Com o início de 2025, uma das primeiras contas que impactam o bolso dos proprietários de veículos é o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Entre as opções de pagamento — à vista ou parcelado —, especialistas financeiros apontam vantagens e cuidados a serem considerados antes de tomar a decisão.

O IPVA é calculado com base no valor venal do veículo, utilizando a Tabela Fipe como referência e uma alíquota definida por cada estado.

Em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, a alíquota é de 4% para carros de passeio, enquanto estados como Santa Catarina e Tocantins cobram 2%. No Rio Grande do Sul ela é de 3%. Assim, o imposto para um carro avaliado em R$ 100 mil varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil, conforme o estado de emplacamento.

Alíquotas do IPVA por estado

Veja abaixo a alíquota do IPVA para seu estado:

Estado Carros de passeio Motocicletas Caminhonetes e utilitários
Acre (AC) 2% 1% 1%
Alagoas (AL) 3% 3% 3%
Amapá (AP) 3% 2% 3%
Amazonas (AM) 3% 2% 3%
Bahia (BA) 2,50% 3% 3%
Ceará (CE) 3% 2% 3%
Distrito Federal (DF) 3,50% 2% 1%
Espírito Santo (ES) 2% 1% 2%
Goiás (GO) 3,75% 3% 3%
Maranhão (MA) 2,50% 2% 3%
Mato Grosso (MT) 2% 2,50% 3%
Mato Grosso do Sul (MS) 2% 1,50% 4%
Minas Gerais (MG) 4% 2% 3%
Pará (PA) 3% 1% 3%
Paraíba (PB) 2,50% 2,50% 3%
Paraná (PR) 3,50% 3,50% 4%
Pernambuco (PE) 2,40% 2% 3%
Piauí (PI) 2,50% 2% 3%
Rio de Janeiro (RJ) 4% 2% 3%
Rio Grande do Norte (RN) 3% 2% 3%
Rio Grande do Sul (RS) 3% 2% 3%
Rondônia (RO) 3% 2% 3%
Roraima (RR) 3% 2% 2%
Santa Catarina (SC) 2% 1% 2%
São Paulo (SP) 4% 2% 2%
Sergipe (SE) 2,50% 2% 3%
Tocantins (TO) 2% 2% 3%

Pagar à vista? Depende

Optar pelo pagamento à vista pode ser vantajoso em alguns estados que oferecem bons descontos de antecipação. Em São Paulo, por exemplo, a maior frota do país, há um abatimento de 3% no valor total para quem pagar em janeiro. Com a possibilidade de quitar o imposto parcelado até maio no estado, vale mais a pena parcelar em 5 vezes. Com a atual Selic de 12,25%, há bancos que pagam rendimentos de 1% mensal, ou seja, vale mais a pena deixar o valor investido e pagar parcelado.

Por outro lado, estados como o Rio Grande do Sul oferecem uma condição mais favorável para a quitação antecipada. Quem pagou o IPVA/RS até 31/12 teve, além de 6% de antecipação (que vale até fim de janeiro), mais 4,6% de desconto relativo a mudança da UPF (Unidade de Padrão Fiscal) no estado, reajuste pela inflação do período que sempre se dá na virada de ano.

O pagamento integral depende de onde você mora e das suas condições financeiras. Se você tiver uma boa reserva, vale a pena antecipar. Caso contrário, se for para ficar no "aperto" vale parcelar, pois a maioria dos estados não oferece uma condição muito vantajosa para quem antecipa. É preciso analisar e calcular.

Em muitos estados manter o dinheiro aplicado em uma modalidade de rendimento pode ser mais vantajoso do que usá-lo para pagar o imposto com desconto.

Para quem enfrenta despesas altas no início do ano, como IPTU, material escolar e matrículas, parcelar o IPVA pode aliviar o fluxo de caixa. Embora não haja descontos, o pagamento fracionado permite diluir o impacto financeiro ao longo de meses, especialmente para quem utiliza o cartão de crédito.

No entanto, é importante se atentar às parcelas: elas não devem comprometer a capacidade de pagamento de outras despesas mensais nem atingir o limite do cartão de crédito, evitando juros elevados em caso de inadimplência.

Investimento ou pagamento à vista?

Com a taxa Selic em 12,25% ao ano, caso o desconto oferecido pelo estado seja menor do que o rendimento de um investimento conservador, como o Tesouro Direto ou CDBs que pagam 100% do CDI (1% ao mês), pode ser mais vantajoso pagar o IPVA de forma parcelada e manter o dinheiro aplicado.

Além disso, é importante lembrar que o pagamento do licenciamento anual do veículo só pode ser efetuado após a quitação do IPVA, seja à vista ou na última parcela. O licenciamento é obrigatório e garante a circulação legal do veículo. As taxas variam conforme cada estado.