O governo já começa a formular o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para o ano que vem. Entre os itens da PLDO, o novo salário mínimo.
Para 2023 o governo estima elevar o salário para R$ 1.294, ou seja, sem nenhum aumento acima da inflação. A informação consta no PLDO de 2023 que foi enviado pelo governo ao Congresso Nacional recentemente.
O valor ainda pode mudar até o fim do ano, mas se aprovado assim como está hoje, o aumento será de R$ 82, já que o mínimo atual é de R$ 1.212. O reajuste segue a projeção atual de 6,7% esperada para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2022, segundo o Banco Central.
Além do salário mínimo de 2023, o projeto também apresentou previsões de R$ 1.337 para o salário mínimo em 2024 e de R$ 1.378 para 2025.
Nova fórmula
Desde 2020, o reajuste do salário mínimo segue uma nova fórmula que utiliza como base o INPC, o medidor da inflação que considera a elevação dos preços para aqueles que recebem até 5 salários mínimos. A ideia é fazer com que o salário mantenha um poder de compra mínimo.
Antes disso, o salário mínimo era reajustado de acordo com uma fórmula que estimava o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de 2 anos anteriores mais a inflação oficial do ano anterior.
O salário ideal
Em 2022, o salário mínimo está em R$ 1.212. A alta representou 10,18% em relação a 2021, um pouco maior que o INPC acumulado de 10,16%. No entanto, considerando o valor que seria necessário para que um trabalhador suprisse suas necessidades básicas, o salário mínimo deveria ser bem maior.
É o que aponta uma pesquisa apresentada pelo Dieese. Segundo o cálculo, o valor deveria ser R$ 5.997,14 em janeiro desse ano. Isso corresponde a 4,95 vezes o piso nacional atual.
Vale destacar que esse valor é pensado para uma família de quatro pessoas com gastos relacionados a moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
"O trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo", destacou o Dieese.
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