O Concurso Nacional Unificado (CNU), também chamado de "Enem dos Concursos" vem enfrentando novos desafios, agora relacionados ao projeto básico. O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) planeja contratar a banca ainda neste mês, mas o processo está sendo questionado devido à falta de informações do termo de referência.
O projeto básico é como se fosse um guia de elaboração do edital, compartilhado com as bancas para que apresentem suas propostas. No entanto, o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan), convidado a participar do processo, levantou temas sobre a falta de informações cruciais no termo de referência, aguardando agora por respostas do governo.
Apesar disso, informações vindas de fontes vinculadas ao Governo Federal indicam que apenas cinco bancas organizadoras enviaram propostas e seguem na disputa: Cebraspe, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Cesgranrio, Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades) e Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).
Contratação da banca até 22 de novembro
O regulamento do CNU, publicado no início de outubro, prevê a contratação da banca organizadora até o próximo dia 22 de novembro. Este anúncio é crucial, pois a banca terá a responsabilidade de coordenar a publicação do edital e a aplicação das provas com a organização dos locais.
Os candidatos, após a realização da prova, poderão concorrer dentro dos blocos temáticos, alinhando-se com suas carreiras de preferência. A oferta total será de 6.640 vagas para carreiras de níveis médio e superior, sendo mais de 20 órgãos participantes.
Edital previsto para dezembro
O Concurso Nacional Unificado traz uma abordagem nova ao centralizar concursos autorizados em 2023, democratizando o acesso ao serviço público. As provas serão realizadas em diversas cidades, sem ficar restritas apenas às capitais dos estados.
O edital, previsto para 20 de dezembro de 2023, marca o início de uma nova fase nos concursos públicos. As provas estão programadas para ocorrer até março de 2024, com o resultado final da etapa unificada saindo até maio do mesmo ano. Os candidatos aprovados poderão contar com cursos de formação até julho de 2024, culminando com as posses até agosto.
José Celso Pereira Cardoso Júnior, secretário de Gestão de Pessoas do MGI, adiantou que será publicado um edital por bloco temático, uma das características inovadoras deste modelo.
Órgãos confirmados no CNU
Ao todo, 22 órgãos e entidades do Executivo Federal aderiram ao Concurso Nacional Unificado. Essa colaboração resultará na abertura de 6.640 vagas em diversas áreas, ampliando as oportunidades para os candidatos.
Os órgãos confirmados são:
- Fundação Nacional dos Povos Indígenas - Funai: 502 vagas
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA: 742 vagas
- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA: 520 vagas
- MGI e transversais: 1.480 vagas
- Ministério da Saúde - MS: 220 vagas
- Auditores Fiscais do Trabalho - MTE: 900 vagas
- Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ: 30 vagas
- Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - MDIC: 110 vagas
- Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC: 40 vagas
- Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel: 40 vagas
- Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS: 35 vagas
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE: 895 vagas
- Ministério da Justiça e Segurança Pública - MJSP: 130 vagas
- Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTI: 296 vagas
- Ministério da Cultura - MINC: 50 vagas
- Advocacia-Geral da União - AGU: 400 vagas
- Ministério da Educação - MEC: 70 vagas
- Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania - MDHC: 40 vagas
- Ministério dos Povos Indígenas - MPI: 30 vagas
- Ministério do Planejamento e Orçamento - MPO: 60 vagas
- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep: 50 vagas
Blocos temáticos e mudanças nas questões do CNU
Após a publicação do edital, os candidatos deverão escolher um bloco temático. A inscrição se limita a um bloco temático por candidato, sendo eles:
- Administração e Finanças Públicas;
- Setores Econômico, Infraestrutura e Regulação;
- Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário;
- Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Políticas Sociais; Justiça e Saúde;
- Trabalho e Previdência;
- Dados, Tecnologia e Informação Pública; e
- Nível intermediário.
Posteriormente, os participantes terão a chance de selecionar, em ordem de preferência, as carreiras dentro do bloco selecionado. Isso possibilita que uma mesma pessoa concorra a mais de um cargo dentro do bloco temático, pagando apenas uma taxa de inscrição.
Uma mudança relevante nas provas do Concurso Nacional Unificado está na abordagem. Roberto Pojo, secretário de Gestão e Inovação do Governo Federal, destaca que as questões serão menos focadas na memorização e "decoreba" de conteúdos. O objetivo é avaliar outras habilidades dos candidatos, como a capacidade analítica.
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