A tabela progressiva do Imposto de Renda (IR) permanecerá congelada em 2025, já que a reforma tributária que poderia modificar as faixas de isenção só deve ser enviada ao Congresso após a aprovação do Orçamento deste ano. Com isso, hoje, contribuintes que recebem acima de R$ 2.824 mensais — pouco menos de dois salários mínimos — continuarão a pagar Imposto de Renda.

No final de 2024, o governo federal havia anunciado a intenção de ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil como parte da segunda fase da reforma tributária, voltada ao IR. Em contrapartida, seria criada uma nova alíquota de cerca de 10% para rendimentos superiores a R$ 50 mil por mês, medida planejada para equilibrar o impacto fiscal.

No entanto, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "inconsistências" nos cálculos da Receita Federal postergaram a apresentação da proposta. Caso o Congresso aprove o Orçamento em fevereiro, a reforma pode ser enviada no mesmo mês ou no início de março, com previsão de aplicação apenas em 2026.

Faixa de isenção congelada

A última atualização na tabela progressiva foi feita em fevereiro de 2024, quando a faixa de isenção foi elevada de R$ 2.640 para R$ 2.824 (2 salários mínimos). As demais faixas seguem inalteradas desde 2015. Para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, um desconto simplificado de R$ 564,80 sobre a base de cálculo garante a isenção.

Confira a tabela progressiva mensal do IRPF para 2025:

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir (R$)
Até 2.259,20 Zero Zero
De 2.259,21 a 2.826,65 7,5 169,44
De 2.826,66 a 3.751,05 15 381,44
De 3.751,06 a 4.664,68 22,5 662,77
Acima de 4.664,68 27,5 896

Isenção de até R$ 5 mil: somente em 2026

Apesar da expectativa gerada em torno da promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ampliação da faixa de isenção para R$ 5 mil deverá entrar em vigor apenas em 2026. O governo considera 2025 um ano mais adequado para a tramitação do projeto, devido à ausência de eleições, segundo Haddad.

Além de ampliar a isenção, a proposta prevê ajustes progressivos para rendimentos superiores a R$ 5 mil e a introdução de novas alíquotas para rendas elevadas, como parte da estratégia de justiça tributária defendida pelo governo.

A proposta será enviada ao Congresso em 2025, onde passará por debates e ajustes antes de sua implementação.