Muito aguardada pelos brasileiros, vem aí muito em breve a segunda etapa da ferramenta Valores a Receber do Banco Central. Lançada no início de 2022, ela ficou no ar até abril e então foi temporariamente suspensa para aprimoramento, desde então, porém, o BC teve que adiar o lançamento da segunda fase por vários motivos.

Mas agora, ao que tudo indica, a nova fase deve estar liberada nos primeiros meses de 2023 e então, todos os brasileiros poderão consultar se não têm valores esquecidos, seja em contas que foram encerradas, consórcios, ou outros negócios.

Aliás, uma das novidades para essa segunda fase é que ela vai englobar muitas novas informações. Também há novidades relacionadas ao valores esquecidos por pessoas que já morreram. Confira abaixo.

Como será a segunda etapa?

Segundo as informações que havia sido divulgadas ainda em abril/maio de 2022, a segunda etapa do Sistema Valores a Receber (SVR) contaria com 7 novos tipos de informações. Agora, porém, o BC informou que serão 10 novos tipos.

Os novos serviços que já estavam previstos eram:

  • Tarifas cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
  • Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível;
  • Entidades em liquidação extrajudicial FGC (Fundo Garantidor de Créditos);
  • FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito).

Os três novos serviços que serão incorporados em janeiro, são:

  • Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
  • Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível; e
  • Outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas instituições.

Até então, na primeira etapa, a plataforma agregava cinco dados diferentes de valores esquecidos:

  • Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível;
  • Tarifas cobradas indevidamente, desde que previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários de cooperativas de crédito;
  • Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados.

Outras novidades

João Paulo Resende Borges, chefe de divisão no Departamento de Atendimento ao Cidadão do BC adiantou que uma das melhorias que estão sendo implementadas é a adoção de uma fila de espera virtual para acessar o SVR, que substituirá a lógica de acesso programado (em dia e hora definidos) da primeira versão do sistema.

Outra novidade é a divulgação de informações de valores de pessoas falecidas. Com a reabertura do SVR, herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais da pessoa falecida poderão, mediante o aceite de um Termo de Responsabilidade, consultar a existência de valores a devolver de titularidade de pessoa falecida e saber como resgatar esse montante.

Repescagem da 1ª etapa

Quem não fez a consulta, ou fez a consulta mas não solicitou o resgate dos valores na primeira oportunidade não precisa se preocupar pois assim que a ferramenta for liberada novamente, as consultas voltarão a estar disponíveis para todos e os serviços englobados na primeira etapa, também estarão englobados na segunda.

R$ 4,6 bilhões devem ser devolvidos

Ainda segundo informações do BC, atualmente o estoque de valores a devolver registrados no SVR é de R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 3,6 bilhões para 32 milhões de CPFs; e R$ 1 bilhão para 2 milhões de CNPJs.

Esse valor, porém, ainda deve aumentar, justamente porque novas informações deverão ser enviadas pelos bancos e instituições financeiras nas próximas semanas.

Ainda assim é possível ter uma noção dos valores que serão distribuídos, incluindo as faixas de pagamento. Veja só:

Faixs de valor Beneficiários %
Entre R$ 0 e R$ 10,00 23.588.930 68%
Entre R$ 10,01 e R$ 100 7.940.100 23%
Entre R$ 100,01 e R$ 1.000 2.864.592 8%
Acima de R$ 1.000 476.493 1%
34.870.115

Vale lembrar que na primeira etapa do SVR foram devolvidos um total de R$ 2,36 bilhões para 7,2 milhões de pessoas físicas e 300 mil pessoas jurídicas. Desse total, R$ 321 milhões foram devolvidos via Pix a 3,7 milhões de beneficiários que clicaram diretamente no sistema para solicitar os valores. O restante foi devolvido mediante contato prévio do beneficiário com a instituição, por telefone, e-mail, agência ou outros canais de atendimento.