Em 2016, entrou em vigor, pela Emenda Constitucional 95, o chamado teto de gastos do governo federal. O mesmo tem vigência por 20 anos. O objetivo é um só: determinar um limite de aumento de gastos para o governo, atrelado à alta da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
A partir disso, o orçamento disponível para gastos da União só pode ser reajustado em um ano, considerando a inflação do ano anterior. A partir disso, o governo projeta não gastar mais do que arrecada, para não ficar com um resultado financeiro negativo, também chamado de déficit primário.
Por isso, vamos te mostrar a seguir, o que é e como funciona, o teto de gastos públicos.
O que é o teto de gastos públicos?
O teto de gastos nada mais é, do que um mecanismo que deve limitar o crescimento das despesas públicas à inflação registrada no ano anterior. Esta Emenda Constitucional, também chamada de novo regime fiscal, pode ser revista a partir de 2026.
Na teoria, o teto congelaria os gastos públicos por ao menos 10 anos, já que a alta em despesas deveria seguir somente a inflação. Além disso, o teto de gastos recebe o nome de "âncora fiscal", pois segura e controla os gastos do governo em um certo patamar.
Abaixo, veja o comparativo entre os valores realizados e os Tetos de Gastos estabelecidos pela EC 95/2016:
Como ele é calculado?
A base de cálculo do teto de gastos considera algumas despesas do governo anterior, corrigidas pela inflação. Essa correção considera o IPCA acumulado em 12 meses, encerrado em junho.
Em 2021, o teto de gastos foi de 1,48 trilhão. Para 2022, o limite é de R$ 1,68 trilhão. Desse cálculo, ficam de forma alguns pagamentos e transferências. Abaixo, veja o que entra e o que não entra na conta.
O que entra na conta?
São controladas pelo teto de gastos, as despesas primárias. As mesmas são divididas em dois grupos: as despesas obrigatórias, e as despesas discricionárias.
- Despesas obrigatórias: são os gastos fixos mensais do governo. Os mesmos incluem os salários de servidores, as despesas previdenciárias, o seguro-desemprego e as pensões;
- Despesas discricionárias: são os gastos não obrigatórios como investimentos.
Em suma, as despesas obrigatórias representam mais de 90% das despesas totais do governo.
O que não entra na conta?
Abaixo, confira os pagamentos e transferências que não entram na conta do teto de gastos:
- Pagamento de juros da dívida pública;
- Transferências mandatórias para estados, municípios e para o Distrito Federal;
- Dinheiro injetado nas empresas estatais (quando 100% do capital é do Poder Público);
- Repasses para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) - da creche ao ensino médio;
- Gastos com eleições;
- Gastos com saúde.
A partir da lei do teto de gastos, a verba disponível para as despesas discricionárias costuma ser menor. Além disso, a emenda constitucional estima punição se o teto for descumprido. Abaixo, confira alguns exemplo:
- É proibido elevar os salários de servidores e empregados públicos e militares;
- Não é permitido criar cargo, emprego ou função que implique na alta de despesa;
- Mudar a estrutura de carreira dos servidores se isso levar à alta de despesa fica proibido.
Por que é importante que o governo fique dentro do teto de gastos?
O teto de gastos foi criado de forma a manter as contas públicas sob controle, e equilibrar a dívida pública. Dessa forma, seria possível manter a taxa básica de juros, a Selic, em patamares menores, o que estimula a economia a prosperar.
O teto de gastos, bem como o controle de despesas públicas, pode ser um meio de atrair os investidores do exterior. Paralelo a isso, o teto de gastos deve manter a confiança dos investidores, no compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.
Alterações no Teto de Gastos
Desde que foi implementado, o Teto de Gastos já teve algumas mudanças. As mais recentes foram a PEC emergencial, que permitiu o pagamento do Auxílio Emergencial, e a PEC dos Precatórios, que estima o parcelamento de despesas.
Já na terceira semana de outubro, o governo firmou um acordo para realizar uma nova alteração. A mesma determina que será possível fazer uma revisão da metodologia do teto de gastos em 2026.
Atualmente, a regra determina que os gastos públicos são atualizados pela inflação acumulada entre junho de um ano e o mesmo mês do ano anterior. A partir da mudança no cálculo, o período de apuração seria janeiro a dezembro do ano anterior. Dessa forma, o teto aumentaria em R$ 35 bilhões.
Painel do Teto de Gastos
Atualmente, o Painel possibilita acompanhar a evolução das despesas primárias do Governo Central, que estão sujeitas ao limite anual de gastos, determinado pela Emenda Constitucional nº 95/2016, e o percentual de realização desse limite ao longo do ano, além de outros recortes relevantes nas outras abas do painel.
Os dados utilizados na mensuração destes números estão no link Despesas e Transferências Totais da União (critério valor pago) .
Enquanto isso, os limites de pagamento aplicados para os órgãos e poderes podem ser acessados aqui.
Por fim, se você deseja conferir o Painel, e ver a quantas anda o uso do dinheiro público, e quão perto estão os gastos do Teto, clique aqui.
O que é o teto de gastos públicos?
O teto de gastos nada mais é, do que um mecanismo que deve limitar o crescimento das despesas públicas à inflação registrada no ano anterior. A Emenda Constitucional, também chamada de novo regime fiscal, pode ser revista a partir de 2026.
O que entra na conta do teto de gastos?
São controladas pelo teto de gastos, as despesas primárias: Despesas obrigatórias: são os gastos fixos mensais do governo. Os mesmos incluem os salários de servidores, as despesas previdenciárias, o seguro-desemprego e as pensões; Despesas discricionárias: são os gastos não obrigatórios como investimentos.
O que não entra na conta do teto de gastos?
Pagamento de juros da dívida pública; Transferências mandatórias para estados, municípios e para o Distrito Federal; Dinheiro injetado nas empresas estatais (quando 100% do capital é do Poder Público); Repasses para o Fundeb - da creche ao ensino médio; Gastos com eleições; Gastos com saúde.
Por que é importante que o governo fique dentro do teto de gastos?
O teto de gastos foi criado de forma a manter as contas públicas sob controle, e equilibrar a dívida pública. Dessa forma, seria possível manter a taxa básica de juros, a Selic, em patamares menores, o que estimula a economia a prosperar. O teto de gastos, bem como o controle de despesas públicas, pode ser um meio de atrair investidores do exterior
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