Em assembleia virtual realizada entre os dias 4 e 5 de setembro, bancários analisam a proposta feita pelos bancos para o novo acordo coletivo 2024/2025.

O reajuste salarial oferecido foi de 4,64% para 2024, com um ganho real de 0,7%. Além disso, a 13ª cesta alimentação será paga em outubro e a antecipação da PLR ocorrerá em setembro. Para 2025, está garantido um aumento real de 0,6% sobre os salários e outras verbas econômicas.

Funcionários da Caixa Econômica Federal, que fazem parte da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, rejeitaram a proposta de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) oferecida pelo banco. Com 57,17% dos votos contrários, os empregados optaram por não aceitar os termos apresentados para 2024.

Já os funcionários do Banco do Brasil aprovaram, com 51,35% dos votos, a proposta de renovação do ACT específico e da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), garantindo avanços em diversas áreas, como revisão de cargos e benefícios. A votação também incluiu uma cláusula específica sobre desligamento motivado, que foi aprovada por 56,86% dos votantes.

Veja o Acordo Coletivo de Trabalho

Resultados da votação

  • Banco do Brasil:
    • Acordo geral: 51,35% de aprovação
    • Cláusula sobre desligamento motivado: 56,86% de aprovação
  • Caixa Econômica Federal:
    • Proposta de reajuste: 57,17% de rejeição
  • Bancos privados:
    • Proposta de reajuste: 64% de aprovação

Avanços no Banco do Brasil

A aprovação do acordo no Banco do Brasil trouxe benefícios como a elevação do teto da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para sete salários anuais e a criação de 4 mil novas vagas para funções de 6 horas, com prioridade para caixas. Além disso, o banco se comprometeu a revisar cargos e salários, beneficiando mais de 11 mil funcionários.

Outros avanços incluem a manutenção da gratificação de caixa até dezembro de 2024, ampliação de vagas para gerentes de relacionamento e a criação de programas de qualificação. Funcionários também terão redução de jornada de trabalho para pais e responsáveis por pessoas com deficiência, além de anistia de horas de banco negativo para grupos de risco da Covid-19.

Confira os principais avanços do acordo aprovado pelos funcionários do BB:

Elevação do teto da PLR

  • A partir da próxima PLR, estará em vigor a nova regra, com um limite de até sete salários por ano.
  • O BB se comprometeu a pagar a antecipação da PLR em até três dias úteis após a assinatura do acordo.

Rede de negócios

  • Revisão dos cargos de assistente de negócios, supervisor de atendimento e caixas.
  • Serão abertas 4 mil vagas para uma nova função com jornada de 6 horas, com salário superior ao dos caixas.
  • Os caixas terão prioridade na concorrência para essas vagas.
  • Serão criadas 2,7 mil vagas para o cargo de 8 horas, com remuneração superior à de supervisor de atendimento.
  • Além disso, serão abertas 500 vagas para gerente de relacionamento, impactando mais de 11 mil funcionários com aumento salarial.

Rede de apoio

  • Aumento do valor de referência para os cargos de assistente júnior e assistente pleno.
  • Cerca de 4 mil funcionários serão beneficiados por esse aumento.

Caixas

  • O BB garantiu a manutenção da gratificação de caixa até dezembro deste ano para os agentes comerciais que já recebiam esse benefício.
  • Os caixas serão priorizados para as novas vagas de assistente de 6 horas, com reajuste salarial superior ao atual (salário + gratificação).
  • Os caixas que permanecerem na função continuarão recebendo a gratificação.
  • Aqueles com mais de 10 anos na função terão a gratificação incorporada ao salário.
  • O BB criará um programa de qualificação para as novas funções.

Redução de jornada para pais e responsáveis por PCD

  • Redução de 2 horas na jornada de trabalho para funcionários com filhos ou dependentes PCD que cumprem 8 horas diárias.
  • Redução de 1 hora na jornada para aqueles que cumprem 6 horas diárias.

Banco de horas negativas (Covid-19)

  • Anistia das horas para funcionários com 60 anos ou mais, afastados por licença saúde, pais de filhos com deficiência e integrantes do grupo de risco da covid.
  • Para os do grupo de risco, a anistia dependerá do cumprimento de pelo menos 30% das horas até maio de 2025, quando o acordo relacionado à pandemia foi encerrado.

Desligamento motivado

  • Inclusão no ACT das regras para desligamento motivado.

Funcionários oriundos de bancos incorporados

  • O BB comprometeu-se a resolver questões de saúde e previdência desses funcionários até 31 de julho de 2025, com reuniões trimestrais para discutir o tema.

Tabela de pontuação por mérito

  • Ampliação das faixas na tabela de pontuação, permitindo maior variação de pontos e possibilitando que os funcionários acumulem pontos e mudem de faixa mais rapidamente.
  • Com a ampliação, 50% dos funcionários seriam beneficiados de imediato.

Teletrabalho nos escritórios de negócios

  • Dobrar o número de escritórios que realizam TRI e garantir que, até o fim do ano, pelo menos um escritório em cada estado realize esse trabalho.

Plataforma Conexão

  • Todos que superarem seus indicadores receberão uma premiação. Se essa regra estivesse em vigor no segundo semestre de 2023, 40 mil funcionários a mais teriam sido premiados.

Encarreiramento

  • Redução do prazo para concorrência para 12 meses na nomeação de funções na rede de varejo.
  • O BB removerá a limitação de 10% de claros para casos de ascensão.

Praças de difícil provimento

  • Para incentivar a mobilidade de funcionários para localidades de difícil provimento, será oferecido um incentivo pecuniário por 12 meses, com valores crescentes.

Comitê de Ética Paritário

  • Criação de um Comitê de Ética Paritário, com dois membros eleitos pelos funcionários e dois indicados pelo banco.

Vigilantes

  • Retorno dos vigilantes, já a partir de setembro, em todas as unidades de varejo, com ou sem numerário.

Verba de viagens

  • O Banco do Brasil propõe aumentar a verba destinada a viagens a serviço, com revisão bianual dos valores.

Negociações continuam na Caixa

Com a rejeição do reajuste, os funcionários da Caixa Econômica Federal aguardam novas rodadas de negociações. O Sindicato está acompanhando os resultados das assembleias realizadas em todo o país, após a recusa das propostas por parte dos empregados do órgão. O objetivo é definir os próximos passos da Campanha Nacional e traçar estratégias para as futuras negociações.