Após falar que não deve cortar gastos em seu governo, o presidente Lula viu o dólar passar a barreira dos R$ 5,50 pela primeira vez em seu governo nesta quarta-feira (26). Mas o tema mais aguardado era a taxação de compras internacionais, a qual Lula disse que vai analisar o projeto nos próximos dias, mas tende a vetar a taxação.
Ainda, Lula disse que não planeja desvincular o piso das aposentadorias do salário mínimo nem alterar a política de valorização do salário mínimo. A entrevista foi dada ao Uol, onde destacou que considera o aumento salarial uma necessidade básica, não um gasto.
Lula argumentou ainda que garantir um salário mínimo digno é essencial para a sobrevivência das pessoas e, assim, evitar problemas econômicos maiores. Além disso, ele destacou a importância de empresários compreenderem que pagar bem seus funcionários pode resultar em mais consumo e, consequentemente, lucro.
Na contramão da fala do presidente, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, informou que o governo está revisando gastos, com foco em modernizar alguns benefícios trabalhistas e previdenciários, excluindo aposentadorias.
Nas redes sociais, o termo "Lula" cresceu rapidamente na manhã desta quarta, entrando nos top trends do X, antigo Twitter (veja).
A política atual de valorização do salário mínimo seguirá enquanto ele estiver no cargo, frisou. Essa política inclui o reajuste anual baseado no INPC e a variação positiva do PIB de dois anos anteriores, assegurando que os salários acompanhem a inflação e o crescimento econômico. Isso acaba causando um aumento de gastos com aposentadorias e pensões de quem recebe o salário mínimo - são 27 milhões de idosos que ganham o piso.
'Taxação das blusinhas' será vetada, diz Lula
Sobre a taxação de compras internacionais de até US$ 50, mais comentada como "taxação das blusinhas", Lula questionou a justiça dessa medida, dado que as compras feitas em viagens internacionais por pessoas com poder aquisitivo maior possuem isenções significativas.
O projeto de lei que taxa essas compras, recentemente aprovado pela Câmara, está aguardando agora a sanção presidencial, e Lula indicou que pretende vetar esse trecho.
Atualmente, o programa Remessa Conforme isenta compras abaixo de US$ 50 de impostos federais, sendo taxadas apenas pelo ICMS. Lula enfatizou que uma política de tributação justa deve considerar as condições da população, evitando onerar desproporcionalmente os cidadãos que compram produtos importados de baixo valor. Se for sancionado, as compras teriam acréscimo de 20% de Imposto de Importação.
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