Um novo golpe telefônico está sendo aplicado por criminosos, explorando a vulnerabilidade de idosos. Neste esquema, os golpistas se passam por funcionários de bancos e alegam que uma agência ou gerente está sob investigação, solicitando que as vítimas transfiram grandes quantias de dinheiro para outras contas.

Como funciona o golpe? Os golpistas utilizam uma falsa central telefônica para enganar os clientes bancários, aplicando técnicas de engenharia social. Através de manipulação psicológica, convencem as vítimas a fornecerem informações sigilosas ou transferirem dinheiro para as contas de quadrilhas. Para dar mais credibilidade à fraude, em alguns casos, os criminosos chegam até a enviar um boletim de ocorrência falso, alertou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Durante a ligação, os golpistas alegam que, para proteger o cliente durante a investigação criminal, é necessário transferir o dinheiro para uma conta "segura" indicada por eles. No entanto, essa abordagem é uma fraude. "Bancos e autoridades nunca solicitam transferências em nome de investigações", afirma José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

Ele orienta que, ao receber ligações suspeitas, as pessoas encerrem o contato imediatamente e busquem esclarecimentos por meio dos canais oficiais do banco.

Campanha antifraudes

Em resposta ao aumento desse e outros golpes, a Febraban lançou recentemente uma campanha de conscientização sobre fraudes eletrônicas, com o tema "Se é golpe, tem contragolpe".

A campanha conta com a participação do humorista Fábio Porchat e tem como objetivo ensinar as pessoas a identificar e se proteger de golpes financeiros. O projeto deve se estender até abril de 2025, com ampla divulgação em diversas plataformas.

Golpes mais comuns contra idosos

Além desse novo golpe, muitos outros tipos de fraudes têm sido aplicados contra idosos. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) lançou recentemente uma cartilha para ajudar a identificar e enfrentar a violência financeira contra essa população. Entre os golpes mais comuns estão:

  • Bilhete premiado: Golpista vende um bilhete supostamente premiado por um valor menor.
    Fique atento: Os prêmios são pagos diretamente aos portadores, sem intermediários. Se a pessoa tivesse ganho mesmo o prêmio, ela mesmo iria retirar o valor e não venderia o bilhete por um valor menor.
  • Bilhete falso: Faturas fraudulentas de serviços ou produtos.
    Proteção: Verifique sempre o boleto e consulte o banco antes de pagar, caso suspeite.
  • Cartão retido: Armadilha no caixa eletrônico para reter o cartão.
    Proteção: Verifique o caixa eletrônico antes de usar.
  • Empréstimo consignado: Depósitos ou saques indevidos.
    Proteção: Não movimente o dinheiro e contate o banco.
  • Falso namorado: Golpista pede dinheiro após envolvimento emocional. Proteção: Consulte amigos e autoridades.
  • Falso sequestro: Golpista finge sequestrar um parente. Proteção: Mantenha a calma e confirme a segurança do familiar.
  • Falsa central de atendimento: Golpista coleta dados do cartão. Proteção: Verifique sempre com a instituição oficial.
  • Maquininha: Fraude em maquininhas de pagamento. Proteção: Não entregue o cartão e peça comprovante.
  • Motoboy: Falsos funcionários recolhem cartões. Proteção: Nunca entregue o cartão ou dados.
  • Parente com carro quebrado: Golpista finge ser um parente pedindo dinheiro. Proteção: Confirme a identidade e ligue diretamente.
  • Processo judicial falso: Golpista diz que a vítima tem dinheiro para receber. Proteção: Consulte um advogado antes de pagar qualquer taxa.
  • Saidinha de banco: Golpistas ajudam no caixa e roubam dados. Proteção: Peça ajuda somente aos funcionários do banco.
  • Site falso: Compras em sites falsos. Proteção: Verifique a reputação e o CNPJ da empresa.
  • Troca de cartão: Golpista troca o cartão após "erro". Proteção: Não entregue o cartão a terceiros.
  • WhatsApp clonado: Golpista acessa o WhatsApp e pede dinheiro. Proteção: Não compartilhe suas senhas.

Para se proteger, especialistas recomendam desconfiança diante de pedidos de informações pessoais, dados bancários ou transferências. Além disso, é fundamental buscar sempre canais oficiais para verificar a veracidade de qualquer solicitação financeira.

*Com informações da FEBRABAN