O retorno do horário de verão no Brasil está sendo avaliado pelo governo federal. Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou a reintrodução da medida para otimizar o uso da luz natural e reduzir (ainda que pouco) o consumo de energia elétrica, especialmente em momentos de maior demanda. A expectativa é que, caso seja adotado, o horário de verão entre em vigor em novembro de 2024.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo analisará cuidadosamente a proposta antes de tomar uma decisão final. Embora o ONS tenha indicado a viabilidade da medida, Silveira destacou que não há risco energético para este ano, devido ao planejamento adotado. "Precisamos pensar no futuro, olhando para 2025 e 2026", disse o ministro, ressaltando a importância de medidas de longo prazo.

Previsão de início e duração: Caso o governo opte pelo retorno do horário de verão, ele poderá entrar em vigor ainda em novembro, embora as datas ainda não tenham sido oficialmente divulgadas. A decisão final deve ser anunciada nas próximas semanas.

Na última vez que ele foi adotado, em 2018, ele começou no domingo de 4 de novembro de 2018 e durou até o sábado de 16 de fevereiro de 2019.

Impacto econômico e energético

O ministro Alexandre Silveira destacou que o horário de verão pode contribuir para a sustentabilidade energética, ao diminuir o despacho de termelétricas durante os horários de pico de consumo. Entretanto, ele reconheceu que a medida tem implicações econômicas e sociais, pois impacta diretamente a rotina da população.

Em encontro com a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, ele já havia informado que a possível implementação da medida não afetaria as eleições - o segundo turno é dia 27 de outubro. Nesta semana, Silveira terá reuniões com representantes de empresas aéreas, comércio e indústria. As aéreas têm dificuldade para fazer todas as alterações necessárias para coordenar as escalas de voos com conexões.

O horário de verão foi adotado no Brasil entre 1931 e 2019, mas foi extinto no governo anterior, sob a justificativa de que os benefícios na economia de energia não eram mais significativos. E com razão.

Estudos recentes do Ministério de Minas e Energia apontaram que as mudanças no padrão de consumo e a maior dependência de ar-condicionado no final da tarde diminuem o impacto positivo que a medida tinha décadas atrás. Assim, ele não seria mais necessário.

O que pensa a população

A possível volta do horário de verão gera opiniões divididas entre os brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 54,9% dos entrevistados se mostram favoráveis à mudança nos relógios. Entre os que apoiam a medida, 41,8% são totalmente favoráveis, enquanto 13,1% são parcialmente a favor.

A pesquisa também revela que o apoio ao horário de verão é mais forte nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que tradicionalmente adotavam o horário. No Sul, por exemplo, 60,6% são favoráveis à mudança.

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Retomada pode afetar voos no país

No dia 24 de setembro, associações de empresas aéreas emitiram um alerta sobre os possíveis impactos da reintrodução do horário de verão sem o planejamento adequado. As entidades, que incluem a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB), solicitaram um intervalo mínimo de 180 dias entre a publicação do decreto e a implementação da mudança.

Segundo a nota, uma alteração repentina no horário pode prejudicar a logística operacional e comprometer gravemente a conectividade aérea, tanto em voos domésticos quanto internacionais. "Uma mudança abrupta exigiria a revisão dos horários de voos em cidades brasileiras e em outros países que não adotam o horário de verão, o que poderia resultar em atrasos e até na perda de conexões para os passageiros", alertam as associações.

A preocupação aumenta com a proximidade das festas de fim de ano, quando o fluxo nos aeroportos é mais intenso. "Os voos já estão sendo comercializados há meses. Uma alteração sem aviso prévio causaria grandes transtornos para passageiros e companhias aéreas", ressaltaram no comunicado.