O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última segunda-feira, 12 de novembro, uma nota oficial alertando que a escassez de recursos humanos no órgão ameaça a produção de informações estratégicas para o país em 2019. De acordo com o Instituto, desde 2008 o IBGE perdeu mais de 2.400 servidores.
Nos últimos quatro anos, 16 agências foram fechadas, pois funcionários responsáveis se aposentaram e não houve substituição. De um total de 583 agências, 232 operam atualmente com apenas dois servidores. Outras 61 agências possuem apenas um servidor e estão ameaçadas de fechamento já nos próximos meses.
Para o presidente do IBGE, Roberto Olinto Ramos, "se parte das aposentadorias previstas acontecerem, não é improvável que cheguemos a meados de 2019 com bem menos de 4.000 funcionários ativos", citou. Essa crise ameaça todo o plano de trabalho do Instituto, incluindo a realização do Censo Demográfico 2020, que já se encontra em planejamento.
Já Claudio Crespo, diretor de Pesquisas do IBGE, frisou que o IBGE solicita o apoio das instituições públicas e privadas, de pesquisadores, associações e da sociedade em geral para que novas contratações sejam avalizadas. Segundo o diretor executivo do IBGE, Fernando Abrantes, o fechamento das agências eleva custos de deslocamento e atrasos nos cronogramas de coleta, além de dificultar a ampliação territorial de pesquisas, como o IPCA.
Se permanecer desta forma, a situação irá se agravar a partir de 2019, quando um terço do quadro funcional estaria apto a requerer aposentadoria. Isso seria uma 'ameaça' a todo o plano de trabalho do órgão, incluindo a realização do Censo Demográfico de 2020.
A Direção do IBGE afirmou que tem feito trabalho intenso com instituições usuárias para mostrar a importância do Censo, e por meio de uma assessoria em Brasília junto a parlamentares e membros da GEMA (Frente parlamentar pela Geografia, Estatística e o Meio Ambiente). Mas, por enquanto, não há autorização de concurso nem orçamento suficiente para o Censo 2020 - confira a nota na íntegra.
Concurso IBGE 2019 está em análise
O pedido para a possível realização de um concurso público foi encaminhado ao Ministério do Planejamento. Foram solicitadas 1.800 vagas, destas, 1.200 para técnicos, cuja exigência de escolaridade é ensino médio. A remuneração prevista para o cargo é de R$ 3.890,87.
As outras 600 são destinadas a postos de analista, que tem ensino superior completo como requisito de escolaridade. Os vencimentos iniciais são de R$ 8.123,07.
Já para o Censo 2020, são aguardadas ao menos 250 mil vagas temporárias. O provimento deve ser feito nas funções de recenseadores, agentes regional e administrativo, agentes municipal e de informática e agente supervisor.
Dados do Planejamento
Segundo dados do Painel Estatístico de Pessoal (PEP) do Ministério do Planejamento, o quadro do IBGE tinha 10.137 funcionários, 5.033 destes servidores efetivos em setembro, com redução gradual mês a mês. Em junho eram 10.565 servidores, passando para 10.325 em agosto, o que demonstra o alto número de aposentadorias no órgão. Os outros 5 mil funcionários são temporários com contratos por tempo determinado e que deixarão o quadro em breve.
A maior força de trabalho se encontra na região sudeste, envolvendo o Rio de Janeiro, onde fica a sede do órgão. Confira o atual quadro do IBGE:
Último Concurso IBGE
O último concurso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aconteceu em 2015, sob responsabilidade da banca FGV quando contou com 600 vagas, sendo 460 de técnico, de nível médio, 90 para analistas e 50 de tecnologistas.
O edital nº 01/2015 ofertou 140 vagas para cargos de nível superior nas funções de Analista e Tecnologista nas áreas de Análise de Projetos, Desenvolvimento de Aplicações-Web Mobile (6), Análise de Sistemas/ Desenvolvimento de Sistemas (16), Análise de Sistemas/ Suporte Operacional (7), Análise em Biodiversidade (1), Auditoria (1), Ciências Contábeis (7), Design Instrucional (3), Educação Corporativa (2), Engenharia Agronômica (3), Engenharia Civil (2), Geoprocessamento (12), Jornalismo/ Redes Sociais (2), Orçamento e Finanças (1), Planejamento e Gestão (3), Processos Administrativos Disciplinares (1), Recursos Humanos - Administração de Pessoal (5), Recursos Humanos - Desenvolvimento e Pessoas (4), Recursos Materiais e Logística (12), Biblioteconomia (2), Economia (21), Engenharia Cartográfica (3), Engenharia Florestal (3), Estatística (12), Geografia (4) e Programação Visual-Webdesign (5).
Já o edital nº 02/2015 contou com 460 vagas em cargos de nível médio na função de Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas, da carreira de Suporte Técnico em Produção e Análise de Informações Geográficas e Estatísticas.
Os salários ofertados eram de R$ 3.098,85 para nível médio e de R$ 7.000,49 para superior, mais auxílio-alimentação no valor de R$ 458,00, auxílio-transporte, assistência à saúde (médica e odontológica) ao servidor e aos seus dependentes com valores entre R$ 82,83 e R$ 167,70, entre outras gratificações.
Além do salário, Analistas e Tecnologistas têm direito ainda a retribuição por titulação (RT) que vai de R$ 392,92 para aqueles com especialização, R$ 785,84 para Mestres e de R$ 1.734,39 para Doutores. Os Técnicos recebem gratificação por qualificação (GQ) que soma aos vencimentos R$ 426,36 (nível I), R$ 810,08 (nível II) e R$ 1.539,16 (nível III), podendo chegar a iniciais de R$ 4.858,61.
Os candidatos foram avaliados mediante aplicação de prova objetiva e discursiva. A prova foi composta de 60 questões objetivas para os candidatos a técnico e 70 para os cargos de analista e tecnologista, exceto Análise de Sistemas, que contou com 60.
Com informações do Ministério do Planejamento e do ASSIBGE
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