Na última sexta-feira, 7 de julho, o governo federal fez o anúncio de que encerrou o programa de subsídios para a compra de veículos novos por pessoas físicas. Esses incentivos variavam de R$ 2 mil a R$ 8 mil e se aplicavam a carros populares com um valor total de até R$ 120 mil.

De acordo com o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o programa obteve um sucesso considerável, resultando na venda de 95 mil veículos apenas nas três primeiras semanas. No entanto, após uma avaliação criteriosa, o governo optou por encerrar o programa.

Durante a abertura da entrevista coletiva da Anfavea, a associação que representa as montadoras, Alckmin anunciou o encerramento do estímulo aos créditos tributários para veículos leves, enfatizando que essa medida foi um sucesso. "Estamos encerrando a parte do estímulo dos créditos tributários para veículos leves. Foi um sucesso", declarou a jornalistas.

Investimento de R$ 800 milhões para o programa

No total, foram disponibilizados R$ 800 milhões exclusivamente para a compra por parte dos consumidores. Entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia informado anteriormente aos jornalistas que não havia margem fiscal para alocar mais recursos neste programa.

Segundo informações do governo, nove montadoras aderiram ao programa de carros mais baratos, com destaque para a Fiat, Volkswagen e Renault, que concederam a maior parte dos descontos. No entanto, com o encerramento do estímulo, é esperado que haja um impacto significativo no mercado automotivo e que os consumidores possam reconsiderar suas decisões de compra.

Créditos para substituição de caminhões e ônibus

Os transportadores ainda têm acesso ao crédito destinado à substituição de caminhões com mais de 20 anos, desde que sejam menos usados. Até o momento, foram utilizados pouco mais de R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis para caminhões.

Já no transporte público, no que diz respeito aos ônibus, dos R$ 300 milhões destinados, já foram solicitados R$ 140 milhões.

Vendas avançaram em junho

O mercado brasileiro de carros novos teve um crescimento surpreendente no mês de junho de 2023. Segundo a FENABRAVE, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, que representa mais de 7.400 concessionárias em mais de 1.100 municípios brasileiros, as vendas de Junho tiveram um aumento significativo de 11,41% em relação ao mês anterior.

Isso significa que foram comercializados 142.017 automóveis em junho, em comparação com 127.478 em maio. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 6,33%.

Segundo a FENABRAVE, a procura por carros zero-quilômetro aumentou na primeira semana do programa de vendas. Inicialmente planejado para oferecer descontos no valor de R$ 500 milhões, o programa agora contará com um acréscimo de R$ 300 milhões. José Maurício Andreta Jr., Fundador e Presidente do Grupo Andreta, afirmou que houve um aumento significativo no número de clientes nas concessionárias, especialmente nas marcas com mais opções de modelos de entrada. As visitas aumentaram de 30% a mais de 260%, em alguns casos.

Andreta Jr. também mencionou que, para impulsionar ainda mais o sucesso da Medida Provisória, o governo aumentou os investimentos em automóveis e comerciais leves. As montadoras estão oferecendo descontos adicionais, e o Ministério da Fazenda decidiu aumentar o montante total em mais de R$ 300 milhões por meio da MPV 1178. O volume inicial de R$ 500 milhões esgotou em menos de 30 dias.

Após a extensão do programa de descontos para a compra de carros zero-quilômetro, com um novo aporte de R$ 300 milhões do governo, já foram vendidas 45.200 unidades com preços mais vantajosos, de acordo com análise da JATO do Brasil.