O Governo Federal planeja um novo pente-fino no INSS em 2024. A informação foi confirmada pelo presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, que detalhou que a revisão irá focar, principalmente, em benefÃcios com suspeita de irregularidade ou fraude comprovada.
A revisão do INSS vai começar pelo BPC (BenefÃcio de Prestação Continuada), que atualmente é recebido por mais de 5 milhões de idosos e pessoas com deficiência.
Também irão entrar na mira do Governo o AuxÃlio-Doença e o Seguro-Defeso. A expectativa é que a medida gere uma economia de cerca de R$ 10 bilhões aos cofres públicos em 2024.
Revisão do INSS começa em maio
O processo de revisão terá inÃcio com o BPC. Os demais benefÃcios serão convocados para perÃcia médica a partir de maio, onde será exigida a comprovação da renda familiar e a verificação de acúmulo de renda com outros benefÃcios previdenciários, como seguro-desemprego.
Stefanutto ressaltou que o processo de revisão será rigoroso. "Faremos um planejamento para evitar uma corrida às agências", afirmou.
Quanto ao auxÃlio-doença, a revisão deverá ser iniciada em julho. Beneficiários que estejam recebendo o auxÃlio por mais de um ano serão convocados para realizar uma nova perÃcia médica.
Além disso, para investigar possÃveis fraudes no seguro defeso, o governo utilizará bancos de dados de estados e municÃpios.
Atestmed
O INSS planeja ainda ampliar o uso do Atestmed, que começou no ano passado, para dispensar a perÃcia médica em casos que afastamento de trabalho acima de 15 dias e abaixo de 18 dias.
"Ampliamos o uso e tornamos mais fácil. A pessoa pode usar pelo aplicativo. Saiu do médico, seja um hospital do SUS ou particular. Não importa o atestado, ele não é diferente do atestado que o médico dá para a empresa", disse o presidente do órgão.
O governo planeja ainda a implantação do AtestJud, permitindo que no prazo de até 180 dias o segurado que esteja requerendo auxÃlio-doença possa utilizar o atestado médico.
A medida visa reduzir o número de precatórios e ações judiciais. A proposta será apresentada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Agilidade nos bloqueios
A Previdência Social pretende também propor alterações na legislação para permitir bloqueios e cancelamentos mais ágeis de benefÃcios indevidos, bem como a restituição dos valores correspondentes.
De acordo com Stefanutto, parte dessa economia deverá ser reinvestida em segurança de sistema e contratação de servidores para o INSS.
Atualmente, o quadro do órgão conta com 19 mil funcionários, mas o número ideal para trazer equilÃbrio ao sistema é de 21 mil servidores.
"Pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição, por exemplo, demandam análise de técnicos. Outros como salário-maternidade, pensão por morte e aposentadoria por idade podem ser concedidos "por máquinas" porque são padronizados" explicou o presidente.
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