O Ministério da Justiça lançou esta semana o aplicativo e site Celular Seguro. A proposta é facilitar o bloqueio de aparelhos roubados e inibir esse tipo de crime crescente no Brasil. Mas será que é seguro? E o governo poderá rastrear nossos dados? Vamos analisar!
O Celular Seguro funciona como uma ponte para acionar a operadora do celular e os bancos em caso de roubo, agilizando o processo de bloqueio da linha e impedindo o acesso indevido a aplicativos e contas bancárias.
O usuário precisa preencher um cadastro usando o perfil gov.br e, em caso de perda ou roubo, comunicar a ocorrência.
No entanto, a eficácia imediata do bloqueio ainda não é garantida. Algumas operadoras e bancos têm prazos diferentes, o que levanta questões sobre a rapidez do processo. Especialistas apontam que seria necessário ampliar parcerias com outros aplicativos e desenvolvedores de sistemas, como Google e Apple, para inutilizar totalmente o aparelho num período menor e mais ágil.
Empresas parcerias do Governo
As empresas e órgãos que estão envolvidos nesse projeto são:
- Anatel: Responsável pela coordenação entre as operadoras de telefonia e ABR Telecom;
- ABR Telecom: Encarregada de encaminhar as informações para as operadoras participantes, que incluem Algar Telecom, Claro, Datora Telecom, Emnify Brasil, Sercomtel, Surf Telecom, TIM, Vivo/Telefônica;
- Febraban: Encarregada da coordenação entre as instituições financeiras envolvidas;
- Bancos: Banco do Brasil, Banco Inter, Banco Pan, Banco Safra, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Itaú, Santander, Sicoob, Sicredi e XP Investimentos. Eles atuarão na interrupção do acesso aos seus aplicativos;
- Empresas e Associações: Google (Android), 99 Táxi, iFood, Zetta, Uber e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) já assinaram um protocolo de intenções, demonstrando a intenção de aderir ao projeto em breve.
Passo a passo para baixar o aplicativo
Confira abaixo um guia passo a passo de como utilizar o aplicativo Celular Seguro:
- Baixe o aplicativo: Acesse a Google Play ou a App Store e faça o download do aplicativo Celular Seguro.
- Cadastro no gov.br: Para utilizar o aplicativo, é necessário estar cadastrado no gov.br; Realize o cadastro e, em seguida, aceite os termos de uso do app.
- Registro do número do celular: Registre o número do seu celular no aplicativo. Você pode cadastrar mais de um número, desde que estejam vinculados ao seu CPF.
- Cadastro de pessoa de confiança: Opcionalmente, você pode cadastrar uma pessoa de confiança para realizar a denúncia em seu lugar. Essa pessoa também precisa ter cadastro no gov.br e baixar o aplicativo.
- Criação de ocorrência: Em caso de roubo, furto ou perda, você ou a pessoa de confiança podem criar uma ocorrência no aplicativo.
- Notificação à Anatel e bancos parceiros: O aplicativo Celular Seguro notificará a Anatel e os bancos parceiros automaticamente, agilizando o processo. Será gerado um número de protocolo para referência.
- Registro de boletim de ocorrência: Mesmo após notificar o aplicativo, é recomendável registrar um boletim de ocorrência junto às autoridades competentes para documentar oficialmente a situação.
O novo app Celular Seguro é confiável?
A ideia é louvável, mas alguns especialistas levantam preocupações. Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, destaca a importância de envolver fabricantes de celulares e desenvolvedoras de sistemas.
A Associação Brasileira de Segurança Cibernética alerta para possíveis mal-entendidos, ressaltando que o aplicativo notifica instituições, não bloqueia os celulares.
A questão da segurança também envolve possíveis brechas para ataques de engenharia social. É necessário evitar falhas de comunicação e monitorar golpes que possam utilizar o nome do Celular Seguro para enganar usuários.
O Celular Seguro já está disponível para navegadores e ganhará aplicativos para Android e iOS em breve. A proposta é que, ao notificar o roubo, a vítima avise diversas instituições parceiras do governo, incluindo Anatel e bancos.
O Governo poderá ver o que faço? Não. O aplicativo apenas rastreia a localização do aparelho, não o que o usuário faz no seu equipamento.
Expansão do aplicativo
O governo planeja expandir a parceria para bloquear não apenas o celular, mas também o chip, impedindo o recebimento de mensagens que permitam recuperar senhas. A adesão de empresas como iFood, Uber, 99, Mercado Livre e Nubank também está prevista até fevereiro de 2024.
Desta forma, a segurança e eficácia do bloqueio do aplicativo Celular Seguro precisam ser aprimoradas, e a colaboração com fabricantes e desenvolvedores é fundamental.
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