Um suposto concurso para o Censo Estudantil 2025, anunciado no dia 17 de fevereiro, tem levantado suspeitas sobre sua legitimidade. O edital, divulgado no site da banca OMNI Concursos, oferece 3.180 vagas temporárias para o cargo de Agente Recenseador em 10 estados brasileiros, com salários de até R$ 2.100,00.

No entanto, diversos indícios apontam que a seleção pode ser fraudulenta. A banca está promovendo ainda outras seleções, conforme o formulário de inscrição no seu site, mas são seleções de tamanhos menores, municipais. Assim, fica a dúvida se a banca teria capacidade técnica de aplicar um concurso desse porte.

Por que há suspeitas de golpe?

A desconfiança em relação ao concurso Censo Estudantil 2025 aumentou devido a uma série de fatores, como a ausência de publicação nos Diários Oficiais, o uso de termos incomuns e a abrangência limitada da seleção.

Além disso, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou recentemente uma nota oficial informando que não está promovendo nenhum processo seletivo para recenseadores do Censo Escolar. A declaração reforçou as dúvidas sobre a autenticidade do certame.

Veja a publicação do IBGE nas redes sociais:

Principais indícios de fraude

Confira abaixo os principais indícios de que o concurso pode ser um golpe:

  • Edital não publicado em diários oficiais: Até o momento, não há registro oficial da seleção em nenhum órgão governamental.
  • Falta de divulgação nos canais oficiais do governo: Nenhum site oficial ligado ao Ministério da Educação ou ao IBGE menciona o concurso.
  • Banca organizadora: A OMNI Concursos Públicos não tem histórico de organização de seleções de grande porte.
  • Nome do certame não segue padrões oficiais: O título "Censo Cidades Estudantil Brasil" não condiz com as nomenclaturas utilizadas em censos oficiais anteriores.
  • Abrangência limitada: O concurso abrange apenas 10 estados, o que é incomum para um levantamento nacional.
  • Ausência de fundamentação legal: O edital menciona apenas que se trata de um "concurso público, regido pelas Instruções Especiais", sem citar qualquer legislação ou órgão responsável pela seleção e contratação dos aprovados.
  • Uso incorreto do termo "concurso público": Para contratações temporárias, o correto seria utilizar "processo seletivo simplificado", como ocorreu no último certame do IBGE, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2021.

Diante dessas inconsistências, especialistas recomendam cautela aos candidatos e orientam que verifiquem sempre os sites oficiais do governo antes de realizar qualquer pagamento ou inscrição.

Posicionamento da banca

A equipe do Ache Concursos tentou contato com a OMNI Concursos para esclarecimentos sobre a seleção. Até o momento, não houve retorno.

A recomendação para os concurseiros é acompanhar as informações diretamente nos portais oficiais do IBGE, do Ministério da Educação e dos Diários Oficiais da União e dos Estados, evitando cair em possíveis golpes.