A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representando o Comando Nacional dos Bancários, solicitou oficialmente à Caixa Econômica Federal a reabertura de negociações sobre o novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025.

O pedido foi enviado na sexta passada (6), após a rejeição da proposta pelos funcionários da Caixa nas assembleias realizadas até a noite de quinta-feira (5). A principal reivindicação da categoria é a manutenção dos direitos previstos no ACT passado, cuja vigência expirou em 31 de agosto.

A Contraf-CUT orienta os sindicatos a realizarem uma nova assembleia até a próxima quinta-feira (12). Nessa data, espera-se a apresentação de uma nova proposta por parte da Caixa, ou, na ausência dela, a deliberação se haverá ou não uma greve geral. Rafael de Castro, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, destacou que versões divergentes da proposta circularam entre os trabalhadores, gerando confusão e insegurança no processo de votação.

A expectativa é que a Caixa se pronuncie até o fim desta semana, indicando uma data para a retomada ou não das negociações. Veja a solicitação de abertura de negociação:

Créditos: Divulgação/Contraf-CUT
Créditos: Divulgação/Contraf-CUT

Motivos da Greve

A principal causa da insatisfação dos bancários é a proposta de reajuste salarial apresentada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Segundo o Sindicato dos Bancários da Caixa, a oferta não corresponde às expectativas da categoria, especialmente diante das perdas inflacionárias recentes.

A Febraban propôs:

  • Reajuste salarial de 4,64% em 2024, com aumento real de 0,7%, e aumento real de 0,6% em 2025.
  • Reajuste de 15% nos pisos salariais.
  • Criação de 3.000 vagas de formação para mulheres na área de Tecnologia da Informação.
  • Reajuste de 8% na verba de requalificação, totalizando R$ 2.285,00.

Essas propostas foram amplamente rejeitadas pelos trabalhadores, que as consideram insuficientes para cobrir as perdas no poder aquisitivo dos últimos anos.

Além de uma melhor proposta de reajuste, os funcionários da Caixa querem ainda:

  • Licença-maternidade estendida, permitindo que até 60 dias sejam transferidos para o pai.
  • Flexibilidade na jornada de trabalho e possibilidade de redução para acompanhamento de dependentes.
  • Retorno das funções de caixa e tesoureiro com jornada de 6 horas e efetivação de até 500 novos empregados.

Os sindicatos regionais têm autonomia para definir acordos coletivos. A coordenação nacional apenas sugere a aprovação ou rejeição das propostas, cabendo aos sindicatos locais a decisão final.