. Essa cepa estava contida na República Democrática do Congo, mas teve propagação para outros locais. Em junho de 2024, 26 países reportaram mais de 930 casos e 4 mortes globalmente fora da África.

Especialistas reuniram-se virtualmente para aconselhar o Diretor-Geral da OMS, que então anunciou a emergência de saúde pública de preocupação internacional (PHEIC), o mais alto nível de alerta. Este status é dado a eventos que representam uma ameaça à saúde pública pela disseminação internacional.

Segundo dados da OMS, o surto já resultou em mais de 17.000 casos e 500 mortes em 13 países africanos, com a República Democrática do Congo sendo o epicentro da doença.

Aqui no Brasil, um webinário foi realizado pela secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, que reforçou que "há uma vigilância sensível para Mpox e, de forma preventiva, estão se atualizando as recomendações e o plano de contingência para a doença no Brasil". Durante o evento, a secretária ressaltou que o ministério está atento à situação epidemiológica internacional.

MPOX no Brasil - Em 2024, o Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de Mpox. No entanto, os números não assustam, pois são menores em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença. Até hoje, o Brasil registrou 16 mortes em função da doença, o mais recente ocorrido em abril de 2023.

O Ministério da Saúde continua monitorando a situação da Mpox e, se novas evidências indicarem a necessidade de mudanças no planejamento, novas ações serão adotadas e informadas, disse o MS.

Sintomas e Transmissão da MPOX

A MPOX é transmitida pelo contato com fluidos corporais e também via relação sexual. Os sintomas incluem febre, erupções utâneas dolorosas, dor de cabeça, dores musculares e nas costas e inchaço dos gânglios linfáticos.

A OMS já tinha declarado uma emergência global devido à disseminação da mpox em julho de 2022, que foi encerrada em maio de 2023.

A mpox possui dois clados genéticos principais, sendo a Clde Ib o mais transmissível e severo. A OMS acredita que o vírus pode ser contido e apela para cooperação internacional para financiamento e organização dos esforços de contenção. Crianças também parecem ter uma tendência maior às formas mais graves da condição, especialmente aquelas com menos de cinco anos de vida.

A OMS já iniciou a distribuição de vacinas e desenvolveu um plano regional de resposta de 15 milhões de dólares, com 1,45 milhões já liberados do Fundo de Contingência para Emergências da OMS.

No dia 9 de Agosto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) já havia feito um alerta para os países da América, para evitar a disseminação da doença.