O IBGE, principal órgão de pesquisas populacionais, geográficas e estatísticas do Brasil, divulgou nessa quarta-feira, 28 de junho, os primeiros dados do Censo Demográfico 2022. A pesquisa foi realizada entre agosto do ano passado e maio desse ano.
Uma das maiores importâncias do censo, que normalmente é realizado a cada 10 anos - o anterior era de 2010 - reside no fato de que os dados levantados mostram a realidade brasileira atual.
A partir disso, governos de todas as instâncias podem pensar e promover políticas públicas para trabalhar no que ainda precisa ser melhorado no País.
Entre os destaques da divulgação desse ano está o número de habitantes do Brasil: 203.062.512 milhões.
A estimativa do IBGE era de que o Brasil registrasse cerca de 10 milhões a mais de pessoas nesse censo, no entanto, segundo especialistas, a taxa de natalidade ficou abaixo do esperado para essa década e a pandemia de covid-19 também impactou nos números.
Com esse número populacional, o Brasil registrou um crescimento de apenas 6,5% em 12 anos, a menor taxa da história desde o início da realização do censo em 1872. Abaixo, veja os dados das capitais brasileiras e quais delas cresceram ou diminuíram em termos de população.
A população das capitais
Veja no quadro abaixo a comparação das 26 capitais brasileiras, mais a capital do Distribto Federal, entre a população de 2010 e de 2022, segundo o Censo Demográfico do IBGE:
Posição em 2022 | Capitais | Unidade federativa | População em 2022 (IBGE) | Mudança (2010-2022) | População em 2010 (IBGE) | Pos. 2010 |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | São Paulo | São Paulo | 11.451.245 | +1,76% | 11.253.503 | 1 |
2 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | 6.211.423 | -1,72% | 6.320.446 | 2 |
3 | Brasília | Distrito Federal | 2.817.068 | +9,52% | 2.570.160 | 3 |
4 | Fortaleza | Ceará | 2.428.678 | -1,26% | 2.452.185 | 5 |
5 | Salvador | Bahia | 2.418.005 | -9,63% | 2.675.656 | 4 |
6 | Belo Horizonte | Minas Gerais | 2.315.560 | -2,53% | 2.375.151 | 6 |
7 | Manaus | Amazonas | 2.063.547 | +14,51% | 1.802.014 | 7 |
8 | Curitiba | Paraná | 1.773.733 | +1,25% | 1.751.907 | 8 |
9 | Recife | Pernambuco | 1.488.920 | -3,20% | 1.537.704 | 9 |
10 | Goiânia | Goiás | 1.437.237 | +10,39% | 1.302.001 | 10 |
11 | Porto Alegre | Rio Grande do Sul | 1.332.570 | -5,40% | 1.409.351 | 12 |
12 | Belém | Pará | 1.303.389 | -6,50% | 1.393.399 | 11 |
13 | São Luís | Maranhão | 1.037.775 | +2,21% | 1.014.837 | 13 |
14 | Maceió | Alagoas | 957.916 | +2,71% | 932.748 | 14 |
15 | Campo Grande | Mato Grosso do Sul | 897.938 | +14,13% | 786.797 | 15 |
16 | Teresina | Piauí | 866.300 | +6,39% | 814.230 | 17 |
17 | João Pessoa | Paraíba | 833.932 | +15,26% | 723.515 | 18 |
18 | Natal | Rio Grande do Norte | 751.300 | -6,52% | 803.739 | 16 |
19 | Cuiabá | Mato Grosso | 650.912 | +17,66% | 551.098 | 20 |
20 | Aracaju | Sergipe | 602.757 | +5,53% | 579.149 | 19 |
21 | Florianópolis | Santa Catarina | 537.213 | +27,53% | 421.240 | 23 |
22 | Porto Velho | Rondônia | 460.413 | +7,44% | 428.527 | 21 |
23 | Macapá | Amapá | 442.933 | +11,23% | 398.204 | 22 |
24 | Boa Vista | Roraima | 413.486 | +45,43% | 284.313 | 24 |
25 | Rio Branco | Acre | 364.756 | +8,55% | 336.038 | 25 |
26 | Vitória | Espírito Santo | 322.869 | +0,98% | 319.738 | 26 |
27 | Palmas | Tocantins | 302.692 | +32,57% | 228.332 | 27 |
As capitais que mais ganharam habitantes
Segundo os dados acima, podemos ver que as capitais que mais ganharam habitantes foram:
- Boa Vista (Roraima): 45,43%
- Palmas (Tocantins): 32,57%
- Florianópolis (Santa Catarina): 27,53%
- Cuiabá (Mato Grosso): 17,66%
- João Pessoa (Paraíba): 15,26%
- Manaus (Amazonas): 14,51%
- Campo Grande (Mato Grosso do Sul): 14,13%
- Macapá (Amapá): 11,23%
- Goiania (Goiás): 10,39%
- Brasília (Distrito Federal): 9,52%
Em Manaus, no Amazonas, a população passou de 1,8 milhão para 2,1 milhões, um aumento de 261,5 mil pessoas em 12 anos. Os números também colocam a capital amazonense no primeiro lugar do ranking de maiores aumentos absolutos: a cidade recebeu em pouco mais de uma década incremento de 261.533 novos moradores.
