O Secretário de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, anunciou na tarde desta terça-feira (14) que o governo federal prepara um decreto para diminuir a fila no atendimento do INSS. Uma das medidas é a convocação de 7 mil militares das Forças Armadas da reserva para auxiliar no atendimento nas agências pelo país.
Sem promover concursos desde 2016, o Ministro da Economia Paulo Guedes foi enfático ao anunciar que uma seleção de pessoal no INSS não deve ocorrer tão cedo. O órgão tem déficit de 22 mil servidores.
Fila de pedidos no INSS
No momento, existem 1,3 milhão de pedidos de aposentadoria a serem analisados aguardando na fila. Esse é o estoque de requerimentos de benefícios que não foram respondidos dentro do prazo legal, fixado atualmente em 45 dias. O aumento da fila foi provocado pelo elevado número de servidores do INSS que se aposentaram recentemente e um número fora do padrão de pedidos de benefícios devido a reforma da previdência.
Há cerca de um ano e meio, eram 700 mil pedidos por mês. Esse fluxo mensal subiu para quase 1 milhão, segundo o governo, principalmente por causa da maior entrada de requerimentos por meio digital.
É a segunda força-tarefa em seis meses: a lançada em agosto de 2019 não atingiu a meta de zerar a fila em dezembro. A expectativa é que até outubro o INSS tenha capacidade de analisar o fluxo mensal de pedidos de benefícios. A expectativa é que até 2,5 mil funcionários do INSS sejam liberados do atendimento no balcão das agências com o auxílio dos militares.
Militares serão contratados, não convocados de forma obrigatória
Militares na reserva receberão um valor extra de 30% sobre a remuneração para ajudar na redução da fila de pedidos de aposentadorias. O governo quer também fazer uma perícia para reavaliar o afastamento de outros 1.500 servidores do INSS. A medida deve entrar em vigor ainda em janeiro para que 50% dessa força de trabalho retorne ao trabalho.
Devem ser gastos cerca de R$ 14,5 milhões por mês com a força-tarefa na convocação dos reservistas. Os militares não serão convocados de forma obrigatória, mas voluntariamente poderão auxiliar no processo de avaliação das aposentadorias. O objetivo do governo é treinar este pessoal de fevereiro a março para que atendam o público numa triagem inicial, assim os servidores seriam realocados para a análise interna dos pedidos. O regulamento da convocação dos militares sairá nos próximos dias no Diário Oficial da União.
A ideia é que as medidas sejam implementadas até abril. A partir daí a equipe econômica tem uma perspectiva de, em seis meses, conseguir analisar e normalizar o fluxo mensal de requerimentos. Em 2018, foi criada a Central de Análise nas Gerências-Executivas. Servidores puderam trabalhar de forma remota, mas com dedicação exclusiva para analisar pedidos de benefícios.
Também foi instituído o programa de dispensa de horário dos servidores, que passariam a ser cobrados pela quantidade de análises no mês em vez da jornada tradicional de trabalho. Os funcionários que ultrapassassem a meta receberiam uma bonificação.
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