O presidente Lula reuniu-se na manhã desta segunda-feira, 10 de junho, com reitores de universidades e institutos federais em Brasília/DF. O encontro, que contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e dos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, foi organizado para lançamento do PAC das Universidades, um aumento de verba para as instituições.

Na ocasião, Lula falou sobre a greve atual dos professores federais, que teve início em abril, e dos técnicos-administrativos, que estão parados desde março, afetando dezenas de instituições.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado às universidades terá R$ 5,5 bilhões. O ministro da Educação, Camilo Santana, detalhou que os recursos serão distribuídos da seguinte forma: R$ 3,17 bilhões para a consolidação de estruturas, R$ 600 milhões para expansão e R$ 1,75 bilhões para os hospitais universitários.

Lula sobre a Greve dos Professores

Em seu discurso, o presidente Lula abordou diretamente a greve dos professores federais. Ele enfatizou que as greves têm um tempo para começar e um tempo para terminar, e que não se deve permitir que uma greve termine por inanição. Lula apelou aos dirigentes sindicais para que tenham coragem de negociar e tomar decisões, afirmando que a situação atual está prejudicando o Brasil e os estudantes.

"Eu sou um dirigente sindical que nasci no 'Tudo ou Nada'. Pra mim era 100% ou nada. Muitas vezes eu fiquei com nada. Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem no conjunto da obra, vocês vão perceber que não há muita razão pra essa greve estar durando o que está durando, porque quem está perdendo não é o Lula, quem está perdendo não é o reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros", disse o presidente.

Lula também destacou que não é por 3% ou 4% de aumento que é necessário permanecer em greve indefinidamente, ressaltando que outros benefícios já foram oferecidos. Ele criticou a falta de coragem de alguns dirigentes sindicais para encerrar a greve.

"O montante de recursos que a companheira Esther (Dweck) colocou à disposição, é um montante de recursos não recusáveis. Eu só quero que levem isso em conta, porque senão, vamos falar em universidades e institutos federais, e os alunos estão à espera para voltar à sala de aula", concluiu Lula.

Já Camilo Santana detalhou os investimentos previstos, que incluem R$ 3,17 bilhões para a consolidação de estruturas como salas de aula, laboratórios, auditórios, bibliotecas, refeitórios, moradias e centros de convivência. Serão contempladas 223 novas obras, 20 em andamento e 95 retomadas.

A expansão prevê a criação de 10 novos campi vinculados a universidades já existentes em todas as regiões do país, nas cidades de São Gabriel da Cachoeira (AM), Cidade Ocidental (GO), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).

Nos hospitais universitários, serão realizadas 37 obras em 31 hospitais, além da construção de oito novos hospitais nas seguintes instituições:

  • Universidade Federal de Pelotas (RS);
  • Universidade Federal de Juiz de Fora (MG);
  • Universidade Federal do Acre (AC);
  • Universidade Federal de Roraima (RR);
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ);
  • Universidade Federal de Lavras (MG);
  • Universidade Federal de São Paulo (SP); e
  • Universidade Federal do Cariri (CE).

Além dos R$ 5,5 bilhões, o governo anunciou um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio de universidades (R$ 279,2 milhões) e institutos federais (R$ 120,7 milhões). O orçamento das universidades, após a recomposição, será de R$ 6,38 bilhões, enquanto o dos institutos federais ficará em R$ 2,72 bilhões.

Ainda, o ministro da Educação falou sobre a greve: "a negociação que foi feita com os docentes e a proposta que será apresentada amanhã aos técnicos administrativos vai ter um impacto de mais de 10 bilhões. Nós estamos falando de quase 20 bilhões de aumento no orçamento das universidades federais, só por questão de pessoal. Então, é bom só lembrar o impacto que isso tem no orçamento do Ministério e das universidades e institutos federais", destacou o ministro da Educação.

Greve - Um acordo já foi assinado pela Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (PROIFES). No entanto, as demais instituições e sindicatos da categoria não assinaram o acordo e seguem em greve. Nesta terça-feira (11) uma nova reunião ocorrerá com esses grupos com a proposta feita dos reajustes de até 43% até 2026.