Na lista dos 20 municípios com o maior número de residentes, apenas João Pessoa registrou percentual mais elevado que Manaus. A capital da Paraíba, inclusive, não figurava nessa relação em 2010 e passa a ocupar o 20º lugar, após um aumento populacional de 15,3%, saindo de 723.515 residentes em 2010 para 833.932 em 2022.
Além de Manaus e João Pessoa, entre as 20 cidades mais populosas, mais duas registraram crescimentos percentuais de dois dígitos. São capitais de estados do Centro-Oeste. O crescimento de 10,4% fez Goiânia subir duas posições e se colocar como o 10º município com maior quantidade de moradores. São 1.437.237 residentes na maior capital estadual do Centro-Oeste.
Em Campo Grande, foi registrada uma população de 896.744 pessoas, o que significa crescimento de 14,1%. O aumento significativo foi responsável por fazer a capital do Mato Grosso superar outras cinco cidades e colocá-la na lista das 20 mais populosas do país. Subindo cinco posições, ela ocupa agora a 17ª posição.
Também situada geograficamente no Centro-Oeste, a capital do país registrou aumento significativo. O salto populacional em Brasília foi 9,6%, o que significa incremento de 246.908 moradores. É o segundo maior crescimento do país em números absolutos.
Esse aumento fez com que Brasília chegasse ao posto de 3ª cidade mais habitada do país, superando Salvador que curiosamente registrou variação inversa: uma queda de 9,6%. Agora, apenas São Paulo e o Rio de Janeiro têm mais moradores do que a capital federal.
As capitais que perderam habitantes
Já as capitais que perderam moradores, foram as seguintes:
- Salvador (Bahia): 9,6%
- Natal (Rio Grande do Norte): 6,52%
- Belém (Pará): 6,50%
- Porto Alegre (Rio Grande do Sul): 5,40%
- Recife (Pernambuco): 3,20%
- Belo Horizonte (Minas Gerais): 2,5%
- Rio de Janeiro (Rio de Janeiro): 1,72%
- Fortaleza (Ceará): 1,26%
Entre as reduções, considerando os números absolutos, aparecem Salvador, com retração de 257,7 mil pessoas. A capital baiana perdeu 9,6% de seus moradores na comparação com os dados da última operação censitária realizada em 2010. Dessa forma, a cidade caiu duas posições entre as mais populosas do país, saindo da 3ª para a 5ª posição.
Também chamou a atenção os dados do Rio de Janeiro, que figura na segunda posição. Houve uma redução de 109.023 residentes na capital fluminense, o que representa uma queda de 1,7%.
124 milhões vivem em concentrações urbanas
Um dado interessante apresentado pelo IBGE é que em 2022, havia 124,1 milhões de pessoas vivendo em concentrações urbanas, que são arranjos populacionais ou municípios isolados com mais de 100 mil habitantes. Os arranjos populacionais são formados por municípios com forte integração, geralmente conurbados.
Essa aglutinação de cidades forma unidades espaciais, como é o caso da capital paulista, núcleo de uma concentração urbana que reúne 37 municípios. Outros exemplos de concentrações do país são Belo Horizonte, em Minas Gerais (23), e Rio de Janeiro (21).
"As concentrações urbanas podem ser formadas por um único município ou por um conjunto de municípios fortemente integrados e articulados entre si que funcionam como uma cidade só. É importante analisar essas informações urbanas porque, por exemplo, muitas vezes o crescimento demográfico se dá pelo espalhamento do tecido urbano de um município para um município vizinho. Então para se entender a taxa de crescimento demográfico desses municípios mais conurbados é preciso olhar para a concentração urbana e as relações que existem ali", explica Stenner.
Comparado aos dados do Censo 2010, o aumento da população que vivia em concentrações urbanas foi de 9,2 milhões de pessoas, o que representa parte expressiva do crescimento do país.
No país, são 185 concentrações urbanas e a maior parte delas (80) estava no Sudeste. Em seguida, aparecem Nordeste e Sul, com 37 cada. Na outra ponta estavam 4.218 municípios com menos de 25 mil habitantes. Cerca de 19,7% da população do país viviam neles.
Com informações: Agência IBGE e Agência Brasil.
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